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quinta-feira, janeiro 01, 2015

Algumas Notas Sobre 2015

Por não ter grandes planos para a passagem de ano, vá, dizer "grandes" é um acto de auto-comiseração, eu não tinha plano algum, gastei as minhas últimas horas de 2014 demasiado agarrado às redes sociais. Portanto, feitas as contas a olho, cheguei a estes bonitos números:

  • 182 fotografias em frente ao espelho com a legenda "Última selfie do ano";
  • 279 fotografias a mostrar os fatos e os vestidos que escolheram para arruinar após uma noite de bebedeira num Lux, num Main ou num Urban da vida;
  • 67 fotografias de jantares muito divertidos;
  • 394 publicações a agradecer ao universo as coisas boas que 2014 lhes trouxe;
  • 1285 fotografias/vídeos de fogo de artifício que não interessam realmente a ninguém que só têm "likes" porque estamos todos muito emocionados e de repente somos amigos de toda a gente;
  • 311 fotografias de garrafas de champanhe e brindes ao ano novo;
  • 63 publicações indignadas por uma tal de Agnes não ter ganho a Casa dos Segredos;
  • 362 fotografias com a legenda "Primeira selfie do ano"
  • 1232 imagens com frases alusivas ao "New Me" com que pretendem enfrentar 2015, porque acreditam piamente que será este o ano em que vão concretizar os sonhos de 2008;
  • 481 fotografias de festas supé divertidas e um ou outro vídeo no qual pretendem mostrar como a música está a bombar, mas que ninguém vai realmente abrir para vê-los;
  • 595 fotografias do "primeiro nascer do sol" do ano;
  • 572 publicações a dizer "Nunca mais bebo na vida";
  • 624 fotografias do "Primeiro pôr-do-sol" do ano - a ver se no dia 15 de Maio alguém tira uma fotografia idêntica mencionando o 135º pôr-do-sol do ano.
Já eu, que sou muito rebelde, vou publicar a fotografia da primeira laranja que eu agarrei hoje na cozinha. Ei-la toda redondinha e porosa a pedir para ser espremida. Ocorreu-me agora que podia fazer uma metáfora na qual referia pretender "espremer 2015" até à última gota, mas nós não queremos isso. Só por causa disso, publico também uma fotografia de uma cenoura. Ninguém faz metáforas sobre a vida com cenouras. 



domingo, maio 11, 2014

PES Criando Inimigos no Facebook

A propósito da vitória da Conchita Wurst na Eurovisão, não resisti a fazer alguns comentariozinhos. É provável que eu tenha entrado nalgumas listas negras.

















