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quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Hoje eu podia escrever...



...sobre as minhas doenças infindáveis deste início de ano, sobre as coisas que quero comprar para a minha casa e que ando a adiar, sobre o dinheiro que não estica e tende a desaparecer do bolso, sobre o dilema amoroso da minha amiga, sobre as festas de aniversário que se multiplicam, sobre a ante-estreia do filme da Mónica, sobre a chuva que não cai, sobre as conversas "Sexo e a Cidade" que temos ao jantar, sobre o abandono do romantismo, sobre a difícil situação do país, sobre a minha insatisfação profissional, sobre os problemas sociais do Bairro onde dou aulas, sobre os planos em papel que não se concretizam, sobre as viagens que quero fazer mas que estou a adiar, sobre o cinismo daqueles que insistem em ser pesados em vez da leveza que julgam ter, sobre o Benfica que está cada vez mais longe do Porto, sobre as contas que tenho para pagar, sobre o tempo que nunca me sobra, sobre o exercício que não anda a ser feito, sobre a overdose de chocolates que acontece nesta casa, sobre o puzzle que ainda não está terminado.

Mas em vez disso, vou limpar a casa.

sábado, novembro 06, 2010

Hoje é Sábado!


E EU NÃO ESTOU A TRABALHAR!

É hoje o dia. Não há volta a dar. O Tiago estabeleceu e não posso fugir. A casa precisa mesmo ser arrumada e limpa. Principalmente o quarto onde por acaso eu durmo. Segundo palavras do Tiago, a casa parece o Faroeste com bolas de cotão de tamanhos de ovelhas a rebolar pela casa. O meu quarto desapareceu no meio da confusão e eu não tenho andado muito empenhado em encontrá-lo, mas receio que esteja nos bolsos das calças que estão a lavar neste momento, curiosamente a lavagem da roupa é capaz de ser a única actividade que realmente tenho em dia e mesmo assim já existe um Evereste de toalhas e roupas à espera de serem escaladas e arrumadas no armário que eu não tenho mas gostava de ter. Está um dia de sol fabuloso e eu queria ir apanhar conchinhas mas não tenho carro que me leve até à praia e nem o anúncio "Quero ir à praiaaaa" no Facebook serviu para convencer alguém a conduzir-me até lá. Tenho de passar a ser mais incisivo, mas depois ainda corria o risco de ter alguém que nem é muito meu amigo a oferecer-se e eu depois teria de arranjar alguma desculpa esfarrapada "Huuum, sabes, afinal já não me apetece muito, diz que o sol está de cancro de pele e eu não tenho protector factor 60". Esta casa precisa de calor humano e ausência de pó. Hoje vamos às compras gastar dinheiro, Pai, Mãe, já estou sem dinheiro de novo, não há ordenado que chegue a meio do mês! Preciso de uma cama e um móvel e um sifão novo. E uma cortina de banho que chegue até ao chão, já que a última que comprei dista uns 30 cm, o que transforma a casa-de-banho num Aquaparque toda a vez que alguém se banha. É isso e a chuva que corre pelas paredes. É bom que não chova muito este Inverno senão vamos ter problemas com o senhorio e o seu "lazy eye" que tanto atormenta o Tiago. Já eu, desisti de o olhar nos olhos, ficava zonzo cada vez que o fazia.

É verdade, já disse que ADORO morar com o Tiago?

Bem, vou pôr mãos à obra e aproveitar a embalagem do pequeno-almoço tomado há minutos atrás para dar um ar decente a este antro. Até porque o Tiago já está a lavar coisas lá dentro e eu ainda estou a escrever no computador. Mal sabe ele que vou pôr música aos berros e cantar durante todo o processo de limpeza. Dou-lhe um mês para se mudar de casa ou no pior dos cenários, se atirar da janela aos gritos de pânico por não me conseguir calar.


