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quinta-feira, junho 04, 2015

Dia de Abraçar o Gato


Hoje celebra-se aquele dia inesquecível, o dia de abraçar o gato. Sendo que ainda ninguém me abraçou, agarrei-me ao gato que apanhei primeiro. O Matias não é propriamente o gato que mais gosta de ser abraçado. Normalmente o contato que ele tem com o ser humano consiste em enfiar os dentes ou as garras nas pernas das pessoas sem motivo aparente ou porque deseja ser alimentado à hora que ele bem entende. Tenho já algumas tatuagens das suas unhas que farão furor neste verão. Ainda assim, e apesar do seu ar contrariado, eu passo a vida a pegar nele ao colo e às vezes até aguento 10 segundos. Ao largá-lo ele gosta de me atacar violentamente, mas eu já devia saber que quem manda nesta casa é ele. Hoje tirei-o do bidé, o seu novo local de eleição depois de ter cagado - literalmente - para o sofá quente e fofo, agarrei-o e pedi que me fotografassem rapidamente enquanto ele pensava num plano de vingança para depois de o largar. A sessão fotográfica não abrange a carnificina posterior e a ausência de t-shirt é para mostrar o meu belo corpo.  Se o Quaresma pode, eu também achei que podia. Com a diferença das tatuagens, as minhas foram mesmo feitas pelo gato do mal.






segunda-feira, junho 13, 2011

"I'll sit and wait here, and maybe you're near... and you won't take long"


"Eles não sabem aproveitar os finais de tarde como nós".

Acabam sempre por deixar escapar aquele momento, aquele instante irrepetível que escoa mais depressa do que a música que está a tocar. Só ficam até o sol deixar de queimar a pele, viram-lhe as costas e não se deixam ficar. Ele, que tão educadamente se despede para ir iluminar outras paragens, com uma promessa de breve regresso. Sim, porque ele sempre cumpre com o prometido com a precisão de um relógio suíço. Tiramos fotografias na esperança de imortalizar os raios de sol que se debruçam sobre a linha do horizonte e os prédios e árvores que a povoam, mas nunca conseguimos que a imagem captada faça jus ao momento que saboreamos.

Ficamos até a brisa fresca começar a deixar-nos a pele arrepiada, nem sempre provocada pelo brisa em si. A urgência de um casaco é trocada por um abraço, aquele que nos deixa inebriados. Com a tua cabeça encostada no meu ombro.


"Eles não sabem, deixa p'ra lá".




IMAGEM:
© Patrick Lane Photography/Corbis

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Late Night Story


O banho terminou com água fria o que o deixou com a pele arrepiada. Mas ao entrar naquele quarto para se vestir, sentiu-se revigorado com toda a atmosfera à sua volta. Como se depois daquela porta o mundo se tivesse tornado quente, aconchegante e sem problemas para resolver. O aquecedor ligado aos pés da cama rodava a hélice a uma grande velocidade, emitindo um ruído quase silencioso que se apropriou de todo o espaço. Vestiu o pijama e pensou para si mesmo "Hoje sinto-me em casa".
A luz ténue iluminava o suficiente para poder sentar-se ao computador a recordar fotografias de verões passados, onde deixara parte de si. Entretanto uma voz meio adormecida balbuciou:

- Conta-me uma história...
- Mas que história?
- Inventa uma.
- Assim não me vou lembrar de nenhuma.
- Pode ser a dos 3 Porquinhos...
- Ok, mas aviso que vou alterá-la e hoje estou especialmente mordaz e criativo.

Prestando muita atenção, aninhou-se por entre o edredon e as almofadas e ficou à espera que a história começasse. E contou-lhe uma nova versão dos 3 Porquinhos na qual eles comem o Lobo Mau no final, entre muitos outros pormenores largamente alterados. Pelo meio, alguns sorrisos roubados pelas asneiradas que saiam, uma atrás da outra. "Eu avisei-te que hoje estava inspirado".

Ficaram-se depois pelas histórias contadas pelas fotografias, querendo muito fazer parte delas. Fizeram planos sem papel e sem datas e foram dormir no aconchego de um abraço, o tal abraço. Desligou o aquecedor, mandou embora a luz de presença.


- Boa noite, meu amor.