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quinta-feira, novembro 06, 2014

Dia 9 - Bhaktapur e Jardim dos Sonhos, ainda Nepal

Segundo dia completo em Khatmandu! Continuo a adorar a cidade e a chorar pelos cantos por não fazer trekking nestes dias. Hoje o rapaz que nos conduziu pela cidade voltou para nos levar a Bhaktapur, uma cidade localizada no vale de Kathmandu a 1400m de altitude, também conhecida como "A Cidade da Cultura". Já foi a capital do Nepal até ao século XV e hoje ainda é umas das principais cidades do vale e do país pela riqueza cultural que possui. Está cheia de templos de terracota com colunas de madeira trabalhada com a perfeição que já tínhamos visto ontem noutros templos. Apesar das religiões no país viverem numa harmoniosa simbiose, em Bhaktapur 92% da população é hindu e 8% budista. Ainda pertence ao vale de Kathmandu, mas esta cidade já fica um pouco mais próxima das montanhas dos Himalaias que as rodeiam, e na verdade as montanhas verdejantes fazem-me lembrar um pouco a Madeira, se calhar com um pouquinho mais de altitude. Coisa pouca. Esta cidade vive essencialmente do turismo (60%), há imensos autocarros turísticos à entrada da cidade, mas esta cidade também produz, nomeadamente cerâmica e cereais. Encontrámos por diversas vezes senhoras a tratar do trigo, a fazer montinhos com umas partes, a espalhar para secar outras. Foi uma manhã muito bem passada, há uma energia óptima não só em Bhaktapur mas em todos os sítios por onde andámos até agora, que só ia sendo quebrada quando, ao chegar ao local onde estaria o nosso condutor, não estava ninguém. Andámos às voltas e voltas e começámos a perguntar preços de táxi para voltar, que aquilo ainda é longe. Após 45 minutos ele aparece. E ainda bem, porque eu não queria ter nenhum ponto negativo a apontar nesta cidade que nos recebe tão bem. E ainda por cima tinha tido conversas tão edificantes com ele sobre futebol... conhece o Cristiano Ronaldo, como quase todas as pessoas, que quase de imediato dizem o nome dele quando mencionamos ser portugueses, é adepto do Chelsea, conhece o José Mourinho e gosta bastante do Di Maria e do Falcão. Não conhece nenhuma equipa portuguesa, mas fiz questão de lhe explicar que a melhor equipa é o Porto, por onde o José Mourinho e o Falcão passaram, ou seja, andei em processo de evangelização portista.


















Ao final da tarde resolvemos ir ao Jardim dos Sonhos, não sabíamos bem o que havia lá mas como era perto do hotel e já tínhamos passado por lá mais do que uma vez, estavámos curiosos e para além disso, já pouco sobrava para visitar aqui na cidade. Então, sem grandes expectativas lá fomos e ao entrar fiquei  completamente rendido. Trata-se de um jardim mandado construir em 1920 pelo Kaiser Sumsher, utilizando decorações tipicamente europeias que se percebe perfeitamente pelas estátuas e pelos seis pavilhões que rodeiam o jardim, cada um dedicado a uma estação do Nepal, aparentemente, consideram a existência de 6 estações ao longo do ano. O jardim foi deixado ao abandono durante muitos anos mas entre 2000 e 2007 e com a ajuda da Áustria (o que faz todo o sentido), voltaram a devolver ao jardim a beleza formidável que ele possui, mas apenas metade do jardim apresenta atualmente as características originais. A geometria entre os pavilhões e os jardins é perfeita. Num dos pavilhões existe uma pequena exposição com as fotografias de quando o jardim estava degradado e como está hoje em dia. Noutro há um restaurante que fiquei tentadíssimo a voltar para jantar, mas os preços eram parecidíssimos aos de Viena, ou seja, um pouco fora do orçamento desta viagem. Com fontes, relvados, plantas de todo o mundo, um baloiço em bambu, recantos com banquinhos e outros detalhes maravilhosos (fez-me lembrar jardins que visitei em Viena e Potsdam), este é um pequeno tesouro no centro da cidade de Kathmandu, onde a paz impera, ao som de inúmeros pássaros que voam de uma árvore para outra. Ficámos até ao anoitecer em conversa com um casal, ele austríaco, ela israelita, já muito conhecedores e completamente apaixonados pelo Nepal e pela Índia, o que foi óptimo para motivar os próximos dias que se avizinham. A senhora falou de Varanasi com tanta emoção que me vendeu a ideia de que essa será uma cidade fenomenal e eu vou acreditar que sim, porque é uma cidade que me está a gerar alguma apreensão. Amanhã confirmarei.
Para terminar em beleza a visita ao Jardim dos Sonhos, uma lua quase cheia subiu o céu por trás de um dos pavilhões e neste ambiente mágico nos despedimos do jardim.
Depois, tempo para uma última voltinha pelas ruas movimentadas de Thamel onde apetece comprar TUDO o que eles têm nas lojas e nas ruas.

















