segunda-feira, dezembro 31, 2012

Top + cá de casa

Este ano o meu iPod continuo o meu mais fiel amigo, mesmo após ter caído da mota em andamento e tendo sobrevivido a um carro que quase, quase lhe passou por cima. Foi de férias ao Porto Santo e passeou comigo por Amesterdão, Berlim e Paris. Foi carregado muitas, muitas vezes, e no final do ano, o meu itunes apresenta o seguinte top 25, que vão das 143 até às 307 reproduções, não apenas do último ano, mas dos últimos dois anos e meio. No dia 1 de Janeiro de 2013 vou voltar a pôr tudo no zero e reescrever uma nova história. Até porque nós somos a música que ouvimos, e o Pedro de 2012 foi diferente do de 2011 e 2010. O Pedro de 2012 decidiu que a Luísa Sobral, os Deolinda, a Regina Spektor, os Florence+The Machine e os Noah&The Whale são os melhores de todo o sempre. 
Seja isso bom ou não, foi diferente. E eu espero que o de 2012 tenha mais dinheiro no banco para comprar os discos novos da Luísa, dos Deolinda que estão para sair e da Ana Moura, do Zambujo e do David Fonseca que ainda não tenho. E ir aos Coliseus vê-los. Nunca a música portuguesa esteve tão boa. 

1º - "Firework", Katy Perry
(307 reproduções)


2º - "Dog Days Are Over", Florence + The Machine
(282 reproduções)


3º - "Teenage Dream", Katy Perry
(259 reproduções)


4º - "Um Contra o Outro", Deolinda
(243 reproduções)


5º - "The Edge Of Glory", Lady Gaga
(228 reproduções)


6º - "Xico", Luísa Sobral
(225 reproduções)


7º - "Lambreta", António Zambujo
(224 reproduções)


8º - "Daydreamer", Adele
(202 reproduções)


9º - "Us", Regina Spektor
(202 reproduções)


10º - "Love Of An Orchestra", Noah & The Whale
(200 reproduções)


11º - "You And Me", Zee Avi
(192 reproduções)


12º - "Eet", Regina Spektor
(187 reproduções)


13º - "Saiu Para a Rua", Luísa Sobral
(182 reproduções)


14º - "Kiss With A Fist", Florence+The Machine
(181 reproduções)


15º - "Call Me Maybe", Carly Rae Jepsen
(178 reproduções)


16º - "Judas", Lady Gaga
(177 reproduções)


17º - "Flagrante", António Zambujo
(175 reproduções)


18º - "I Would Love To", Luísa Sobral
(174 reproduções)


19º - "Rolling In The Deep"
(169 reproduções)


20º - "Não Tenho Mais Razões", Deolinda
(165 reproduções)


21º - "Howl", Florence+The Machine
(152 reproduções)


22º - "Telephone", Lady Gaga e Beyoncé
(152 reproduções)


23º - "You Won't Take Long", Luísa Sobral
(152 reproduções)


24º - "Birds", Kate Nash
(149 reproduções)


25º - "Wide Awake", Katy Perry
(143 reproduções)


(ali mesmo a entrar no top ficaram "O Fado Não É Mau" e "Patinho De Borracha" dos Deolinda e "It Shall Pass" do David e da Luísa, mas não quis manipular e pronto, ficou assim. E o "Oversize", "Mr, & Mrs. Brown", "O Engraxador" e o "Passou Por Mim e Sorriu". Arf!)

The Party


"You’re like a party somebody threw me 
You taste like birthday
You look like New Years
You’re like a big parade through town
You leave such a mess but you’re so fun

Tell all the neighbors to start knocking down walls
To grab their guitars and run out to the hall
And we’re coming out right along to sing them my new song

For every place there is a bus
That’ll take you where you must
Start counting all your money and friends before you come back again

For every road we can retrace
For every memory we can’t face
For every name that’s been erased
Let’s have another round
May I propose a little toast?
For all the ones who hurt the most
For all the friends that we have lost

Let’s give them one more round of applause
But you’re like a party somebody threw me
You taste like birthday
You look like New Year
You’re like a big parade through town 
That leaves such a mess but you’re so fun"




sábado, dezembro 15, 2012

Amsterdam - day 4

Continuo agora a minha saga europeia, mesmo que com mais de uma semana de atraso. Gostaria de ter escrito tudo no próprio dia mas não tive oportunidade, ou porque não tinha forma de o fazer, ou porque estava muito cansado e só queria jogar-me para a cama. Mas pelo menos agora posso publicar fotografias para ilustrar "La Vida Loca" do Peter pelas Amsterdões, Berlins e Paris da vida. É que eu sou daquelas pessoas que se não tiver fotografias com legendas, vai, em pouco tempo, acabar por se esquecer de tudo o que foi feito. Há quem chame memória de peixe, há quem ache que eu sou simplesmente desligado. 