Foto: nataliedee.com

sábado, setembro 04, 2010

O que acontece quando o Pedro tem tempo para limpar a casa mas não o faz porque acaba ficando a escrever coisas no blogue e no facebook

NÃO COMPREENDO! Juro que não. Mas sempre que tenho alguma coisa para fazer arranjo sempre alguma desculpa para ficar mais um minutinho agarrado ao computador. É porque resolvi postar uma música nova. É porque alguém actualizou fotografias. É porque alguém comentou alguma coisa e eu tenho de responder. É porque de repente o facebook se torna um chat tipo MSN e é rude abandonar a conversa a meio. É porque entretanto começou uma música no aleatório que se deve ouvir relaxado e não a trabalhar. É porque entretanto recebo a notícia de que a Laura vem a caminho de Lisboa e precisamos celebrar isso. É porque o Igor está em Lisboa e também precisamos celebrar isso. É porque a Helena Garden está em Lisboa para sempreeee e precisamos festejar isso. É porque eu me sinto feliz e faço questão de celebrar isso mesmo das melhores maneiras possíveis. Arf!
E os copos, os pratos e as panelas continuam por lavar. A roupa por lavar e dobrar. As coisas espalhadas pela casa. A Laura vai ter muito trabalhinho pela frente! E por trás!
E TENHO DE ME DEIXAR DE POSTS COM TÍTULOS GIGANTESCOS COMO OS DA LAURA! Mas também és a única que me lê, arf!

sexta-feira, junho 26, 2009

Dono de Casa Desesperado


Mãe, isto escrevo para ti:

Agora sim, sei o que custa tratar de um lar. Os meus dias começam a ter uma rotina com a qual nunca tinha lidado antes. Há sempre louça que não se lava nem se guarda sozinha, vá lá, até consegue secar se a deixarmos no escorredor de um dia para o outro, e é incrível a quantidade de louça que se suja para fazer um almoço ou um jantar simples. Será de mim que não sei fritar um ovo sem sujar 2 frigideiras, uma panela, 2 pratos e 3 talheres? Alguém que me diga que lhe acontece o mesmo, por favor. E depois a sujeira. Meu Deus, aquilo salpica e respinga para todo o lado, parece um espectáculo pirotécnico com comida, o que não tem grande piada quando falamos da nossa cozinha. E eu sou a favor que as coisas que estão a ser cozinhadas não devem ter vida própria, devem mas é permanecer quietinhas na frigideira ou na panela, porque se eu quisesse comida viva, comprava galinhas e porcos, não os bifes já cortados naquelas embalagens de esferovite. Quer dizer, não que me importasse de ter um ou dois bichos destes, mas num T2 pequenino acho que seria muito ser vivo a partilhar o mesmo ar e só Deus sabe como o preço do ar está pela hora da morte. Adiante, porque é que o simples facto de ter um prato, um copo e dois talheres no lava-loiça dá a imagem de desarrumação total à cozinha? Quando eu passava os fins-de-semana sozinho aí no Funchal eu deixava acumular a loiça de 2 dias e a balbúrdia não parecia ser tanta, apesar de se construirem montanhas com as coisas para lavar. Se calhar porque agora esta é a minha casa e não a vossa. É capaz de ser isso.



E todo o processo de lavar, estender, retirar e dobrar roupa? Nem falo em engomar, pois nem tábua temos ainda, mas mesmo que a tivéssemos acho que pouco ou nada a utilizaríamos, apesar de bater a saudade de uma bela t-shirt engomada. Uma delícia. Deveria existir uma máquina que fizesse isso tudo por nós, e que ainda arrumasse as roupas no closet, se não fosse pedir muito.

A cama, agora é feita todos os dias. Acabaram-se os velhos tempos em que a cama apenas estava arrumada uma vez por semana, que era quando se trocava os lençóis. Tu já tinhas desistido de mim, já nem me pedias para fazê-la, mas estava na hora de atinar um pouco, e acho que me rodeei de pessoas organizadas aqui em Lisboa, que de certa forma me ajudaram a ganhar o belo do hábito. Roupas jogadas pelo chão do quarto, nem vê-las. Acabaram-se os montes Everestes que montava em todos os espaços livres do quarto aí de casa, com roupas que nunca mais acabavam. E depois há sempre aquelas coisinhas que supostamente têm lugar próprio, mas que teimosamente estão nos sítios errados e precisam reencontrar o caminho para casa. Engraçado como não se dá conta destas pequenas desarrumações progressivas e quando olhamos em volta, temos um prato para levar para a cozinha, uma cadeira fora do sítio, revistas e livros nos lugares errados, lenços espalhados, uma chave de casa, uma carteira, uns cartões, uns trocos, tudo aparece em sítios onde não deviam estar, sabe-se lá porquê.

