Derrapagem que a viagem... tem princípio, meio e fim.

"Enquanto vergo não parto
Enquanto choro não seco
Enquanto vivo não corro
À procura do que é certo"
(susana félix - "bem (na minha mão")

Quando todas as músicas parecem ter sido escritas para nós, apenas podemos sorrir pensando que não passa de uma brincadeira de algum anjo da guarda distraído que se deleita trocando as voltas aos dias.

Escreve excertos de uma despedida anunciada, saltando parágrafos e disfarçando verbos que se despedaçam em estilhaços de ironia. Estilhaços que rasgam as horas do dia, os meses do calendário envelhecido pelo vento. Dissipam-se as forças pela ponta das raízes das certezas infundadas, esgotam-se as energias pululantes de outrora.

Baixa a pulsação à medida que se gastam palavras escritas com letras aprendidas à pressa em dicionários de qualidade duvidosa. Não se podem escrever poemas com estrofes desalinhadas, com estrelas mortas, com exigências inatingíveis.

"And I will wait here a while

Just long enough to be

sure that you

didn´t make a wrong turn

(...)

And I would like you to know

Altough it's seems sad to say

this was only the worst

hour of may day"

(jack johhson - "wrong turn")

Lutou-se contra marés de frases feitas, contra ondas de monotonias erosivas na falsa esperança de se contruir praias de areias amenas, acabando por encalhar em bancos de areia preta, movediça, consoante a direcção dos ventos, previsivelmente cruzados.

O ar torna-se um fluído incompreensivelmente pesado, empurrando-nos contra grãos de areia diluídos nos planos que ficaram por cumprir, nos momentos que ficaram por viver, na soma das letras que ficaram por sentir.

No dia em que deixássemos de provocar sorrisos sinceros, deixaríamos de nos amar. Parou a pulsação. Morremos na praia.

"Até amanhã".

"It's not right,

not ok

to say the words that you say

Maybe we're better off this way.

I'm not fine

I'm in pain

It's harder everyday

Maybe we're better off this way

It's better that we break..."

(maroon 5 - "better that we break")