O meu último dia completo em Amsterdão foi o dia de partida do Alexandre, mas também o dia em que a Catarina me veio visitar. Aproveitámos o facto dela viver ali tão perto da fronteira entre a Alemanha e a Holanda e ainda não ter visitado a cidade para matar dois coelhos de uma só cajadada. Apesar de eu ser incapaz de matar coelhos, para que fique bem claro. Já sem muito para fazer nesta cidade, decidi que o melhor seria levar a Catarina a passear simplesmente pela cidade, começando pelo Vondelpark que eu também ainda não conhecia. Lá tivemos de tirar mais umas fotografias no "I AMSTERDAM" porque a menina também tinha direito. Eu olhei para a letra "I" mas de soslaio, porque no dia anterior tinha-a trepado e fugido sem um beijo de despedida. Já o Vondelpark, parece-me muito bem, porém, é Inverno. As árvores não têm folhas, não há flores e o sol é tímido. Tenho uma certa mania de fazer viagens no Inverno e depois as fotografias não têm nada a ver com as dos guias turísticos ou as do Google que eu pesquisei. E além do mais estou pálido e encapotado até o nariz. Mas é o que se arranja. Cor de lula também pode ser bonito nalgumas culturas, gosto de pensar dessa forma. Ainda assim é um passeio imensamente agradável, o parque está cheio de pessoas a passear cães que eu e a Catarina tentávamos agarrar e levar para casa, até o momento em que calhou cocó. Aproveitámos para ser turistas de um país distante para subirmos para uma instalação do género "casa na árvore", com umas pontes suspensas e fingirmos ser crianças. Aliás, metade das nossas fotografias são aí. A outra metade é a tentar tirar fotografias em pose da Catarina.
O nosso passeio foi um misto de matar saudades de falar pelos cotovelos (a Catarina morde-me os calcanhares neste parâmetro) e de pensar no que íamos comer a seguir. Levei a Catarina às lojas dos queijos onde já me deviam conhecer por todos os dias entrar lá com um ar de surpresa e curiosidade como se fosse a primeira vez, quando eles já deviam saber que eu só ia lá para comer à borla todos os queijos, como fiz nos dias anteriores. Entrámos em lojas de gomas e não saímos de mãos a abanar. Fomos a supermercados, sim, falei no plural, porque acordei na Catarina a vontade de comer Milka, mas não procurávamos um Milka qualquer, tinha de ser logo uma barra de 300 gramas. Não encontrámos, mas empaturrámo-nos de outras porcarias semelhantes. Mas as calorias fora do nosso país não contam. 
Passámos por todos os lugares que um turista de um dia podia ver, à excepção dos museus, o que vai obrigar a Catarina a ter de ir lá mais uma vez, que chatice. E encontrámos até o Waterloo Market que o Tiago me tinha falado e que não sabia bem onde era, onde comprei uns bolbos de tulipa que estão destinados a morrer nas minhas mãos. E onde encontrei um cd português à venda que sou incapaz de pronunciar o nome, mas que vou publicar mais abaixo. 

Em jeito de conclusão, Amsterdão parece-me uma cidade muito bonita para se visitar e mesmo para viver, tem uma pinta descomunal. Mas não é a minha cidade preferida. Voltando lá, terá de ser com alguém que conheça a cidade melhor do que eu para poder fazer um pouco da vida de quem viva ou já tenha vivido lá. 


A tal Oude Kerk, a igreja mais antiga de Amsterdão, muito gira por fora, mortiça por dentro. 


Rui e Alexandre, obrigado por me salvarem de ter 4 dias que sozinho, seriam uma seca desmesurada. 


Posso dizer que andei de bicicleta em Amsterdão, porém, à pendura, o que também é difícil, ok? Isto porque não tinha a destreza de me sentar com ambas as pernas para o mesmo lado. Fica para uma próxima.


