terça-feira, fevereiro 27, 2007

Ensino Universitário

(Cao Jingen)


Cada vez mais me convenço que o Ensino Universitário não é o futuro para ninguém.

E aplaudo aqueles que conseguem sobreviver às burocracias de cursos sem personalidade que mudam os planos de estudo como quem muda de t-shirt. Depois há que fazer cadeiras novas. Há que mandar cadeiras feitas para as urtigas. Tudo para ficarmos melhor que antes. Isto até resolverem mudar de novo e voltarmos à mesma situação.

Já nem falo do caso de uma pessoa entrar para um curso com o objectivo de sair professor, sem ser informado que será feita uma triagem a meio do curso onde só os "melhores" (ler em tom irónico) podem ter essa oportunidade.

Além do mais, a tendência é o ensino superior tornar-se cada vez mais elitista, onde apenas quem tem a sorte de ter familiares razoavelmente estáveis ao nível financeiro que possam ajudar, ou que trabalhem paralelamente ao curso, pode ter a oportunidade de continuar os estudos. Isto não é para qualquer um, já se sabe. Só é pena que o factor económico seja tão determinante. Pessoalmente, tenho a sorte dos meus pais me ajudarem.

Bolonha, o famoso processo. Muito bem, para quem já entra directamente no processo. Infelizmente, farei parte da última triagem. Serei um licenciado de um plano que daqui a dois anos estará extinto. Que orgulho ! "Mas não seremos prejudicados" ! Até o dia em que eu e outro indivíduo com o curso proposto por Bolonha apresentarmos o currículo e repararem que um é Licenciado e o outro Mestrado. E aí dizemos "Ah, mas nós tirámos 5 anos na mesma, num plano anterior". E eles " Pode até ter sido, mas a realidade é Bolonha. Vão tirar uns complementos". Ou será que vão realmente nos olhar de forma igual ? Hum... Estudar mais para ter os mesmos direitos ? Algo me soa mal, mas pode ser só confusão minha.

É que parece que nem deixando um ano para trás nos permite integrar Bolonha. Parece que nem essa oportunidade nos é dada. Necessito averiguar esse parâmetro. Fascinam-me algumas vantagens, não como aluno pois já vou tarde, mas pós-licenciatura, das quais estarei privado caso termine no plano antigo. Quando há transições, há sempre alunos prejudicados. Tenho o azar de ter apanhado "n" transições ao longo do meu percurso escolar. Se calhar preciso ir à Bruxa.

Avisam-nos para estarmos atentos e anteciparmos a mudança, aceitá-la como algo natural e que nos levará, normalmente, para uma situação melhor. Falam de queijos. Mas quando a faca e o queijo estão nas mãos de outros, o que fazer ? Um Maio de 68 ? A ver se nos atiram queijos ??

Provavelmente acabo o curso e vou trabalhar noutra coisa qualquer, porque começo a sentir azia a diplomas.

Ou se calhar é tudo birra minha. Se calhar.



segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Done

Topos de cabeças decepados e pescoços degolados.

My work is done !

sábado, fevereiro 24, 2007

What a lovely way to burn (NOT)