sábado, janeiro 19, 2013

Isto de ter um espaço na internet onde se pode dizer o que nos apetecer

Há menos de duas semanas conversava com um amigo sobre as coisas que se publicam nas redes sociais e nos blogues. Tudo começou por eu ter questionado a razão para um determinado amigo meu ter publicado um vídeo no "Facebook", que para mim, tinha mais de embaraçoso do que elogioso. Claro que cada frase, fotografia ou vídeo podem ter as mais variadas interpretações dependendo de quem as lê ou vê, e podíamos ficar horas a discutir o que está certo e o que está errado sem chegar a qualquer conclusão. Sou um fervoroso adepto do "Facebook", daqueles viciados que ligam-no quando chega a casa e desliga quando vai dormir, não é algo do qual me orgulhe, mas é um vício terrível sobre o qual nunca dediquei muito tempo a perceber o porquê. Tenho também um blogue, este no qual escrevo, não com tanta frequência como já o fiz, mas que nunca o deixei cair no abandono desde Abril de 2006. Vai fazer 7 anos, ena, ena! Em relação ao "Facebook", não fui dos primeiros a aderir, na verdade acho que quando criei perfil é que percebi que tinha estado pelo menos um ano na escuridão, visto centenas de amigos meus já terem feito dessa rede social o seu local predilecto para escarrapachar tudo sobre as suas vidas. Tudo, ou pelo menos, o que querem que se saiba. Fala-se muito da violação de privacidade, das vidas ficarem demasiado expostas, seja pelas fotografias pessoais, pelos vídeos publicados ou pelas famosas localizações, tão úteis para meter inveja aos outros ou mostrar aos outros onde poderão ser "encontrados". Com tudo o que de mal isso pode ter, acho que acima de tudo não podemos esquecer que cada um coloca aquilo que quer que se veja ou leia, caso contrário escreveriam num diário que escondem debaixo do colchão. A partir do momento em que publicam na internet, é do domínio público, por mais definições de privacidade que tentem colocar.
Nessa conversa, falei ao meu amigo sobre o meu blogue. Começou por brincadeira, numa altura em que era moda ter um site destes e fazer desse espaço uma espécie de diário onde se podia escrever as peripécias do dia-a-dia, os desabafos ou aqueles pensamentos mais rebuscados que nos assolam a mioleira, e que sabíamos, seriam lidos pelo menos pelos nossos amigos bloggers. Na altura não se falava das repercussões "maléficas" que podiam acontecer. Na verdade eu fazia questão de escrever onde tinha sido tirada a fotografia "x" e não me preocupava com a privacidade das outras pessoas sobre as quais falava ou que apareciam nas fotografias. Tirando um ou outro caso onde algum interveniente reclamava ter ficado com cara de bode que levou com uma porta na cara, pedindo encarecidamente, por esse motivo, para eu retirar determinada fotografia. Acontece a todos. Hoje, escrevo muito menos e quando o faço, não é da mesma maneira que em 2006, 2007 ou 2008. Há coisas que eu escrevi e publiquei que não o faria hoje em dia, no entanto nunca apaguei nada. Quando vasculho nos arquivos, até sinto algum embaraço por ter escrito certas coisas e pelas roupas e penteados que usava há não muito tempo. Mas eu era assim, o que se vai fazer? Tenho noção que dentro de 2 ou 3 anos também vou zombar do ser iluminado que eu julgava ser em Janeiro de 2013.

Em relação à pobre Pépa, segui atentamente os desenvolvimentos da sua novela virtual. Antes de qualquer revolução ter começado, vi o vídeo e achei desinteressante. Pensei imediatamente que a miúda estava a aproveitar algum espaço de antena para pedinchar uma mala Chanel a quem se quisesse chegar à frente, ainda assim com o cuidado de mencionar que estava a poupar dinheiro para tal concretização. Mas para mim, o vídeo ficava por aí. Até que a Samsung resolve retirar os vídeos por causa de alguns comentários negativos em relação a este video específico, abrindo a caixa de Pandora da estupidez nas redes sociais. A miúda fala à beta, e depois? Ela deseja ter uma mala Chanel, eu desejo uma viagem à volta do mundo, e depois?  Até o Miguel Esteves Cardoso se deu ao trabalho de criticá-la no blogue da Pipoca Mais Doce. E no final de tudo, a Maria João Ruela num entrevista épica no Telejornal da Sic a tentar fazer-se passar por Oprah Winfrey a quem é tudo permitido.

"E a Filipa é assim mesmo, fala daquela maneira?"  - E você, acabou mesmo de fazer essa pergunta?

"Acha que num país que vive um momento social que atravessamos hoje em dia, com portugueses com tantas dificuldades, obrigados a emigrar para conseguirem emprego e ganhar dinheiro, esse é um desejo para 2013?" - Peço desculpa por não ter desejado a paz no mundo.

"Mas a sua família já reduziu alguma tipo de coisas que costumava fazer? Quer me dar um exemplo?" - Você precisa realmente saber este tipo de coisas?

"(...) faça-me um verdadeiro desejo para 2013" - E lá perdeu mais uma hipótese de pedir a paz no mundo.

"Estava disponível por exemplo para ajudar uma pessoa que esteja desempregada e que precise de ir a entrevista de emprego a vestir-se bem, acha que isso é um desejo legítimo para 2013, melhor que uma mala Chanel?" - Sim, uma roupita qualquer combinada com uma mala Chanel e o emprego será dela concerteza.