Recados para casa:

  • Beijos para a Julianinha, para o Norberto e demais família.
  • Daniela, Duarte e Tofi,  hão-de ter o vossa homenagem.
  • Carolina, rega as minhas plantas, não comas o meu pão-por-Deus e lava roupa só depois das 22h, que temos a tarifa bi-horária.
  • Liliana, trata bem dos meus alunos, é bom que não os estejas a incentivar a comer BOLOS.


quarta-feira, novembro 05, 2014

Dias 7 e 8 - Kathmandu, Nepal

Pois bem, para já a Índia fica em stand-by. Viemos até ao Nepal, aqui ao lado. Apenas duas horinhas de vôo, nada de agressivo. A primeiro impressão foi de que Kathmandu é muito mais organizada que qualquer cidade indiana que tenhamos visitado e passado um dia e meio confirma-se isso. O primeiro dia não foi muito proveitoso porque chegámos ao hotel praticamente ao final da tarde, logo não tivemos oportunidade de visitar nada. Aproveitámos para passear pela zona de Thamel, onde estamos a ficar e onde ficam quase todos os turistas. Ao contrário da Índia, aqui sinto-me muito mais relaxado e andar na rua à noite não é nada assustador, na Índia nem nos atrevemos a fazer tal coisa depois do sol se pôr. Existe uma diferença enorme entre estes dois países, nem parecem países vizinhos. Os nepaleses parecem uma mistura bastante feliz entre indianos e chineses, os dois países com quem partilham fronteiras, são bastante solícitos quando precisamos de ajuda, não insistem 500 vezes nas lojas ou nos mercados e têm uma noção de cidadania mais evoluída em variados aspectos, nomeadamente no trânsito. Também há uma ou outra estrada de terra, é verdade, e um ou outro animal à solta na rua mas aqui as vacas não vivem nas mesmas casas que as pessoas. Estou a gostar muito da experiência nepaleses e tenho imensa pena de não poder fazer trekking, é quase como ir a Roma e não ver o Papa mas não há tempo para tudo. Ficamo-nos pela cidade de Kathmandu e o que ela tem para oferecer.

1 - Boudhanath

Trata-se de um templo budista tibetano, o maior do mundo fora do Tibete e é considerado património da humanidade pela UNESCO. A praça é circular e devemos andar sempre no sentido dos ponteiros do relógio. Está rodeada de casas onde vivem tibetanos e muitas lojas de recordações bastante castiças. Aqui é fácil encontrar monges budistas, cabelo rapado, vestes vermelhas, tal e qual os imaginamos. 













2 - Pashupatinath

Aqui não chegámos a entrar, o rapaz que anda connosco nestes dias a mostrar-nos a cidade disse que não valia a pena tendo em conta a relação qualidade/preço, ficámo-nos pelas imediações onde encontrámos amigos indianos que quiseram tirar fotografias connosco, quando pedem isso já sabemos que são indianos. 





3 - Patan durbar square

Este espaço é constituído por pequenas praças e vielas no encontra da cidade de Patan, também conhecida por Lalitpur. É também considerado património da humanidade. Resolvemos pagar a um guia para nos dar explicações sobre o local mas sinceramente arrependi-me, ele tinha mais pressa do que eu no meio do trânsito quando estou atrasado para o trabalho. Uma pessoa nem podia tirar fotografias decentes, um ultraje. O espaço é bastante bonito, cheio de templos dentro dos quais não podemos entrar. São feitos de madeira, toda trabalhada para formar figuras relacionadas com a religião, ou por exemplo, o Kamasutra. Ou seja, aquilo que existe no famoso livro, está tudo talhado em madeira em alguns templos de forma explícita. Dei uma vista de olhos com alguma atenção e cheguei à conclusão que ando a perder muita diversão a 3 e a 4, como eles sugerem.
Existe um templo, ao qual chamam templo dourado, parece todo forrado a ouro apesar de não o ser, mas as fotografias que tirámos ficaram todas mal por causa de uma definição da máquina que se alterou e não reparámos. Portanto, vamos ter de ficar com a memória fotográfica na nossa cabeça dos 30 segundos que o guia nos deixou ficar lá dentro. 















4 - Swoyambhunath

Também conhecido como o templo dos macacos, aqui reúne-se o budismo e o hinduísmo. Andamos um pouco baralhados em perceber qual a religião de cada templo porque, ora víamos bandeirinhas e estátuas budistas , ora estátuas de deuses hindus, mas pelos vistos é possível duas religiões coabitarem no mesmo local. É um dos principais locais para visitar, pela beleza do local, pelo ambiente de harmonia que se respira e pela vista fabulosa sobre a basta cidade de Kathmandu. Há um lago com uma estátua para onde se atiram moedas, se acertarmos no balde significa que vamos ter boa sorte. Não acertei nenhum mas desta vez nenhum macaco me atacou a perna. Aliás, os macacos são bastante sociáveis, estes quase posam para as fotografias e são muito higiénicos, todos se catam com bastante afinco. 













5 - Basantapur


"A Praça Darbar consiste de diversas praças, todas ligadas por ruas e becos.Tudo combinado, um labirinto de praças e ruas, fontes, becos e cantos silenciosos, ela é uma das três praças Darbar no vale de Catmandu, no Nepal, as quais fazem parte do Património Mundial da UNESCO".
Obrigado Wikipedia. 
Já agora as outras três praças Darbar que existem em Kathmandu são a Patan Durbar Square que visitamos de manhã e a outra conheceremos amanhã em Bakhtapur.



No final do dia decidi pôr a minha vida em risco e fui cortar o cabelo com um senhor que usava uma tesoura que fazia muito barulho perto da minha orelha e que no final fez uma "massagem", dizia ele, que quase me rebentou com o crânio. Aparentemente estou igual, até ver.