É fácil de preparar. Juntam-se umas noites de Carnaval com baixo teor em roupa. Leva-se a umas discotecas fechadas e cheias de fumo durante 2/3 horas a 25º. De seguida tira-se da discoteca para uma rua com ligeiras aragens a 14º. Repita em mais uma ou duas discotecas. Para facilitar o processo, se sair do ginásio com o cabelo molhado por volta das 21h, ajuda sempre a levedar. Se quiser acompanhe com umas gotas de chuva numa quarta-feira à noite. Aguarde 2 dias e terá o preparo no seu auge. Expectoração em intervalos contínuos com elevado grau de ranhosidades e perdigotos contaminados, sensação de ter o sistema reticular embranhado como um novelo sem pontas e temperatura corporal elevada aos píncaros. 38,7º. Tomar dois Ilvico Anti-gripal seguido de um Ben-U-ron. Cházinho de limão com uma colher de whisky (terá ido ao ar o efeito dos fármacos?) e mel a ver se ajuda. 38,3º. Transpira-se. Há que se jogar para o sofá para evitar delírio, apesar da vontade incontrolável de assistir à Floribella. Não se come porque o apetite não é muito. 37,6º. A garganta parece ter encolhido e estar em carne viva. Acho que não quer que eu coma chocolates. 38,4º. Arrepios de frio, vestem-se casacos. Despimo-los 10 minutos depois e transpira-se mais um pouco (gostei desta última frase, arrepiou-me e não foi de frio). Pensa-se em passar toalhas molhadas em água fria pelo corpo mas a coragem tirou férias. 38,7º. Colheres de mel, uma atrás da outra de forma a tentar suavizar as zonas inflamadas. Insirem-se novamente fármacos. Mandam-se beijinhos bonnnns. Não baixam a febre, mas rasgam um sorriso. Vestem-se casacos mais uma vez para os despir pouco depois. A temperatura vai estupidamente abaixo dos 37º. Começa a febre ao contrário. Agora preciso subir. E comer uns chocolates (tenho uma boa desculpa). Ameaças de otite e primeiros sintomas de problemas intestinais completam o ramalhete das maleitas. Mais uma noite em branco se adivinha.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Dia Nove - Onde páram eles



O círculo indica exactamente onde estava "O Beijo". E por momentos, ele foi só meu, só meu, só meu, só eu...

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Dia Nove - Belvedere

"Belvedere" é uma palavra italiana que significa "Bela Vista". O Belvedere é constituído pela Upper e pelo Lower Belveder. Outrora foi a casa de Verão da Princesa Sisi, agora é sem dúvida um dos museus mais visitados da Àustria.

No Upper Belvedere, temos de um lado um lago gigantesco em que se pode ver o reflexo do edifício nos dias de menos vento, o que não foi bem o caso. Do outro lado, temos um imenso jardim que nos leva até ao Lower Belvedere (edifício amarelado).

E aqui gastei o meu dia inteiro, principalmente no Upper Belvedere, onde estão as obras mais importantes. Encontramos Klimt, Schiele, Munch, Monet, Manet, Degas, Renoir, Rodin...

A vista é muito bonita se tirarmos os guindastes da frente. Muito mesmo...


















Dia 8


Want to tell you that I love you because I really do.

Want to give you the answers if you ask me to.

Want to leave your door for the last time.

Want to leave the floor for the first time.


Take this trip as your first step

Dia 8 - indo eu, indo eu pelas ruas de Viena

Sempre soube que eles não me chegavam aos calcanhares... agora nem me chegarem ao dedo mindinho é vergonhoso !




Dia Oito - ai a cultura !

Como prometido, voltei à Ópera para tirar uma fotografia sem ninguém a me querer assaltar (ou não), e desta vez a visita foi mais profunda. Resolvi visitar o interior da casa mundialmente famosa. Ah e tal, muito, muito interessante, percorremos (quase) todos os locais importantes da Ópera (menos os bastidores), inclusivamente, pisei o palco onde tudo acontece ! Só me esqueci de cantar para poder dizer "Eu cantei na Ópera de Viena"... Fica para a próxima ! Sim, porque haverá próxima muahahahahahaha !















Dia Sete - para acabar o dia

Esta foi a noite em que reunimos 6 nacionalidades numa mesa de 8 pessoas: 3 portugueses, 1 brasileira, 1 romena, 1 alemã, 1 austríaca e 1 francesa. Uma deliciosa salada de nacionalidades ! Delicioso também, foi ouvir falar português, a linda Raquel, com aquele sotaque alfacinha (eu adoro sotaques). O café era muito giro, além de café, tinha um cinema alternativo. Entre conversas, batatas fritas e cervejas, lá me ia divertindo a olhar para a mesa do lado (Sérgio, caladinho). Enquanto isso, outros divertiam-se de outras maneiras, se analisarem a fotografia, pelas feições das personagens, percebem o tipo de diversão. Mas foi uma noite muitooooo bem passada ! Aliás, como todas as outras... Quero voltaaaaaaaaar ! ! !

Dia Sete - saudade



Duas das minhas imagens preferidas da cidade de Viena... a primeira da fachada do Palácio da Princesa Sisi (em frente, onde se vê um murinho, tem ruínas romanas que descobriram numas escavações) e a segunda em que dois estilos arquitectónicos completamente distintos de fundem: à esquerda a Haas Haus (importante reparar na Zara no piso inferior) e à direita a Stefansdom, a catedral gótica de maior importância cultural.