"Mas a sua família concerteza que a ajuda, tem possibilidades para ajudá-la, não é? - Sim, eu adoro a ideia de ser uma jovem adulta que depende dos pais. Até tenho o sonho de viver com eles para sempre, mas isso seria um desejo egoísta.

"E está arrependida do que disse"?" - Claro que estou. Devo um pedido de desculpas a todos os portugueses que me insultaram através dos seus iPhones, iPads, e tecnologias afins da Apple. Agora vou para casa escrever 1000 vezes "Nunca mais ter sonhos em voz alta".



Bem, o que me interessa é que eu vou continuar a ter Facebook, blogue e quem sabe no futuro alguma outra rede social e pretendo continuar a ter a possibilidade de escrever o que bem me apetecer, sem qualquer tipo de censura, a não ser que comece a escrever planos para um bombardeamento ou para entrar numa escola de arma em punho. Aí penso que será boa ideia me deterem. Até lá, espero poder escrever os meus desejos fúteis, os meus pensamentos estapafúrdios e publicar as minhas fotografias idiotas. E espero poder continuar a rir-me de publicações alheias que não aprecio e aceito perfeitamente a possibilidade de eu próprio ser alvo de chacota, até porque nada do que eu publico é feito contra a minha vontade. E tudo o que aparece na net, nunca mais de lá sai. 
Não gosto de fundamentalismos, aprecio acima de tudo as pessoas que reflectem nas coisas e que têm bom gosto. E só por isso, a Pépa merecia a mala da Chanel.

E eu uma viagem à volta do mundo. Pensem nisso, está bem?


quarta-feira, junho 06, 2012

Eu Não Quero Fazer Mais Amigos

É verdade, eu não quero amigos novos. Os antigos já me dão trabalho de sobra. Sou no geral uma pessoa muito afável e a quem se pode apresentar a amigos, familiares e levar a eventos sociais sem correr o risco de eu fazer ou dizer alguma coisa embaraçosa. Sou até uma pessoa que à mesa mastiga de boca fechada, não limpa a boca na toalha de mesa e que não põe o guardanapo de papel no colo. Consigo inclusivamente desenvolver assuntos para evitar momentos mortos com as pessoas que acabaram de me ser apresentadas sem ter de fazer referência às condições meteorológicas. Com o tempo, tenho até desenvolvido uma forma bastante credível de demonstrar interesse sobre assuntos que nem para encher chouriços me interessam, o que me pode vir a tornar numa pessoa hipócrita, mas tudo em prol da manutenção de um ambiente são entre mim e as pessoas, normalmente amigos de amigos, com quem, por alguma razão, somos "obrigados" a conviver num determinado momento. 
Por essa razão, tenho o Facebook inundado de amigos. Familiares, amigos de infância, amigos de trabalho, amigos de paródia e muitos, mas muitos amigos de amigos que se não fosse por essa razão não fariam parte dessa lista. 
Portanto, esta minha dissertação quer explicar uma determinada coisa aos meus amigos e aos "mais-ou-menos-amigos":
Eu, Pedro Alexandre Espírito Santo Andrade, sou uma pessoa que tem um problema. Sou daquelas pessoas que quando chega a casa liga SEMPRE o facebook e pouco se importa se o chat está online ou não. Ligo o computador e assim fica, mesmo que eu esteja a lavar loiça, a jantar, a tomar banho ou a coçar a micose. E há pessoas que falam comigo. E eu vou confessar aqui que apenas respondo quando me apetece. E muitas vezes não me apetece nadinha. Deixo aquilo a piscar e se me apetecer vou lá ver o que me disseram. Podia pôr offline, é verdade, mas nem sempre me dá para isso. E depois o que acontece, o que é? As pessoas ficam aborrecidas com o Pedro que as ignora constantemente. Mas algumas pessoas vão ter de perceber que nem sempre há paciência para conversa de circunstância que começa com um "Olá, estás bom?", ao qual é respondido um "Sim, e tu?", terminando com um apoteótico "Também". Percebi entretanto que o chat do facebook permite saber se a outra pessoa já leu ou não a mensagem enviada, o que invalida a desculpa do "Desculpa, só vi mais tarde quando já não estavas offline". Estou tramado.

