Após um mês e dez dias estou de volta à base lisboeta para continuar a “ir fazendo coisas”. E isto de “ir fazendo coisas” pode incluir um vasto leque de actividades, nomeadamente a aniquilação de insectos. Não que eu seja a favor da morte dos bichos sem apelo nem agravo, muito pelo contrário, se puder salvar uma mosca enxotando-a pela janela ou uma aranha empurrando-a para fora de casa (sempre carinhosamente, mas com um contundente “Não volte sempre”), é isso que faço. No entanto, ao chegar à meu lar doce lar em pleno coração de Lisboa deparei-me com um cenário inimaginável. Um tal de bicho voador que eu julgava ser uma traça (chamemos-lhe traça para facilitar) e os seus 4927 amigos andavam pela cozinha a esvoaçar e - deixa-me ver como digo isto sem chocar as mentes mais puritanas – a copularem quanto mais podiam naquilo que mais parecia uma orgia desenfreada do mundo dos insectos, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte (o que no fabuloso mundo dos insectos até nem é grande mentira). Quase dava para sentir o odor das hormonas dos pequenos sacaninhas, que se tinham apoderado da minha cozinha sem permissão e sem qualquer sentimento de culpa por terem desvirginado aquela santa parte da casa. Foi nessa altura que percebi que teria de tomar medidas drásticas e procurar a arma preferida do Rúben nestas situações… o Raid. Sem pensar duas vezes, não fosse eu atingido pelo ímpeto de tentar expulsar os bichos de casa sem lhes danificar as asinhas, pulverizei quando mais pude a cozinha tornando-a uma autêntica câmara de gás dos tempos modernos. Sem remorsos, esperei. E um pouco depois era vê-los todos no chão com os seus cadáveres quitinosos. Não quis saber mais da cozinha nessa dia…
No dia seguinte não podia evitar mais aquele espaço e alguém tinha de o limpar. Pois não sei como, os coisos não tinham morrido todos e pior, descobri que haviam muitos deles dentro do armário da comida e trouxeram as amigas formigas. Pior, as putas também vieram em forma de lagartas e fizeram casulo em toda a parte. Perdoem-me a linguagem, mas essa foi mesmo a palavra que soltei em alto e bom som, mesmo sabendo que elas não iam perceber e que não estava lá mais ninguém comigo com quem pudesse partilhar a indignação. A guerra não havia terminado e as paredes, as esquinas dos armários, as embalagens e latas de comida, a caixa do pão, os bolos de mel guardados para oferecer e todos os recantos que encontraram não eram mais do que ninhos perfeitos para as traças proliferarem como cogumelos. Se eu já não gostava de bolo de mel, depois de ter a imagem das lagartinhas brancas e rechonchudas com a cabecinha de fora do bolo, acho que nunca mais vou querer sequer ver tal iguaria madeirense à minha frente. Impiedosamente, gastei todo o Raid que o Rúben tinha em casa e fi-lo acompanhando a acção com uma linguagem tão obscena que não vou escrevê-la. Extinta a guerra (pelo menos até ao momento), fiquei com uma cozinha cheia de cadáveres retorcidos e de utensílios banhados de insecticida. Alguém tinha de limpar aquela porcaria. Agora, ainda estou para perceber é como que existia uma lagarta afogada na água da Nespresso, um compartimento que eu julgava ser estanque. De qualquer dos modos aposto que quem ler isto e vier cá a casa, não vai querer tomar nenhum Capriccio ou coisa do género.
Agora com licença que tenha uma cozinha para inspeccionar e ainda não fui comprar mais Raid. Ou então compro uma rã.
No dia seguinte não podia evitar mais aquele espaço e alguém tinha de o limpar. Pois não sei como, os coisos não tinham morrido todos e pior, descobri que haviam muitos deles dentro do armário da comida e trouxeram as amigas formigas. Pior, as putas também vieram em forma de lagartas e fizeram casulo em toda a parte. Perdoem-me a linguagem, mas essa foi mesmo a palavra que soltei em alto e bom som, mesmo sabendo que elas não iam perceber e que não estava lá mais ninguém comigo com quem pudesse partilhar a indignação. A guerra não havia terminado e as paredes, as esquinas dos armários, as embalagens e latas de comida, a caixa do pão, os bolos de mel guardados para oferecer e todos os recantos que encontraram não eram mais do que ninhos perfeitos para as traças proliferarem como cogumelos. Se eu já não gostava de bolo de mel, depois de ter a imagem das lagartinhas brancas e rechonchudas com a cabecinha de fora do bolo, acho que nunca mais vou querer sequer ver tal iguaria madeirense à minha frente. Impiedosamente, gastei todo o Raid que o Rúben tinha em casa e fi-lo acompanhando a acção com uma linguagem tão obscena que não vou escrevê-la. Extinta a guerra (pelo menos até ao momento), fiquei com uma cozinha cheia de cadáveres retorcidos e de utensílios banhados de insecticida. Alguém tinha de limpar aquela porcaria. Agora, ainda estou para perceber é como que existia uma lagarta afogada na água da Nespresso, um compartimento que eu julgava ser estanque. De qualquer dos modos aposto que quem ler isto e vier cá a casa, não vai querer tomar nenhum Capriccio ou coisa do género.
Agora com licença que tenha uma cozinha para inspeccionar e ainda não fui comprar mais Raid. Ou então compro uma rã.
2 comentários:
Essa nespresso deve ser da candonga...só pode!!!
dnesa
FONA!!!!!
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