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sábado, novembro 01, 2014

Dia 5 - Agra, a cidade do Taj Mahal

O dia 5 desta epopeia acontece em Agra, a cidade famosa pelo Taj Mahal, ponto imprescindível para quem viaja pela Índia. Segundo quase todos os indianos com quem já falámos, existe unanimidade em escolher o Taj Mahal como o monumento mais bonito do país, pelo menos o mais conhecido é de certeza.

O dono do hostel arranjou um senhor para andar connosco o dia todo de tuk-tuk com o intuito de visitar o Forte de Agra, o Túmulo de Itimad-ud-Daulah e o jardim do outro lado do rio, com vista para o Taj Mahal. Resolvemos deixar o melhor para amanhã, já que nos aconselharam a ir lá pelas 6h, hora em que abrem as portas para os turistas poderem apreciar o nascer do sol. Hoje precisávamos dormir um pouco mais, por isso resolvemos adiar. Pelo meio ficámos de passar pela estação de comboios para comprar o bilhete de volta a Delhi e após algumas dificuldades linguísticas com o senhor do tuk-tuk (não nos calhou um Babu desta vez) lá chegámos onde queriamos e após uns 45 minutos numa fila pequena na qual os indianos chegam e furam sem se importar com a ordem de chegada, percebemos que não havia bilhetes para Delhi para o dia seguinte, nem nas carruagens cheias de povo. Após um período de pânico, decidimos voltar ao hostel e encontrar a melhor forma de chegar a Delhi amanhã. Depois de vários telefonemas e de inúmeras possibilidades, nomeadamente a de comprar um bilhete para outro dia mas enfiarmo-nos no comboio que queríamos na mesma, conseguimos a solução, um pouco mais cara, de um senhor nos vir buscar amanhã de táxi ao hotel, levar-nos ao Taj Mahal às 6h, voltar ao hotel para buscar as malas, partir para Mathura onde nasceu o Deus Krishna, nome que significa "A Verdade Absoluta", parar em mais um sítio de interesse e deixar-nos no aeroporto de Delhi ao final do dia. Parece-me uma ideia brilhante, até porque vamos parar em duas cidades que nunca pararíamos se não fosse desta forma. Confesso que fico apreensivo e desconfiado com toda a disponibilidade dos indianos, mas até agora não tivemos qualquer problema. E como dizia o Babu, "Trust is Love". E nós vamos confiar que vai correr tudo lindamente. 

Agora vamos ao que interessa, o que foi visto hoje:

1 - Forte Agra

Foi construído em arenito vermelho entre 1565 e 1573 pelo Imperador Akba. Não queria usar a palavra "imponente" mais uma vez mas lá terá de ser. Aqui na Índia tudo o que é monumento é realmente monumental. As paredes de algumas divisões são decoradas com pietra dura, elementos decorativos de mármore e outras pedras de cores embutidas nas paredes, também de mármore, é de uma meticulosidade e beleza estonteantes. 
Há macacos à solta pelo palácio como se nada fosse e esquilos que vêm comer à mão, e sobem até por nós fora em busca da comida. Tudo coisas normais por aqui. O Rúben estava sempre a disparatar, então pu-lo de castigo virado para uma parede, como aparece na segunda fotografia. Deixei-o lá a pensar na vida e voltei meia hora depois. Vá, na verdade estivemos ambos em esquinas opostas a falar para a parede e por incrível que pareça, dava para ouvirmos o que o outro dizia. Enfim, vidas.



















2 - Túmulo de Itimad-ud-Daulah

Com tanto stress e contratempo para gerir, não sobrou muito tempo para dedicar a este templo, com muita pena minha porque achei de uma beleza assombrosa, não pelo tamanho do monumento, este é mais discreto nesse aspecto, mas pelos rendilhados de mármore, os jalis, e pelo detalhe das paredes em pietra dura, que o levou a ser denominado de "caixa de jóias de mármore". Segundo o "American Express", "é o monumento mongol mais inovador do século XVII, marcando a transição entre a robusta arquitectura de arenito vermelho e a sofisticada sensualidade do Taj Mahal. Virado para o rio, temos uma vista soberba ao final do dia, apesar do rio não ser propriamente o mais limpo que já vi. E eu fiquei deslumbrado, mas teve de ser um deslumbramento rápido porque tínhamos de ir a voar para apanhar o pôr-do-sol em frente ao Taj Mahal.









3 - Vista para o Taj Mahal

A sensação de olhar para este monumento pela primeira vez é avassaladora. Mesmo a esta distância, é impressionante a beleza, a geometria, a perfeição daquela que intitulam a maior jóia da Índia. E apesar do céu ter uma neblina causado em grande parte por poluição atmosférica, a beleza do sol a desaparecer no horizonte, numa bola de fogo laranja vivo é inebriante. Os pássaros a voar em volta do Taj Mahal tornam o cenário ainda mais digno de filme. Era exactamente assim que eu imaginava o momento de contemplação do Taj, Chamo-lhe apenas Taj agora, já somos íntimos. Amanhã às 6h lá estaremos, ou seja, daqui a 7 horas e 45 minutos. Aqui na Índia são mais 5 horas e meia que em Portugal, hoje enquanto tomava o pequeno-almoço muitos amigos meus publicavam fotografias em festas de Halloween e lembrei-me que há um ano estava a passar este dia no Rio de Janeiro com a Nádia e que há 4 anos estava também com a Nádia numa festa de Halloween em Berlim o que me leva a concluir que tiro férias muitas vezes nesta altura bastante invulgar do ano. Se calhar vou tornar isso uma tradição.
A Teresinha tem como sonho fazer esta viagem que estou a fazer e pediu-me para tirar a primeira fotografia para ela e assim fiz. Não foi a primeira porque o entusiasmo tomou conta de mim, mas foi para aí a 26ª. Depois para que não ficassem de fora, mandei um beijo às Julianas. Posso ir a muito lado, mas a família vem sempre comigo.









sexta-feira, outubro 31, 2014

Dia 4 - Continuação de Jaipur

Segundo dia em Jaipur e ainda tanta coisa para ver. Às 9h o Babu (é assim que se escreve o nome e não Baboo) estava à nossa espera à porta do hotel no seu tuk-tuk com a sua já habitual pontualidade britânica.