Aproveito a oportunidade para pedir desculpas e desejar Parabéns atrasados aos meus 1015 amigos que me esqueci de parabenizar, é a minha tentativa de redenção porque estou quase a celebrar mais uma Primavera e adoro receber mensagens e telefonemas e já estou a imaginar o drama de chegar à meia-noite e ficar a olhar para o telemóvel sem que ele toque. É toda uma situação.

© W2 Photography/Corbis

domingo, fevereiro 13, 2011

"Pedro Gosta Disto"


Hoje falemos acerca do botão "Gosto" do Facebook.

Já não bastava haver pessoas que escrevem coisas espectaculares, das profundezes mais íntimas do seu ser, como por exemplo, "Banho" ou "Comendo" ou "Chuva" no Facebook, tinha de existir também um botãozinho a dizer "Gosto" debaixo de todas essas pérolas. E para que serve esse botão? Eis a minha teoria:

1 - Para ajudar as pessoas menos inspiradas a dizer que gostam de uma coisa mas não o suficiente para escreverem algo inteligente, então, entre passar por uma pessoa que não tem nada de útil para escrever, ficam-se pela manifestação mais silenciosa sem correr o risco de ficar mal na fotografia;

2 - Para dizer às pessoas "Eu estou aqui", é uma forma de tentar impedir que os nossos amigoas venham dizer "Ah, nunca mais disseste nada". Nesse momento podem sempre dizer que não é bem assim, que ainda na semana passada tinham gostado da música nova dos Pólo Norte que estava no seu mural, mesmo que isso seja uma mentira escandalosa;

3 - Para ajudar a acelerar o processo de engate, clicando "Gosto" em várias publicações do mural ajuda logo a encontrar uma série de coincidências fabulosas que dizem nas entrelinhas "Estou desejando de te saltar para cima, mas vou começar subtilmente a dizer que gosto das tuas coisas e ainda bem que não me estás a ver neste momento em que tenho as minhas hormonas a transbordar pelos ouvidos".

4 - Finalmente, para efectivamente dizerem que gostam genuinamente de alguma coisa.


Tornou-se de tal forma tão banal dizer que se gosta de alguma coisa que as pessoas começam a entrar em piloto automático. E é isso, ou a malvadez desavergonhada, que fazem com que haja 25 pessoas a gostar do final da relação do João, da morte do Cachorro ou da doença terminal da Avó.
Pois bem, se o João terminou uma relação, não deverá, à partida, estar super feliz da vida nem ficará melhor pelo facto dos amigos "gostarem" do facto dele estar novamente no mercado de aquisições amorosas. Uma pessoa fica sempre na dúvida se o clique é por solidariedade com a coisa ou por simplesmente se sentirem bem com a desgraça alheia.
Se o cachorro morreu, também fica a dúvida no ar se estão a querer dizer "Finalmente vou poder ir a tua casa sem correr o risco de ser atacado pelo lobo d'Alsácia raivoso que me atacava as pernas sempre que eu passava no hall de entrada".
Se a Avó está em vias de falecer, se calhar uma mensagenzita de apoio um pouco mais privada poderá ser a solução, mas isso digo eu que não sou ninguém. Eu pelo menos acho que não gostaria de ter 85 anos e ver a minha demência "apreciada" nas redes sociais pelos amigos virtuais dos meus netos. Essas pessoas deviam era levar um chapadão, se o meu Parkinson permitisse tal coisa.

Por agora é tudo, vou só ali ver se já criaram um botão que me permita gostar dos "Gostos" das pessoas que gostaram dos meus comentários.