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quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Eu Fiz o Pino no Palco do Coliseu!

Há duas semanas vi Deolinda no Coliseu. Agora, com uma ascenção meteórica, chegou a minha vez de pisar o palco dos Coliseu dos Recreios. E como se isso já não fosse suficiente, achei por bem sobrevoar o espaço, só para animar as hostes. Tipo Super-Homem sem a capa. Ou Aladino sem o tapete voador. Ou a Sininho sem o pó de Perlimpimpim. Já chega de analogias ridículas. Até porque de ridículo já vai bastar a minha actuação.
Já conheço os corredores todos do Coliseu mas foi só porque me perdi e não encontrava a saída. E para quem nem decora onde está a porta de saída já se imagina como vai correr o resto. De qualquer modo já percebi que, tendo em conta a natureza do espectáculo, se alguma coisa correr mal sempre posso começar a correr e a gritar que ninguém vai perceber que não fazia parte do guião. Com sorte até me aplaudem.

domingo, janeiro 30, 2011

"Que Parva que Sou"

Este podia perfeitamente ser o nome de uma música dos Deolinda.

E é.

Mas também podia ser uma frase chapada na minha testa.
Mas voltemos uns instantes atrás. Eu, Pedro Alexandre, estava a chegar felicíssimo do trabalho e a pensar que tinha uma hora e meia para comer qualquer coisa rápida e vestir a roupa nova de ir à missa quando de repente encontro o Senhor João (ou José?), vizinho da frente, marido da Deolinda, não da Ana Bacalhau, da Deolinda mesmo. Aquela vizinha (quase) típica para se ter quando moramos na zona histórica de uma cidade. O Senhor João(?), sempre solícito para me deixar passar nas escadas quando eu saio a correr atrasado para ir trabalhar, mas que pára sempre para me dar os bons-dias ou comentar algo sobre os meus horários do trabalho ou sobre a minha constante pressa. Desta vez não me falou de trabalho nem da pressa com que eu subia as escadas, de dois em dois degraus.

- E então, não foi ao espectáculo ontem?

(Pedro pára para pensar de que espectáculo estaria ele a falar)

- Ver a Deolinda! - continuou a senhor.

(Pedro pensa, mas porque raios está ele a falar da mulher dele, será que a minha vizinha da frente tem uma vida secreta nalgum bar a cantar o fado?)

- Eu fui ontem, não gostei muito, são só eles a cantar e foi muito curto. Não gosto muito da música deles.

(Pedro abre então a boca meia hora depois para dizer:

- Ah, eu vou hoje vê-los.

Mas vamos lá pensar, como sabe o vizinho da frente que eu gosto dos Deolinda? Mas depressa se desvaneceu a dúvida, acho que até o vizinho do rés-do-chão deve saber isso. Não tenho culpa de gostar de cantar no banho empunhando um megafone.
Mas Pedro ao mesmo tempo liga os dois neurónios embriagados que ainda possui e começa a pensar "Eh lá, queres ver que eles deram dois concertos e aqui o Je não sabia?

Rapidamente me despeço do Senhor Coiso e subo as escadas ainda mais depressa do que o normal, atiro-me para cima da secretária onde estão "cenas" aos montes, até encontrar o bilhete do concerto para o qual nunca tinha olhado antes. E o mistério resolve-se. O meu bilhete era para dia 28 e não dia 29. Durante um milésimo de segundo pensei "Pedro acalma-te, vais respirar fundo e não vais desanimar, vais comer qualquer coisa e vestires-te nas calmas e vais até o Coliseu muito educadamente relatar o sucedido. E quando acabo de ter este pensamento dou por mim a correr pela Ginginha fora empunhando o bilhete na mão, com a barriga vazia e a roupa reles com a qual não iria concerteza à missa.

Explicado o drama à senhora da bilheteira ela ia ver o que conseguia fazer. ~

- Eu posso ficar até pendurado nos candelabros, ponham-me onde der!

Ok, não foi isto que eu disse, mas foi qualquer coisa do género. Umas senhoras na fila ficaram solidárias comigo. Menos uma que me disse que se eu chorasse ia gozar. E eu pensava que a única maneira de ela me vez a chorar era de rir de tão feia que era. Mas eu desculpei, era a falta de homem na vida dela a falar mais alto.
Resolvidas as burocracias, deixaram-me entrar! Estive para beijar a senhora da bilheteira mas felizmente para ela, havia um vidro entre nós. Ainda tive as amigas da fila a festejar ao longe a minha entrada no concerto enquanto jogavam confetis e serpentinas. Fiquei ao lado de um grupo de fãs que mais pareciam ter ido a um concerto do Tony Carreira, com uma lona enorme alusiva ao "Patinho de Borracha" e todos eles com os respectivos patinhos de banheira. "Que sorte tive eu para vir parar logo aqui ao pé dos exibidos que vieram para dar nas vistas com os seus cânticos. À custa disso tive, por vários momentos, o Coliseu a olhar para mim, e eu sem cartaz a dizer "Não tenho nada a ver com isto". Mas rapidamente fiz as pazes com toda aquela exuberância e lembrei-me que aquilo não era nada comparando com as figuras que já fiz em concertos dos Deolinda. Na verdade, eles foram até muito amadores. Conseguiram pôr a Bacalhau a saltar no palco, mas não foram convidados aos bastidores. Mas ao menos fiquei ao lado de pessoas que não se coibiram de cantar, bater palmas e aplaudir com vigor. Tal como eu gosto. Esqueci o facto de não estar na primeira fila como deveria ser.

O concerto foi qualquer coisa. Momento alto? A música nova.



Um hino à revolta, uma canção de intervenção, digna de um 25 de Abril dos tempos que correm. Na falta de Josés Afonso, Sérgios Godinho, Simones de Oliveira, temos Deolinda. Incisivos, sarcásticos, perspicazes, inteligentes.

E deu-me para para voltar a ver os vídeos de quando fomos vê-los a Ourique. Irrepetível e inesquecível. Perdoem-me a qualidade do vídeo e do som. Mas mesmo que a minha voz esteja por cima e que eu me tenha enganado na letra, nada estraga aquele "Movimento Perpétuo Associativo", a vénia da Ana aos maiores fãs da primeira fila e o seu agradecimento personalizado.

"Proibissem a saudade de cantar... havia de ser bonito"



quinta-feira, janeiro 27, 2011

Deolinda


Estou a contar os dias para o concerto dos Deolinda no Coliseu. Nunca pensei gostar tanto de uma banda portuguesa ao ponto de colocá-la lado a lado com grandes artistas internacionais que estão no topo da minha lista de preferências. Mas seria injusto compará-los com Coldplay, Norah Jones ou Diana Krall. Eles conseguem ser únicos e são muito poucas as referências com as quais os podemos comparar. Uma mistura de estilos e sonoridades, sem no entanto perderem uma identidade portuguesa extremamente vincada, com uma alma de poeta, de bairrista, de fadista. Conseguem roçar a alegria, a ironia e a melancolia como poucos sabem. Esta banda sabe ser e sabe estar. E faz-me gostar de morar em Lisboa.



Sábado, dia 29 pelas 21h30 vai-se cantar em português.

E eu estarei na primeira fila.