Saudades, saudades...

(sim, Sérgio, basta de me fazeres convites para festas que sabes que não vou poder ir aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh !!!!!!!!!!!!!!)

Dia Sete - I know a place

De volta ao roteiro cultural, este foi o dia para visitar o Museums Quartier, onde muitos museus se amontoam... Comecei o Leopold Museum, onde estão expostas algumas obras dos maiores pintores austríacos, com especial relevo para Gustav Klimt e Egon Schiele, sendo as obras "Life and Death" de Klimt e um dos diversos auto-retratos de Schiele cabeças de cartaz do museu. Engraçado é o facto do auto-retrato estar numa outra exposição, bah!


Depois foi a vez de visitar o Kunsthalle, mesmo ao lado do Leopold para uma exposição de fotógrafos americanos intitulada "Americans" com diversos temas, desde revoluções, à vida em bairros sociais americanos até ao festival de Woodstock. O museu seguinte foi um dos poucos que não visitei (dos mais conhecidos, claro, porque se fosse para ver todos os museus de Viena, um mês não devia dar), o MUMOK, o museu de arte moderna. Fica a fotografia a testemunhar que passei por lá. E atenção... de t-shirt com 8 graus, um dos dias mais quentes que apanhei ! Txaraaaaam !

Mais uma vez, passei à frente dos museus da História Natural e da História da Arte, não sei precisar qual deles aparece na fotografia porque eram iguais. Por mim passava ali à frente todos os dias !

Por mim, deixo uma fotografia de um dos vários parques de Viena, óptimos lugares para relaxar a mente e tomar um fôlego de paz dentro da cidade, que nem é tão caótica como pensava. A cidade inspira. Mas não, não vou começar a pintar quadros. Tenho noção dos limites da minha inspiração. Fico-me pelos posts mais ou menos decadentes neste espaço virtual.

Dia 6







Huuuuum.... noite de relax em casa da Pati (passávamos lá as noites, I wonder why ... fiu fiu...)... O pessoal andou a fumar umas coisas, e depois é o que se vê, muito boa disposição, risadas meias despropositadas, fumo pelo ar, cabeças áereas, conversas sobre chocolate na internet... A culpa não foi minha ! Culpem o fumo no ar ...

Dia Cinco


Bem... deste dia o que há a contar é o almoço/jantar em casa da mamãe e do papai, os famosos almoços domingueiros dos quais tenho imeeeeensas saudades ! Não só da comida (que era óptimaaa), mas daquela família acolhedora, linda, com um espírito luminoso ! Gente de bem com a vida, tal como ela é, e isso é do melhor que se pode ter ! Muitas , muitas saudades daquela família inteirinha ! Mais uns doces e chocolates na minha vida, sem dúvida alguma !
Aqui já era o depois, num bar que também esqueci o nome (aliás, essa é uma das maleitas que trouxe de Viena, a falta de memória, acho que queimei neurónios importantes...), onde jogamos matraquilhos (não gosto dos de lá, com bonecos de plástico e tal, claro que sempre posso usar isso como justificação às minhas derrotas) e bebemos umas cervejas. Como aquela que na fotografia está em pleno voo para cima da Pati ! A cara da Bia também não era a melhor. E ninguém fumara nada até então... Agora, como chegámos a casa da Pati... Bem... lembro-me de jogar para cima da cama, me enfiarem comida na boca, copos de água e acordar no dia a seguir, surpreendentemente sem ressaca, com a Bia ao lado. Confesso que tive de pensar duas vezes sobre quem era eu, de onde vinha, para onde ia, onde estava e afins. Depois estava pronto para outro dia !

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Visitantes do Blog

É bom saber que ontem tive pessoas a ver o meu blog directamente da Suécia, do Brasil, de 3 lugares diferentes da China e que mais de 10 pessoas da Áustria também fizeram o obséquio de clicar no link deste ilustre blog !


Obrigado amigos do Mundo !

Dia Quatro - Bratislava

Na única excursão para fora de Viena, lá fomos nós a Bratislava abrilhantar a noite eslovaca !

