Respira fundo
Subitamente
viras-te do avesso
Sustém a respiração
Aguenta mais um
segundo
Por muitas horas que o sejam
Desfazer-se-ão em pó
E espalhadas pelo chão
Desintegradas
engole-as de um trago só
Tem calma, respira
Não levará mais de um segundo
Quando todo o tempo do mundo
Se abreviar
num dobrar de esquina
Nunca o tanto pareceu tão pouco
Nem tão pouco
suficiente
Corre, corre lentamente
Sinto-me louco
Doido, doente, maluco
Atira o relógio contra o espelho
Talvez assim ele se cale
E leve consigo a minha
ambiguidade.
1 comentário:
o teu rosto transformou-se na noite interminável
que atravessa cada tarde, cada tarde,
cada tarde interminável.
O rio de fumo que levava o teu nome
para as estrelas desapareceu dentro, de dentro
de dentro da minha tristeza.
e o teu rosto era tudo o que tinha.
e o teu nome era tudo o que tinha.
tu eras tudo. tudo.
e tudo é agora, mais do que tudo...
- José Luis Peixoto -
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