Porque as pessoas também são cultas, fomos ver o Van Gogh ao Hermitage.


Os 6 euros mais mal gastos da história dos muffins. Não sentimos um pintelho das maravilhas que tanto apregoam. 


Pedro a apreciar e intepretar arte no Museu de Arte Moderna.


Apanhado em flagrante, porém, sem as calças na mão como o Zambujo.


Isto aconteceu porque o Alexandre permitiu, a culpa não foi minha. Mas eles tinham uma cascata de chocolate líquido... 


O momento em que eu tentava sacar o cão para dentro da mochila, mas ele assustou-se, esperneou e calhou cocó, como se pode apreciar na fotografia abaixo. 



Pensei deixar a Catarina para ali presa, mas depois pensei que se isso acontecesse não teria ninguém para me tirar fotografias. 


Pedro apanhado de surpresa. 


Catarina Velosa, não é digna de catálogo, mas foi do menos mau que se arranjou para mostrar ao mundo, portanto não te queixes.


A Catarina no seu "Breakfast at Tiffany's". Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... 
Isto porque ninguém nos conhecia por lá.


Mais uma vez, a culpa não foi minha, foi da Catarina. O meu saco nem é o mais cheio. Eu é que gosto de pintar as unhas, ok? 


Esta nem era uma das lojas onde eu costumava entrar para comer queijo à borla, porque nessas lojas eu guardava a máquina para poder ter ambas as mãos livres e assim conseguir agarrar em mais amostras grátis ao mesmo tempo.

Eu podia viver numa daquelas casas mega espectaculares, apesar de algumas estarem de lado.


Olha, peço desculpa a fotografia estar de lado, mas já tentei e não consigo "desvirá-las", portanto Catarina, serás uma Candy Freak de lado.


E foi isto que eu encontrei no mercado de Waterloo. 


Adeus Amsterdão, olá Berlim!

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Avó Cristina


Desde o Verão aguardei um telefonema da partida já anunciada, sempre na esperança de não o receber até o Natal. A reunião da família acabou por acontecer precocemente, a meros 15 dias das celebrações natalícias. Mas foi como tudo deveria ser. Houve tempo para todos se prepararem, foi previsível e sereno. Mas não foi, nem nunca será fácil. Na qualidade de Mãe, esposa, avó, tia e amiga, ninguém lhe conseguia apontar um defeito ou uma qualidade menos boa e foi isso que todos se lembraram nos últimos momentos. 
Estando longe da família todo o ano, deixo a ilha sempre com aquele receio de quando voltar as coisas não estarem como as deixei, de alguém já cá não estar como antes. Por isso, tento sempre guardar na memória as últimas imagens daqueles que, pela ordem natural das coisas, poderão já cá não estar no meu regresso. E recordo-me com clareza de ter estado sentado na beira da cama e da Avó saber que estava doente mas de não saber com o quê exactamente e de falar que devia ter o mesmo que a Tia Matilde e que uma prima que eu não conhecia. Sem nunca mencionar a palavra, ela sabia o que tinha, apesar de querer acreditar que não era e que tudo ia melhorar, como tanto lhe diziam. E ela despediu-se de mim desejando uma boa viagem de regresso a Lisboa. E eu secretamente, desejei que não fosse aquela a última frase que ela me dizia. 

Não gosto da ideia de não voltar a comer o pão quente que ela própria amassava e que em criança me deixava fazer bonecos com a massa, nem da canja que eu repetia 3 vezes todos os Natais por achar que mais ninguém a fazia tão bem. Foi no Natal de 2008, o único Natal que não passei com a minha família, que me apercebi, num telefonema seu na véspera de Natal, que eu não poderia passar mais nenhum Natal longe dos meus. Foi aí que percebi a força da união da família e que tive dificuldade em conter as lágrimas que não queria que ela percebesse. 

Era com imenso orgulho que dizia a toda a gente que tinha o privilégio de ter os meus 4 avós e agora não tenho mais. Mas continuo a considerar-me um sortudo, não apenas por ter tido a Avó Cristina na minha vida, mas por ter uma família unida e que se ama, independentemente das formas de manifestação de cada um.

E não quero saber se foi o coração ou se foi o cancro que te traiu. 
Estarás sempre no meu coração.