Meticulosamente, penteava o cabelo com gel todas as manhãs, entre um bocejo e uma dentada na torrada com manteiga. Não ousava sair com qualquer cabelo fora do sítio certo, apesar de dizer que pouco se importava com o que os outros pensavam acerca disso. Portanto preferia dizer que era para seu satisfação pessoal. Era mais um dia como tantos outros, que começava impreterivelmente bem. Não havia dia que chegasse à escola e levasse consigo a discussão do dia anterior que tanta mossa fizera. Tinha um coração reciclável, afinal de contas, era criança, requisito suficiente para não ter de se preocupar com todos os males do mundo. Com o seu dia organizado, mantinha uma rotina infalível de modo a ter tempo para brincar com os amigos ao final do dia. Embirravam e discutiam muitas vezes, por vezes até ficavam o resto do dia sem falar uns com os outros. Eram crianças.
À noite, enquanto as suas avózinhas rezavam por ele, caía como uma pedra na cama com um sorriso na cara com o qual acordaria no dia seguinte.
Com o coração e uma ingenuidade renovadas.
À noite, enquanto as suas avózinhas rezavam por ele, caía como uma pedra na cama com um sorriso na cara com o qual acordaria no dia seguinte.
Com o coração e uma ingenuidade renovadas.
© Illustration Works/Corbis
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