A água levou tudo.
Não há tempo para procurar culpados.
Há que tratar dos vivos e enterrar os mortos.
Reunem-se esforços silenciosos e pega-se nas pás para tirar toda a lama das casas, das estradas, das ribeiras que alteraram o seu curso com a intempérie.
É necessário remover os destroços e reconstruir tudo de novo, apesar das coisas nunca mais voltarem a ser as mesmas.
Hoje temos vacas roxas da Suíça, Pirâmides perfeitas do Sr. Ambrósio e animais marinhos da Bélgica. Temos também Ovos cheios de surpresas, chocolates para depois das 20h e até discussões a propósito do último Mon Cheri. Amanhã temos diabetes.
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sexta-feira, abril 09, 2010
segunda-feira, março 01, 2010
"Uma Flor para a Madeira"
Passada mais de uma semana do fatídico temporal, já todos estamos mais que fartos de ver as imagens de destruição da cidade do Funchal, Ribeira Brava e de outros locais espalhados pela ilha. Confesso que ainda páro à frente da televisão para ver as mesmas imagens a repetir vezes sem fim e ainda não consegui digerir muito bem o que aconteceu. São coisas que não julgamos possíveis de ocorrer nas nossas casas, nas nossas cidades. Como madeirense que sou, não fiquei indiferente, afinal de contas passei uma semana a ver inundadas as ruas por onde tantas vezes passeei com o meu avô em pequeno, por onde fiz as minhas corridas ao final da tarde, por onde consumi tardes com os amigos que deviam ter sido passadas a estudar. Todos os madeirenses têm muitas histórias a contar acerca daquelas ruas, daqueles muros, daí o aperto no coração e a lágrima prestes a correr ao assistir às imagens de devastação causadas pela água, pela lama e por tudo o que conseguiram arrastar consigo. O que me surprendeu foi que não se tratou apenas de um sentimento insular, apercebi-me de uma imensa solidariedade nacional, afinal quase ninguém ficou indiferente, talvez eu seja um daqueles típicos portugueses cépticos e com uma visão negra do meu próprio país que julgava impossível ver tanta gente a mover-se por uma causa destas, felizmente verifiquei o contrário. No fatídico Sábado recebi mensagens e telefonemas como se fosse o meu aniversário, talvez até mais, muitos genuinamente preocupados, poucos que me pareciam inconscientemente ávidos por saber novidades mórbidas do temporal.
Senti-me realmente impotente por nada poder fazer para além de me sentar no sofá e a engolir em seco todas as imagens que passavam, quando o que mais me apetecia era estar na Madeira, pegar numa pá e ir para a rua ajudar a limpar a minha ilha. Aquela ilha que afinal é de muita gente. Toda a solidariedade e generosidade que se desenvolveu à volta desta intempérie foi realmente surpreendente e o espectáculo organizado pela Sic, "Uma Flor para a Madeira", foi qualquer coisa de soberbo. Assistiu-se a algo de muito bonito e carregadinho de esperança e boa energia.
Pois é, somos afinal de contas um país menos cinzento do que aquele que pintamos.
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sábado, fevereiro 20, 2010
Temporal
Estou chocado com as imagens que chegam da minha Madeira. Entristece-me tanto ver a destruição das águas, as pessoas em pânico e as já 32 mortes confirmadas. Revoltou-me a indiferença de quem julga que a Madeira é uma ilha africana. Revoltou-me o facto de já andarem a procurar culpados e as guerras políticas que se assistem antes sequer de se tratar do que precisa ser tratado.
Estou triste.
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