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sexta-feira, abril 09, 2010

Temporal na Madalena

A água levou tudo.
Não há tempo para procurar culpados.
Há que tratar dos vivos e enterrar os mortos.
Reunem-se esforços silenciosos e pega-se nas pás para tirar toda a lama das casas, das estradas, das ribeiras que alteraram o seu curso com a intempérie.
É necessário remover os destroços e reconstruir tudo de novo, apesar das coisas nunca mais voltarem a ser as mesmas.

segunda-feira, março 01, 2010

"Uma Flor para a Madeira"



Passada mais de uma semana do fatídico temporal, já todos estamos mais que fartos de ver as imagens de destruição da cidade do Funchal, Ribeira Brava e de outros locais espalhados pela ilha. Confesso que ainda páro à frente da televisão para ver as mesmas imagens a repetir vezes sem fim e ainda não consegui digerir muito bem o que aconteceu. São coisas que não julgamos possíveis de ocorrer nas nossas casas, nas nossas cidades. Como madeirense que sou, não fiquei indiferente, afinal de contas passei uma semana a ver inundadas as ruas por onde tantas vezes passeei com o meu avô em pequeno, por onde fiz as minhas corridas ao final da tarde, por onde consumi tardes com os amigos que deviam ter sido passadas a estudar. Todos os madeirenses têm muitas histórias a contar acerca daquelas ruas, daqueles muros, daí o aperto no coração e a lágrima prestes a correr ao assistir às imagens de devastação causadas pela água, pela lama e por tudo o que conseguiram arrastar consigo. O que me surprendeu foi que não se tratou apenas de um sentimento insular, apercebi-me de uma imensa solidariedade nacional, afinal quase ninguém ficou indiferente, talvez eu seja um daqueles típicos portugueses cépticos e com uma visão negra do meu próprio país que julgava impossível ver tanta gente a mover-se por uma causa destas, felizmente verifiquei o contrário. No fatídico Sábado recebi mensagens e telefonemas como se fosse o meu aniversário, talvez até mais, muitos genuinamente preocupados, poucos que me pareciam inconscientemente ávidos por saber novidades mórbidas do temporal.
Senti-me realmente impotente por nada poder fazer para além de me sentar no sofá e a engolir em seco todas as imagens que passavam, quando o que mais me apetecia era estar na Madeira, pegar numa pá e ir para a rua ajudar a limpar a minha ilha. Aquela ilha que afinal é de muita gente. Toda a solidariedade e generosidade que se desenvolveu à volta desta intempérie foi realmente surpreendente e o espectáculo organizado pela Sic, "Uma Flor para a Madeira", foi qualquer coisa de soberbo. Assistiu-se a algo de muito bonito e carregadinho de esperança e boa energia.

Pois é, somos afinal de contas um país menos cinzento do que aquele que pintamos.


sábado, fevereiro 20, 2010

Temporal

Estou chocado com as imagens que chegam da minha Madeira. Entristece-me tanto ver a destruição das águas, as pessoas em pânico e as já 32 mortes confirmadas. Revoltou-me a indiferença de quem julga que a Madeira é uma ilha africana. Revoltou-me o facto de já andarem a procurar culpados e as guerras políticas que se assistem antes sequer de se tratar do que precisa ser tratado.
Estou triste.