As limpezas e lavagens do chão e casa-de-banho normalmente não as faço porque o Rúben gosta mais disso do que eu, mas também isso exige limpezas. O pó aparece em todo o lado e às vezes parece que quando o pó nos vê de pano na mão, começa a levitar e depois do pano passado, volta a assentar. Começo a acreditar nesta teoria.

Depois há ainda temos o lixo, que se enche num ápice e é preciso estar sempre a mudar de sacos, isto para além dos produtos para a reciclagem que às vezes nos fazem perder tempo a pensar para que caixote é que devem ser enfiados.

Olha, é assim. Ser dono de casa é uma tarefa complicada. Foram precisos 23 anos para reconhecer tudo o que tens feito. Reconheço agora todo o teu empenho, determinação e capacidade de gestão e organização. Valorizo agora o facto de chegares a casa do trabalho e começares logo, sem paragens para descanso, a arrumar o que de arrumação necessita. A roupa para lavar, estender e dobrar, o jantar para fazer, as plantas para regar... E tudo isto sem reclamar nem exigir nada em troca, e muitas foram as vezes que um simples elogio ao jantar ou um reconhecimentozinho podiam ter sido dados, mas a verdade é que as pessoas que não fazem nada em casa, não conseguem valorizar quem o faz. És o altruísmo em pessoa.

Portanto agora te agradeço Julianinha, por nunca me ter faltado roupa fresca e dobradinha na gaveta, boa comida na mesa e toda a organização com a qual me rodeaste e que eu julgava que se fazia por si mesma. Afinal não.


E agora para completar a homenagem, além do cabelo rapado a máquina 1, vou tatuar nas costas qualquer coisa com caveiras e "Amor de Mãe" e fazer um piercing no nariz e na língua.


quinta-feira, janeiro 15, 2009

Para o ano ofereço Stomps


Passado dia 13 fui até Casino de Lisboa para assistir ao espectáculo dos Stomp, no Auditório dos Oceanos. Afinal de contas, era a melhor oportunidade de assistir a um espectáculo tipo "Cvalda", como me escreveram no postal que recebi juntamente com o bilhete que me ofereceram pelo Natal. Um presente muito acertado, deixem-me que vos diga. Pois bem, vestimo-nos e pusémo-nos cheirosos (o "nós" refere-se a mim e ao Rúben, o coiso que me ofereceu o ticket), comemos uns belos duns hamburgueres que caem sempre bem antes de um evento desta envergadura e fomos de metro pela linha verde e vermelha, não sem antes o coiso ter-se enganado na direcção da linha e eu não me ter apercebido disso, e termos ido parar ao Cais do Sodré. Arf, arf, arf.

Adiante.

Pois bem, a conclusão do espectáculo:

Se a matemática não me falha, eles eram 8. Seis senhores, Duas senhoras. Pois bem, derivado que eles demonstraram um prazer enorme durante as lidas domésticas e que deveriam estar a fazer "algo de útil pela sociedade", ocorreu-me a brilhante da ideia. Para o ano, vou distribuir Stomps por alturas do Natal. Aqui ficam os presenteados:

1 - Rúben Borreicho, tens direito a um deles, porque para além de me teres oferecido o bilhete, tens pouco apreço por aranhas e pelo que vi, há lá um senhor que até parte vassouras a tentar matá-las. Sendo o rapaz um pouco bruto, penso que elas não têm grandes hipóteses de sobrevivência o que te aumenta exponencialmente as probabilidades de não acordares mordido por alguma Viúva Negra.

2 - Marcelo, levas outro dos artistas já que a casa Big Brother está a precisar de alguém para fazer música com aquele candeeiro que a Laura partiu há 3 meses e a caixa de sapatos que eu deixei no hall de entrada e que vocês insistem em manter intactos como se de obras de arte se tratassem. Aconselho é a porem mão nele (no Stomp) senão os vizinhos chamam a polícia pela 518º vez ou aprisionam-vos nas catacumbas para todo o sempre.

