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terça-feira, setembro 23, 2014

PES Vai a Concertos IX - Caixa Alfama




Pelo segundo ano consecutivo fui ao Caixa Alfama, o que me dá 100% no que toca à assiduidade neste festival. No ano passado com Sofisabel, neste ano com pais e avós. O cartaz foi bem bom, mas a meu ver a distribuição dos artistas pelos palcos não foi a melhor, não sei porque não se lembraram de me vir perguntar, eu tenho sempre soluções para estas coisas. Os meus concertos favoritos eram quase todos no 1º dia, em palcos diferentes, praticamente à mesma hora. Nunca a expressão "maratona do fado" fez tanto sentido, já que assisti às primeiras 4 músicas da Kátia Guerreiro no palco Caixa, depois corri para o concerto da Ana Bacalhau para mais umas 4 ou 5 músicas e não satisfeito tentei apanhar o final da Gisela João num palco que demorei séculos a encontrar porque o mapa parecia ter sido feito à mão para uma caça ao tesouro manhosa. A Cuca Roseta teve de ser preterida, nada contra, mas apesar de ser Espírito Santo, ainda não sou omnipresente. Depois, já com a frequência cardíaca recuperada rebolei até ao palco Caixa novamente onde apanhei o final do Ricardo Ribeiro, que a julgar pela sua barriga também rebolaria comigo certamente, e o concerto mais aguardado da noite, Ana Moura e António Zambujo. No dia seguinte, com o cartaz cheio de nomes desconhecidos para mim, fiquei-me pela Carminho. 
A ter de escolher o melhor de todos, o que é difícil fazer, talvez escolhesse a Gisela João porque para além de eu venerar a sua voz, a sua energia, a sua irreverência e a sua genuinidade, ela tinha uma pequena orquestra maravilhosa a tocar com ela num espaço mágico o que tornou tudo tão mais especial. Deu até para tirar uma espécie de fotografia com o Norberto e a Gisela desfocadíssima ao fundo, mas ao menos o meu pai já pode dizer que tem uma selfie com uma artista apesar de não a conseguirmos identificar na fotografia, as pessoas vão ter de acreditar. A Ana Moura e o Zambujo nunca desiludem e juntos são irressistíveis e apetece levá-los para casa e pô-los na sala de estar a cantar a tarde toda. A Carminho foi a surpresa do festival, já que nunca a tinha ouvido e talvez por não ir com uma expectativa muito elevada me tivesse surpreendido tanto. Ela foi divinal! Também a quero lá em casa aos fins-de-semana quando a Ana e o António estiverem de folga. Já a Ana Bacalhau, que deve começar a pensar que a persigo para todo o lado, o que até nem é mentira, safa-se muito bem nestas lides e até me escreveu no instagram, o que me deixou de sorriso na cara, porém, e contra a minha natureza, não fui capaz de lhe falar quando no dia seguinte a encontrei e ao José Pedro Leitão no concerto da Carminho, mesmo que a Laura me tivesse praticamente empurrado na dua direcção. Enfim, idiota.

Para o ano há mais, esperemos!








