Tentara ver o filme, mas acabava sempre por adormecer. A ideia de uma cama, um chocolate quente e umas bolachas durante a sessão era mais tentadora no pensamento, pois na realidade, o enredo acabava sempre por se desenrolar durante o leve sono que o inundava, terminando com finais muito pouco prováveis e normalmente, com outras personagens. No dia seguinte tentava novamente, perseverante, rebobinando toda a fita para que nenhum pormenor ficasse perdido. Ao final de alguns dias já sabia de trás para a frente como agiam e pensavam as personagens todas, mas apenas naqueles 15 minutos. Todos os dias repetiam as mesmas frases, sem se enganarem. Quando tentou com companhia, não melhorou muito. Por vezes não adormecia, mas o filme passava a ser apenas barulho de fundo, nem se apercebendo quando o mesmo terminava. Apesar de apreciar essas circunstâncias de total alheamento do filme, durante o qual as horas corriam tão depressa como se de segundos se tratassem, o filme continuava com final incerto.
"Hoje" conseguiu ver um filme com companhia, e não adormeceu, nem se abstraíu. E o final foi sendo fatidicamente feliz.
1 comentário:
As horas! Sempre as horas...
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