3 - Casa de Santos, este é uma prenda para os residentes da casa manterem sempre na cozinha, principalmente para quando eu quiser acender o fogão e não existirem fósforos. É que alguns dos Stomp andavam para lá com umas caixas de fósforos a mais e não lhes devem fazer falta algumas delas. Já agora, quero um deles para bater com uma tampa de caixote de lixo, assim tipo bombo, todas as vezes que alguém (eu) se esquecer do fogão ou do forno ligado.

4 - Sofisabele, para ti que estás com a casa cheia de gatos, envio-te de bom grado o senhor que pega num balde de areia e espalha-a pelo chão. Dessa forma os gatinhos habituar-se-ão a fazer as porcarias (inclui-se os vomitados de gato) na areia em vez de te sujar o quintal todo. Além do mais o senhor espalha a areia mas depois limpa-a com um requinte que só visto.

5 - Comboios de Portugal, bem precisam de um que recolha todos os jornais Destak, Global e Metro que estão espalhados pelas carruagens do comboio que liga o Cais do Sodré a Cascais. É que de vez em quando até é giro pegar num deles e folheá-lo, ficando a saber de algumas notícias da actualidade, mas quando começamos a não ter espaço para nos sentarmos ou encontramo-los todos rasgados e espalhados pelo chão, a coisa já não fica com tanta piada. Ao menos o Stomp pegaria neles todos e faria coisas engraçadas, o que tornaria uma simples viagem de comboio menos monótona.

6 - Presidente António Costa, eu sei que não tem culpa dos hábitos pouco civilizados da população lisboeta, mas a sua cidade é uma imundície. Se calhar estou mal habituado, por ter nascido e crescido na cidade mais limpa do país e numa das mais limpas da Europa, mas o que é um facto é que muito boa gente faz da calçada portuguesa um grande caixote do lixo. Há gente assim. Mentecapta. Leve lá um dos Stomp e não precisa agradecer, ele limpa com muito gosto que eu bem vi.

7 - Discoteca onde trabalho aos fins-de-semana, derivado de estar completamente farto de ser bombardeado com a pergunta "Tem isqueiro?", à qual respondo "Não tenho, não fumo" e que depois insistem "Mas alguém no bar tem?", ao que respondo "Não, não tem", sabendo que emprestando um isqueiro ele teria apenas o "V" de "vai" e nunca o "V" de "volta", decidi que deveríamos ter um Stomp a percorrer o bar de lés a lés fazendo aquelas coisas giras com os isqueiros e acendendo cigarros ao mesmo tempo. Não sei é se os clientes teriam tempo suficiente para acender o cigarro, derivado que as personagens apenas brincam com os isqueiros, sempre a acendê-los e desligá-los. São uns brincalhões, é verdade. Mas pelo menos eu divertir-me-ia imenso.

8 - Finalmente o último Stomp, colocaria à disposição dos lisboetas todos para ajudar a trocar os canos desta Lisboa, porque pelo que me tenho apercebido, as canalizações da cidade estão mais degradadas que alguns programas televisivos da manhã. O que é uma comparação pouco abonatória para os canalizadores das redondezas. Mas é que mesmo com a constipação/gripe que me assola há meses, consigo detectar maus cheiros vindos das tubagens de muito boa casa por essa cidade fora. E os Stomp parecem-me bem preparados para lutar contra esse flagelo, pois têm uma coleção engraçada de tubos com os quais brincam fazendo coisas que depois as pessoas aplaudem de pé. E já me imagino a lavar a loiça lá em casa terminando a tarefa fazendo a onda com a Laura e aplaudindo o facto do cheiro do Super Pop se sobrepor ao da comida em putrefacção que está entalada nos tubos.


P.S: Sendo que os meninos e meninas são um pouco "brincas-na-areia", podem levar algum tempo a terminar as tarefas. Eles são do género de pessoas que quando lhes põem comida na mesa, não a levam à boca sem antes montarem castelos de ervilhas, piscinas de arroz e molho e caras expressivas utlizando os legumes de diversas cores. Mas apesar disso, terminam o que começaram, sempre de uma forma apoteótica. Eu às vezes também tento fazer coisas dessas nas limpezas da casa, mas é só para adiar eternamente o que precisa ser feito. Mas é bonito de se ver e se ainda alguém conseguir (o que duvido), aconselho vivamente a comprarem imediatamente um bilhete para o espectáculo.

Vale muito, muito a pena.