Uma festa. Um hino ao desporto. Um espectáculo inimaginável. Sangue, suor e lágrimas têm feito parte desta edição dos Jogos Olímpicos que tenho seguido com especial avidez. As imagens que passam na televisão mostram o esforço sobre-humano de atletas que buscam a glória olímpica. A alegria de quem vence, o êxtase de quem se supera, a frustração de quem desiste, a desilusão de quem perde, os sorrisos rasgados de quem bate um recorde, o desalento de quem esperava algo mais...
Um oceano de emoções e sentimentos para quem participa e para quem assiste. Tenho me rendido ao espectáculo e vibrado com atletas do nosso e de outros países, sofrendo por alguns, fazendo figas por outros e vivendo as vitórias como se estivesse no lugar dos vencedores.
Tão cedo não esqueço os recordes mundiais que foram batidos na natação, um atrás do outro, especialmente pelo Michael Phelps que é de facto, o melhor nadador de todos os tempos! Arrepiou-me ao tornar-se o atleta mais medalhado com ouro em todas as edições dos J.O. da Era Moderna, conseguindo ainda o feito de ser o atleta com mais medalhas de ouro numa só edição com 8 primeiros lugares, superando o mítico Mark Spitz! Não esqueço também aquela vitória épica que a equipa dos E.U.A. conseguiu nas estafetas 4x100 livres contra a equipa da França em que Jason Lezak fez o que ninguém esperava mesmo na recta final. E o Cielo Filho a chorar de cara lavada no pódio ao som do hino brasileiro após vencer os 50 livres. Arrepiante.
E os momentos de rara beleza proporcionados em modalidade como a Ginástica e os Saltos para a água, em que a beleza e a perfeição de execução me pasmam constantemente... Uma delícia para quem assiste!
O atletismo, a meu ver a modalidade mais marcante dos Jogos Olímpicos também já proporcionou momentos espectaculares, entre vários recordes já pulverizados, destaco a final dos 100m femininos, em que aconteceu algo que acredito ser inédito: 3 atletas jamaicanas no pódio, 2 delas ex-aequo no 2º posto, o que permitiu a uma americana ainda alcançar o bronze.
Em relação aos portugueses, apesar de alguns excelentes atletas não terem conseguido uma medalha olímpica, casos da Telma Monteiro e Francis Obikwelu (entre outros), acredito piamente que deram o seu melhor e que não merecem ser cruxificados, afinal de contas, competiram contra a nata do desporto mundial e as posições nos rankings e vitórias noutros campeonatos não são garantia de sucesso nesta competição. A Jéssica Augusto, tão perto que teve de alcançar a final dos 3000m obstáculos, acabou morrendo na praia. Enfim, quando se fala dos J.O., tudo se pode esperar. Nos 100m masculinos os principais atletas apontados ao pódio nem chegaram lá, casos de Asafa Powell e Tyson Gay, este último que à semelhança de Obikwelu, nem alcançou a final.
Em relação aos madeirenses, esperava-se um pouco de João Rodrigues, nem que fosse por todo o percurso deste atleta, que já participa nos Jogos Olímpicos desde Barcelona 92 e que está sempre entre os melhores do mundo. A Ana Moura pelo badminton foi a primeira a competir e a ser eliminada e foi com grande pena minha que ela não venceu pelo menos um jogo. Sei que isso a faria sentir extremamente realizada e que seria uma vitória inédita para o badminton português, que teve nela a primeira presença feminina nos J.O.. A Alberto Paulo, pouco mais se podia pedir, mas aplaudo a sua prestação! Marco Vasconcelos tinha um desafio complicado, infelizmente... Restam ainda a Helena Vasconcelos e o Marcos Freitas!
Para já, esta madrugada vou roer as unhas quanto mais posso pela nossa Vanessa Fernandes...
Aqui ficam algumas imagens que têm marcado a competição até ao momento.