Primeira paragem: Templo dos Macacos

Não foi preciso chegar ao lugar para perceber que estávamos perto, a caminho da montanha onde eles vivem começaram já a aparecer uns poucos, a saltar e a catarem-se uns aos outros. Segundo o guia que nos levou montanha acima existem cerca de 5000 macacos, mas apenas um salta para o ombro dos turistas à procura de amendoins. Se era verdade ou não, não faço ideia, mas a questão é que tivemos um macaco a saltar para cima de nós como se nos conhecesse desde sempre. O homem que nos guiou lá nos ensinou como dar os amendoins e prometeu que não seríamos agredidos pelos macacos apesar de eles atacarem pessoas de vez em quando. Fiquei descansadíssimo. Principalmente no topo da montanha quando tínhamos uma enxurrada de macacada à nossa volta loucos para nos tirar os amendoins das mãos. Nada de extraordinário, só fui arranhado por um macaco que estava atrás de mim e que achou que eu estava a ignorá-lo, então ele atirou-s e às minhas pernas. Está filmado e o frame é logo o primeiro desta sequência de fotografias, não era minha intenção andar com a perna torta, tinha era acabado de ser agredido pelo maldito macaco mas não o pude insultar porque estava no seu templo e eles até têm um Deus próprio e eu prefiro não me meter com eles por vida das dúvidas. Agora além de marcas de mosquitos tenho marcas de macacos. Espero não me cruzar com tigres. 
Até o topo da montanha fomos passando por pequenos templos e mesmo lá em cima uma senhora pôs-nos uma pinta na testa e uma pulseira de boa sorte, espero que assim seja para o resto da viagem.





















Segunda paragem: Forte Amber

Trata-se de um palácio fortaleza que foi uma cidadela dos reis Kachhawaha, obviamente tive de me socorrer do guia para escrever este palavrão. Temos de recuar até 1592 para a relembrar a data da sua construção. É de uma imponência extraórdinária, aliás, imponente é o adjectivo que mais utilizo para descrever as coisas que andamos a ver nestes dias. A partir do forte vemos um jardim no meio do lago Maota, o Kesar Kyari Bagh com canteiros em forma de estrela. As janelas rendilhadas existem por todo o forte e eu estou completamente apaixonado com as "jalis", o nome que dão a essas janelas. Cada recanto deste forte está carregadinho de histórias para contar, é uma sensação óptima, se aventura e adrenalina poder andar pelos corredores, pelas divisões, pelas janelas e pelos pátios que já contam com mais de 4 séculos de vida. 
Podíamos optar por subir o Forte de elefante mas decidimos não o fazer porque queríamos poupar e ao mesmo tempo que me apetecia fazê-lo, fui assolado por um sentimento de culpa porque sentia que podia estar a compactuar com a utilização dos elefantes para este fim, quando eles deveriam estar em santuários (que o Babu nos quis levar mas não tivemos tempo) a viver as suas vidas alegremente.



























Terceira Paragem: Gatore Ki Chhatriyan

Esta paragem não estava bem planeada, foi quase em cima do joelho e nem sabemos bem do que se trata, é um conjunto de tumbas parecidas às tumbas reais que vimos ontem, mas não tão mágicas, talvez por estarem com um ar abandonado e um pouco maltratado. Na verdade não estava quase ninguém lá e os cães e os macacos pareciam dominar o pedaço. Mas era um espaço muito, muito, muito bonito na mesma. Depois de tanta coisa maravilhosa começamos a ficar exigentes!









Todas as fotografias em que eu e o Rúben aparecemos com pessoas desconhecidas são pessoas que pediram para tirar fotografias connosco como se de estrelas de cinema nos tratássemos. E se elas pedem fotografias com ocidentais, eu peço com eles todos também. Esta última fotografia foi com uma família enorme que quis tirar fotografias um a um, até nos puseram bebés ao colo com óculos de sol e nós não tivemos tempo de dizer "piu". No final, para minha recordação, veio a selfie com a família toda, São tantos que o Rúben mal aparece.
É incrível o grau de pureza dos indianos.


Depois fomos para o hotel antes de partir para Agra, onde escrevemos no caderno de recordações do Babu. Antes da despedida ele abriu o livro e perguntou em que língua tínhamos escrito e percebemos que apesar do seu inglês perfeito ele não sabia ler. O Rúben rapidamente se ofereceu para ler ao que ele acedeu de imediato. Ficou contente e assim nos despedimos. Fiquei com o contacto de whatsapp mas as mensagens terão de ser faladas em vez de escritas, tal como faz uma rapariga alemã com quem ele comunica desde que se conheceram em Jaipur. Pôs.me a ouvir uma dessas mensagens, cá para mim houve ali paixoneta. 

Neste momento escrevo de Agra, após um atraso de mais de uma hora no comboio. Já são 2 da manhã aqui e amanhã acordamos cedo novamente para conhecer a cidade do Taj Mahal.

Mãe, descansa, só sangrei um bocadinho por causa do macaco.
Manda um beijo ao pai e aos avós! Ah, e mandei-te um e-mail da easyjet. Gostas que te escreva por aqui onde outras pessoas podem ler, Julianinha?