Tentei escrever algo, mas quase no fim foi tudo ao ar, se calhar era sinal de que não o deveria fazer, mas como me conheces bem, não costumo deixar nada por dizer, por muito que isso incomode as pessoas, por muito que isso me impeça de avançar, por muito que as pessoas de fora me tentem fazer ver a lógica das coisas que eu teimo em acreditar. Sabes muito bem que por muitos conselhos que me dêem eu vou sempre acabar por fazer e dizer o que sinto. A razão sempre me disse para fugir, eu sempre achei a fuga a resposta mais fácil e mais previsível, se calhar por isso quis ficar mais um pouco. Quis espremer a laranja, amarga e doce, até ao fim, na tentativa de salvar o pouco que poderia haver para salvar. Gosto de acreditar nas coisas até o fim, sabes disso.
Sabes também o quanto uma pequena decisão pode afectar de forma devastadora uma grande coisa, aprendeste da pior maneira. Sabes o valor que eu atribuo às pequenas coisas mas que o todo nunca será uma mera soma das partes. Conheces certamente aquele sentimento genuíno de querer acelerar o passo no caminho para casa porque sabes que vais ter um sorriso, um abraço, um beijo, um porto de abrigo, aquele conforto e segurança que todos procuramos. No final de contas apercebemo-nos que toda a nossa vida vamos procurar isso. Não teria escrito melhor, as tuas últimas palavras, as tuas últimas gotas da laranja espremida acabaram por me fazer relembrar a poesia que eu tanto idolatrava e que julgava perdida há muito. De facto a peça terminou antes do tempo, as cortinas fecharam-se e ficaram muitos actos de improviso por representar. Não se ouviram aplausos, ninguém saíu satisfeito nem com um sorriso nos lábios e acredito que até houve quem tivesse pedido o dinheiro dos bilhetes de volta. No entanto acho que ninguém esperava um final tão feliz quanto eu desejava. E dizem-me "És muito novo, tens muitas outras histórias para viver e contar", mas se calhar eu queria ter essas histórias para contar... mas com o mesmo colega de palco. "Happiness only real when shared", remember? Tal como todos os grandes artistas têm momentos menos bons nessa montanha-russa que todos percorremos, terei de me dedicar aos monólogos por uns tempos, ao falar para uma audiência ausente nas cadeiras empoeiradas, à espera que um dia descubram que ainda tenho muito para partilhar. É a minha faceta dramática, eu sei. Sempre a tive, sempre encontrei nela uma beleza inolvidável. Sabes bem como sempre vivi as coisas aos extremos, na verdade acho que é isso que me mantém vivo. Torna uma pessoa muito mais interessante, profunda, rebuscada. Tal como eu gosto.
Tivemos tudo para ser um best-seller, o maior êxito de bilheteiras, os melhores candidatos a vencedores de um Óscar e no entanto acabámos por nos tornar uma obra inacabada, uma Torre de Babel oca, um romance de supermercado. Foi pena, tínhamos tido um arranque muito promissor e uma carreira auspiciosa parecia ser o inevitável destino. Restou alguma coisa? Não sei, diz-me tu. Eu queria e tentei, tu dizes o mesmo. Um de nós desistiu primeiro, fugiu, o outro, eterno sonhador, vai ficar e tentar reescrever a história com melhor argumento e com nova banda sonora.
Se quiseres, saberás bem onde me encontrar, vou continuar com o chapéu de Peter Pan na cabeça e não vou deixar que mo arranquem.
Vou ter saudades.
