sábado, abril 09, 2011

"I Ain't Lost, Just Wandering"


Nada mudou.

Manténs aquele sorriso maroto de criança que mostras na fotografia que afixaste no teu quarto. Aquele mesmo sorriso, porém, hoje, já sem a ingenuidade que as cicatrizes da vida te impuseram nos intervalos do entretanto. Ambos sabemos como é difícil ocultá-las. Decidiste então deixá-las bem expostas, na esperança que a erosão dos dias e dos meses faça o que tem a fazer, tornando-as obras de arte toscamente polidas, cheias de histórias para contar. Como qualquer artista, rebelde, serás sempre aplaudida de pé por alguns, incompreendida por muitos, mas no teu teatro são poucos aqueles que realmente queres manter na plateia.

Escrevi-te uma peça.

E a minha parte favorita é aquela em que estás a conduzir por estradas vazias a alta velocidade com o vento a roçar-te a pele. Estás em silêncio e os teus óculos de sol tornam tudo cor-de-rosa. Os campos sem casas à tua volta, as nuvens outrora brancas e um sol quente de final de tarde que anuncia um pôr-do-sol memorável. Chegas finalmente ao teu destino, aquela praia larga e deserta que ficou vazia de propósito para ti e ficas por lá até os últimos raios de sol desaparecerem no horizonte. Sabias que estaria deserta.

Podia ter destacado peripécias mais mirabolantes, mas gosto de ti neste registo que poucos conhecem.
Em tons carne-viva,
com um coração a bater fora de ti,
desprovida de roupas e de armas que nos sentimos obrigados a usar todos os dias.

Lembro-me de teres ficado revoltada quando percebeste que vesti armadura e comprei um arsenal de armas para sobreviver nesta cidade, como se me tivesse esquecido dos trilhos percorridos pelos tais campos com nuvens cor-de-rosa que soubemos partilhar em silêncio. Aquele silêncio de levar às lágrimas sem ser necessário explicações adicionais.

Teremos sempre uns óculos que tornam tudo cor-de-rosa.
Teremos sempre terra para palmilhar e finais de tarde inolvidáveis.
Teremos sempre o ombro um do outro para encostar e chorar.
Teremo-nos sempre, independentemente do que vier.

I’ve been walking in the same way as I did
Missing out the cracks in the pavement
And tutting my heel and strutting my feet
“Is there anything I can do for you dear?
Is there anyone I can call?”
“No and thank you, please Madam.
I ain’t lost, just wandering




6 comentários:

Anónimo disse...

Wearing that armor, it's bad for you....

you say that you are just wondering....but in reality you know very well that you are still lost!!!

...it's a shame you can not see what goes in your way, you need to find yourself!

things from the past belong to de past.....not to future or present!!!

Enjoy life while you can, open your eyes =)

Anónimo disse...

Wearing that armor, it's bad for you....

you say that you are just wondering....but in reality you know very well that you are still lost!!!

...it's a shame you can not see what goes in your way, you need to find yourself!

things from the past belong to de past.....not to future or present!!!

Enjoy life while you can, open your eyes =)

Pedro Espírito Santo disse...

É o que sempre tentamos fazer, não é?

Anónimo disse...

Yes it's true .... And it's working for you?

If not, maybe you need to try harder...

I know it seems hard sometimes but remember one thing - Through every dark night, theres a bright day after that...
So, no matter how hard it get, stick your chest out, keep your head up...and handle it!!!

Live your life, and enjoy all the good she have for you =D

laury disse...

tens um emigrante no teu blogue

Pedro Espírito Santo disse...

Quero ser um emigrante em Coimbra!