
Haverá melhor forma de se morrer ? E idade para morrer ? Infelizmente muitas vezes ao relembrar as pessoas que já cá não estão, uma das primeiras coisas que nos ocorre é "ah, aquele maldito cancro..." ou "aquele acidente foi horrível..." ou mesmo "ele já não tinha qualidade de vida, já nem tinha autonomia...". É automático. Falamos de alguém que morreu e logo as nossas redes sinápticas tratam de ir até à caixa negra os últimos momentos da pessoa em vida o que faz com que ela seja recordada em primeira instância pelas razões mais mórbidas possíveis. É triste que muitos anos de uma vida sejam condensados aos últimos suspiros, mas é-nos inevitável pensar dessa forma. Lá o "Dino", passou de herói do público juvenil a decepção e desconsolo ao se saber que foram detectadas substâncias ilícitas quando se deu o acidente. Passou de actor divertido e talentoso a drogado num fósforo. Como se tudo o resto deixasse de ter importância...
Já ninguém morre de velhice, isso entrou em desuso. Já há justificações para todos os óbitos, um vírus, um cancro, um problema cardio-vascular... Sei é que não quero ser recordado como o rapaz/homem com um tumor do tamanho de uma bola de ténis, com as artérias entupidas, viciado em drogas ou no álcool, aquele que caíu dum 3º andar, que morreu afogado, que levou uma dentada fatal de um tubarão, que contraíu o vírus da sida, que levou um tiro em cheio no músculo cardíaco, que morreu atropelado ou num acidente em cadeia numa auto-estrada em que eu tive a culpa. Quero ser recordado por aquilo que fui, não como deixei de ser.
Não temo a morte porque sei que é inevitável. Portanto a ideia é mesmo ir aproveitando enquanto se pode !
Esta é mais uma das minhas divagações meias despropositadas, mas não deixa de ser um assunto que me ocorre por vezes. E como escrevo aqui tudo o que me apetece, pronto, deu nisto.