Sabes também o quanto uma pequena decisão pode afectar de forma devastadora uma grande coisa, aprendeste da pior maneira. Sabes o valor que eu atribuo às pequenas coisas mas que o todo nunca será uma mera soma das partes. Conheces certamente aquele sentimento genuíno de querer acelerar o passo no caminho para casa porque sabes que vais ter um sorriso, um abraço, um beijo, um porto de abrigo, aquele conforto e segurança que todos procuramos. No final de contas apercebemo-nos que toda a nossa vida vamos procurar isso. Não teria escrito melhor, as tuas últimas palavras, as tuas últimas gotas da laranja espremida acabaram por me fazer relembrar a poesia que eu tanto idolatrava e que julgava perdida há muito. De facto a peça terminou antes do tempo, as cortinas fecharam-se e ficaram muitos actos de improviso por representar. Não se ouviram aplausos, ninguém saíu satisfeito nem com um sorriso nos lábios e acredito que até houve quem tivesse pedido o dinheiro dos bilhetes de volta. No entanto acho que ninguém esperava um final tão feliz quanto eu desejava. E dizem-me "És muito novo, tens muitas outras histórias para viver e contar", mas se calhar eu queria ter essas histórias para contar... mas com o mesmo colega de palco. "Happiness only real when shared", remember? Tal como todos os grandes artistas têm momentos menos bons nessa montanha-russa que todos percorremos, terei de me dedicar aos monólogos por uns tempos, ao falar para uma audiência ausente nas cadeiras empoeiradas, à espera que um dia descubram que ainda tenho muito para partilhar. É a minha faceta dramática, eu sei. Sempre a tive, sempre encontrei nela uma beleza inolvidável. Sabes bem como sempre vivi as coisas aos extremos, na verdade acho que é isso que me mantém vivo. Torna uma pessoa muito mais interessante, profunda, rebuscada. Tal como eu gosto.
Tivemos tudo para ser um best-seller, o maior êxito de bilheteiras, os melhores candidatos a vencedores de um Óscar e no entanto acabámos por nos tornar uma obra inacabada, uma Torre de Babel oca, um romance de supermercado. Foi pena, tínhamos tido um arranque muito promissor e uma carreira auspiciosa parecia ser o inevitável destino. Restou alguma coisa? Não sei, diz-me tu. Eu queria e tentei, tu dizes o mesmo. Um de nós desistiu primeiro, fugiu, o outro, eterno sonhador, vai ficar e tentar reescrever a história com melhor argumento e com nova banda sonora.
Se quiseres, saberás bem onde me encontrar, vou continuar com o chapéu de Peter Pan na cabeça e não vou deixar que mo arranquem.
Vou ter saudades.
Todd Warnock/Corbis
7 comentários:
Hora de recomeçar nova peça... Go forward!
dnesa
One day I'll fly away
Leave all this to yesterday
Why live life from dream to dream?
And dread the day when dreaming ends...
the show must go on!
Como não viver a vida de sonho em sonho. Que outra maneira há de viver a vida?
Dream on my friend, que há-de aparecer quem queira sonhar o mesmo sonho que o teu.
Muito bem escrito pedro, ... melhor q mts escritores q temos por ai! não deixes de sonhar! abraço, Joao
...vim parar do nada (ou talvez não) a este blog e gostei das (ainda poucas) passagens que li e, como tal, tornei-me seguidora do blog o que significa que tenciono continuar a passar por cá (tenho autorização?!). Gosto sempre de um texto bem escrito e foi o que encontrei por aqui.
Acredito que tudo acontece por uma razão e se não a tua "personagem" ou outra qualquer não faziam parte do acto seguinte é porque teriam de estar noutra peça de teatro naquele exacto momento.
Obrigado pela partilha deste belíssimo texto. :)
Cláudia, muito obrigado pelo teu comentário. Fico contente que aprecies o que escrevo :)
De facto todos pisamos diferentes palcos e no final de contas, qual é a peça que dura para sempre? Brindemos ao momento mas é.
Beijo*
Ora nem mais! E se estivessemos sempre no mesmo palco creio que um dos aspectos mais interessantes da vida se perdia que é o facto de estarmos sempre em constante mudança.
O momento mais importante é mesmo o AGORA e, portanto, temos de celebrar isso estando presentes no momento ao máximo. :)
Até breve! :)
P.S. Agora que vi uma foto tua percebi que o mundo é realmente pequeno. Lembro-me de ti da UMa. lol. Pormenores. lol.
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