sexta-feira, agosto 01, 2014

PES Vai a Concertos IX - Gisela João


Em 2007 estreei-me nas "Músicas do Mundo" de Sines. Desde então falhei apenas um ano. Com esta, foi a 7ª edição na qual marquei presença. Nunca vou ver alguma banda em concreto, costumo dizer que vou lá apenas existir. E quem já lá foi sabe mais ou menos do que eu estou a falar. Existir apenas é bom.
O cartaz é grego para mim, tirando os artistas portugueses que são convidados, não conheço ninguém. Este ano convidaram a Gisela João. Já a tinha visto 2 vezes e meia antes (aquela música única cantada no Rossio não conta como concerto), nada de muito novo para mim. Porém, continuo a gostar como se fosse sempre a primeira vez. E existe uma explicação muito simples para eu gostar tanto dela. Eu gosto de fado, comecei a gostar devagarinho até chegar ao momento em que sinto que ele já faz parte do meu ADN, da minha vida, da minha história, do meu país. Não gostava muito em miúdo porque não entendia a portugalidade, a profundidade e o sentimento que ele envolvia. Julgava que o fado era música de velhos e velhas com guitarras e xailes, enfadonhos daqui até à lua. Mas uma pessoa cresce em muitos sentidos e felizmente hoje sou um adepto ferveroso da nossa música.
A Gisela não é a primeira fadista a trazer uma brisa fresca no mundo do fado, lembro-me de já ter assistido ao nascimento de fadistas da minha idade e até mais novos que têm levado a que a nossa música não se cinja à faixa etária dos nosso avós. Mas a Gisela é muito especial. A Gisela é irreverente, quem a visse fora de palco pensaria que ela seria a vocalista de uma banda pop ou rock, mas quando ela solta a voz percebe-se que "não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista". Ela pode cantar no Lux com o Nicolas Jaar, pode reinventar António Variações, ela pode fazer o que quiser. A miúda gira e fixe que usa ténis e vestidos que estamos pouco habituados a ver nos palcos de fado tem uma alma inegável de fadista e uma das melhores vozes que já ouvi. Ela tem o dom de me prender às suas canções mesmo que eu as esteja a ouvir pela primeira vez graças à intensidade na actuação. Ela sente o que canta de uma forma simplesmente arrepiante. Ouvi alguém comentar num dos seus concertos que ela fazia caretas enquanto cantava, eu vejo isso como a mais bonita manifestação de emoções que a música transporta em si. Diz-se que as coisas que fazemos na vida apenas serão bem feitas se pusermos tudo de nós nelas. E a Gisela sabe isso muito bem. E isso é tudo. Já está no meu Olimpo.

sábado, maio 31, 2014

Abertura das Festas de Lisboa e o Concerto Mais Pequeno do Mundo


Esta noite deu-se início às Festas de Lisboa com um espectáculo no Rossio denominado "O Último Sonho do Grande Aventureiro Fernão Mendes Pinto". Houve bonecos insufláveis a esvoaçar, pessoas com andas e um rapaz, certamente do Chapitô, a fazer de navegador num barco que andava no meio da multidão. Mas o que me chamou ao Rossio foi o facto de contar com a participação da Gisela João. Eu ali todo feliz, quase na fila da frente, preparado para ouvi-la mais uma vez e eis que sobe ao palco com os seus guitarristas e começa com o "Vieste do Fim do Mundo". 
E depois acabou e foi tudo embora.

FIM.


terça-feira, dezembro 31, 2013

Top + cá de casa 2013

Num ano em que o meu rico iPod perdeu a vida e tive de comprar um "novo" no OLX, a minha diversidade musical não foi a maior. A culpa é do "Mundo Pequenino" e do "There's a Flower in my Bedroom", que sozinhos açambarcaram 13 dos 25 lugares das mais ouvidas, ocupando inclusivamente os primeiros cinco lugares. Não tenho culpa de gostar MUITO do que se fez em Portugal este ano. Ao analisar os concertos que fui este ano, percebo que foi tudo "Made In Portugal": 