A cidade nao é bonita, mas a parte que conheci, mesmo do centro, é muito, muito gira, parece uma cidadezinha de contos infantis, aconchegante e familiar. Não sei bem porquê.

Bem, o que sei é que nessa noite encontraram-se os 3 portugueses/madeirenses mais conhecidos no Mundo, mas apenas os 2 melhores aparecem na fotografia (desculpa Sérgio, ainda terás de percorrer mais alguns países para seres melhor... que o Cristiano, claro !) Muahahahaha !



Mas antes de ir para a noite, fomos fazer uma visita ao gajo que manda naquela coisa toda. Fomos recebidos com cházinho de tília e bolachas.



Resolvi "dar música" às pessoas que por lá passavam (naquele caso, acho que afugentei) no xilofone que havia algures no meio de um jardim.



Para quem não conhece a história de Bratislava (o que considero inconcebível), ficam a saber que aqui aparece uma placa indicativa de uma das 4 portas da cidade, pois outrora a cidade esteve cercada por muros altos e fortes... blá blá blá... (já não lembro bem a história toda, mas o guia foi exemplar !)



Como vilhão que sou, bora tirar fotografias com todas as coisas que mexem. E com as que não mexem. Ainda não percebi o que era isto.



Trafo ! A entrada de uma das discotecas, das que visitei, sem dúvida a melhor. Boa música e gente linda ! O sítio onde as mulheres se conseguem vestir com roupas indecentes sem parecerem senhoras da vida. Pessoas com estilo.



Em tempos houve um vulcão que entrou em erupção e apanhou a cidade de surpresa. As pessoas, que estavam a viver o seu dia-a-dia calmamente, ficaram em pedra e agora podemos tirar fotografias com elas na sua labuta diária. Este estava a arranjar uns canos que ficaram entupidos porque as pessoas deitavam pensos higiénicos pelas sanitas abaixo.



Este estava a tirar uma fotografia à Princesa Diana quando ela foi lá fazer uma visita de beneficiência aos pobrezinhos de leste. Por momentos senti-me importante pela convicção com que empunhava a máquina enquanto apontava para mim.



Esta moça era Eva, e como se pode ver (ou não), ela estava com uma maçã na mão, mas que ainda não tinha sido trincada, ou seja, daqui se retiram conclusões bíblicas importantes:
Eva NÃO cometeu pecado nenhum, porque foi apanhada pela lava do vulcão antes de poder comer a maçã.



O guarda na fotografia queria imitar os de Inglaterra, que se mantêm imperturbáveis. E nem ao ver a corrente de magma incandescente se moveu ou piscou os olhos. Palerma.



O tipo francês só veio demonstrar porque é que Napoleão perdeu a guerra e foi capturado. Todos abusavam dos franceses.



Já este, com as narinas muito obstruídas, e já que não podia usar as mãos para se assoar, pediu-me encarecidamente que lhe tirasse os macaquinhos do sotão. O teu amigo, Rafaaaaaaaaaaa ! ! !
Sim, tirei uma fotografia parecida à tua, a dar-lhe um beijo ! Lembrei-me de ti nessa altura !



Depois fomos para um bar tomar caipirinhas (!) para o warm-up. Num bar que não me importava nada de voltar ahahahahahahahah ! Nem que fosse pela música, ouvir a Lambada e outras músicas na nossa língua sabe sempre bem ! Aquela gente tem pancada por brasileirada e reggateons ! Não tinha noção...
Seguiram-se as discotecas, com música boa e cervejas baratinhas... não existem provas fotográficas dentro de discotecas. Aliás, a única que tenho foi já ao final da noite quando fiz um amigo novo: "I'm from Israel, take a picture of me and my friend" (leia-se da forma como se escreve realmente). E eu ali preocupado que me iam gamar a máquina.



"Indo eu, indo eu, a caminho de Viena..." Já com o sol a aparecer e a neve a preencher os campos, é de uma paz incrível !..



Já em Viena, à espera do autocarro para casa, era degradante o meu aspecto... A noite foi dura...



E finalmente, um boneco de neve. Não fui eu que o fiz, mas vamos todos acreditar que sim. Boa ?