  • Deolinda (3 vezes) 
  • Luísa Sobral (2 vezes)
  • Carlos do Carmo
  • António Zambujo
  • David Fonseca
  • Ana Moura (2 vezes)
  • Gisela João (2 vezes)
  • Ana Bacalhau a solo
  • Cuca Roseta
  • Raquel Tavares
  • Cristina Branco 
  • Tributo a Joni Mitchell
Eh pá, agora que concluo isso reforço ainda mais, a música portuguesa é boa que dói! Finalmente consegui ir a um concerto do Carlos do Carmo, aos anos que esperava essa oportunidade. Lamento apenas ter assistido ao concerto de um ângulo meio complicado, mas hei-de ter mais alguma chance de o ouvir, até porque faltou-lhe o "Estrela da Tarde" e ainda não o perdoei por isso. A Gisela João foi a revelação do ano sem dúvida, conheci-a no Festival de Fado em Alfama onde também pude ver pela primeira vez o António Zambujo e a sua lambreta que eu tanto idolatro. Os Deolinda, esses nem vale a pena comentar, vi-os três vezes, duas delas em dias seguidos nos Coliseus de Lisboa e Porto, com direito a dois dedos de conversa a convite da Ana Bacalhau. O Coliseu do David Fonseca também foi maravilhoso! A Lúísa Sobral, se juntar as colaborações com o David Fonseca e o tributo à Joni Mitchel, vi-a 4 vezes e o São Luiz espera-me já em Fevereiro. Foi um ano bom demais para a música portuguesa.
Mas vá, num ano em que perdoei um pouco a música pop que se faz nos últimos tempos, o meu top 25 é o seguinte:

1º - "Musiquinha", Deolinda
(249 reproduções)


2º - "I Remember You", Luísa Sobral
(177 reproduções)


3º - "Seja Agora", Deolinda
(175 reproduções)


4º - "Algo Novo", Deolinda
(146 reproduções)


5º - "Hello Stranger", Luísa Sobral
(146 reproduções)


6º - "Sweet Nothing", Calvin Harris feat. Florence Welch
(144 reproduções)


7º - "I Was In Paris Today", Luísa Sobral
(127 reproduções)


8º - "Kiss You", One Direction
(127 reproduções)


9º - "Antigamente", Gisela João
(116 reproduções)


10º - "Capitão Gancho", Clarice Falcão
(109 reproduções)


11º - "Quem Tenha Pressa", Deolinda
(98 reproduções)


12º - "I'll Be Waiting", Luísa Sobral
(91 reproduções)


13º - "One Day", Asaf Avidan
(89 reproduções)


14º - "She Walked Down The Aisle", Luísa Sobral feat. Jamie Cullum
(89 reproduções)


15º - "Mom Says", Luísa Sobral
(88 reproduções)


16º - "Concordância", Deolinda
(85 reproduções)


17º - "Blood", The Middle East
(84 reproduções)


18º - "Doidos", Deolinda
(81 reproduções)


19º - "Um Só", Clarice Falcão
(80 reproduções)


20º - "The Party", Regina Spektor
(80 reproduções)


21º - "Oitavo Andar", Clarice Falcão
(75 reproduções)


22º - "One Way Or Another", One Direction
(75 reproduções)


23º - "Semáforo da João XXI", Deolinda
(72 reproduções)


24º - "I Knew You Were Trouble", Taylor Swift
(71 reproduções)


25º - "Spectrum", Florence + The Machine
(70 reproduções)



Menções honrosas para "I Love It" da Icona Pop, "Top Of The World" dos Imagine Dragons, "Pois Foi", "Gente Torta" e "Fiscal do Fado" dos Deolinda e "De Todos os Loucos" da Clarice Falcão. 
And that's all folks!

 

domingo, outubro 06, 2013

Um Sábado como outro qualquer

Felizmente o dia 5 de Outubro já não é feriado. E escrevi felizmente porque precisava tirar horas da minha vida para  poder meter-me na Loja do Cidadão, mais precisamente à segurança social. Aproveitei então o Sábado, a "única" folga do mês de Outubro para tal efeito. Para evitar filas muito grandes, fui 40 minutos antes para os Restauradores, provavelmente a pior Loja do Cidadão para se ir. Estava uma manhã gloriosa, com uma luz linda de Sábado. Sabe tão bem "respirar" Lisboa pela manhã. Até que me deparei com uma fila de quilóoooooometros, vá, muitos metros, demasiados para aquela hora da manhã. Peguei na revista "Sábado" e pus-me a ler para passar o tempo. E só agora ao escrever isto me apercebo da ironia de ler a "Sábado" num Sábado de manhã. Aproveitei para acordar 492 amigos com mensagens onde desabafava ter mais de 100 pessoas à miha frente. Mas menti-lhes. Só tinha 100. Eu era o número 101, o que me deu para ir tomar o pequeno-almoço. Voltei, ia no 14. Fui a casa fazer coisas, voltei, ia no 64. Fui ter com amigos a um café, voltei, ia no 85. Fui ao Chiado comprar café, voltei, ia no 95. Esperei. Nisto, já tinham passado cerca de 3 horas e meia. Fui atendido. Tinha duas situações para resolver, uma delas, disseram-me que não era ali, a outra, não tinham informação para me responder.  Enfim, vidas. 

Aproveitei a boa energia do dia para não me aborrecer com isso e fui aproveitar as horas que me restavam. Consegui numa só tarde conhecer duas coisas novas em Lisboa: o miradouro de Monte Agudo e o Palácio de Belém. O miradouro, mais um belíssimo spot para um final de tarde com uma vista maravilhosa para Lisboa, nunca teria dado com ele, é um "segredo" bem escondido da nossa cidade. E o Palácio de Belém, aproveitei estar aberto por ser dia 5 de Outubro e fui assistir ao concerto da Gisela João, o segundo que vejo no espaço de três semanas. Não deu para conhecer bem os jardins do Palácio, mas pareceu-me ser um sítio onde eu me conseguia habituar a viver com alguma facilidade. Estando presente, pelos motivos óbvios, o Presidente Cavaco, pensei que aquilo pudesse dar cagalhão, e na volta, fui preparado para uma batalha campal com o  capacete na cabeça. Não tendo havido manifestantes nem pedras pelo ar, o capacete acabou por não ser necessário, mas nunca fiando, continuo a achar que fiz bem em levá-lo. 



domingo, setembro 22, 2013

Caixa Alfama 2013


Este ano não fui ao Super Bock, ao Sudoeste, nem sequer ao Optimus Alive. Mas fui ao Festival de Fado. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Troquei as esperas de horas sentados no chão à espera do início do primeiro concerto para guardar bons lugares à frente, por uma cadeira a uma distância que não me permitia ver as caretas da Gisela João. 
De costas para o rio e para a lua quase cheia,  de frente para uma Alfama iluminada, um pouco mais inundada do que o normal pelos trinados de guitarras, a noite começou com a Gisela, por quem me apaixonei à primeira  vez que ouvi uma música dela. Não conhecendo mais nada do seu repertório, sorvi o concerto com a alegria de quem ouve música boa pela primeira vez. Depois, já sem a responsabilidade de uma estreante, a Ana Moura, encheu a plateia com a sua elegância e a voz grave de quem já alcançou e sedimentou o seu lugar na música deste nosso país. Não cantou o "Fado da Procura" nem o "Até o Verão", mas eu cantei-as à mesma na minha cabeça. Dispensei o Camané e esperei pela noite de Sábado. Numa noite já não tão quente, a bairrista Raquel Tavares abriu as hostilidades com o sangue na guelra de quem vive (em) Alfama. Dedicou uma música às pessoas de Alfama e eu demorei alguns segundos a perceber que aquela também seria para mim! Cuca Roseta foi uma agradável surpresa, já que não a conhecia. Terminado o seu concerto, corri com a Sofisabel para as filas da frente à espera do Zambujo e a sua lambreta. "Algo estranho acontece" quando aquele homem começa a cantar. A sua voz inebria sem entediar, encanta, embala-nos, põe-nos com um sorriso bobo na cara. Uma delícia.

E mais uma vez, senti uma comichãozinha boa na barriga por viver nesta cidade e nestes bairros antigos, por sentir-me parte das 1001 histórias que eles têm para contar e por me saber fadista, à minha própria maneira.