segunda-feira, janeiro 30, 2012

O Que Há de Novo no Amor?

Queria muito falar sobre este tema mas são demasiadas coisas a acontecer ao mesmo tempo. Um dia destes.
Convosco, o trailer do filme a estrear na próxima semana, da minha amiga Mónica Santana Baptista.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Depois da Tempestade


...vêm os dias cheios de trabalho acumulado. 
Porque isto de ser trabalhador independente tem muito que se lhe diga e ninguém está propriamente muito preocupado se estamos prestes a ir desta para melhor. O balanço foi uma semana completa fechado em casa, a comer (sem grandes apetites e quando a garganta permitia), a dormir, a ver televisão e a fazer um puzzle de 1500 peças em tempo recorde no chão da sala. Isto nos intervalos dos episódios febris que, qual relógio suíço, chegavam sempre ao início da noite. E nada como uma gripe com febre e medicação em doses industriais para dar asas ao meu sub-consciente. Entre a imensa actividade na minha cabeça, lembro-me bem de um sonho que teve uma duração de um Senhor dos Anéis, que, resumindo, consistia na preparação de uma viagem para o Burkina Faso onde tinha uma amiga a estudar/trabalhar num projecto da área dela, Biologias e afins. Lembro-me de arrumar as malas, de fazer tempo para apanhar um táxi e contar os minutos para não perder o avião. Já dentro dele (sim, eu não fiz o check-in, saí directamente do táxi para o avião) adormeci - eu sou uma pessoa que adormece dentro do próprio sonho - e quando acordei já íamos a mais de metade do caminho. Vi isso através daquelas televisõesinhas que mostram o percurso. E segundo o meu sonho o Burkina Faso situava-se acima de Angola, no espaço que na verdade pertence ao Congo, tive de procurar no Google um mapa para perceber se eu adivinhava geografia através dos sonhos, mas chumbei. Chegados ao dito país, aterrámos junto a um lugar cheio de terra, carros a cair de podres e galinhas por todo o lado. Apanhei o comboio onde estava uma Tia minha a perguntar se eu tinha trocado euros para a moeda deles, que o revisor estava a passar e eu tinha de pagar o bilhete. E eu não tinha, mas por alguma razão, saltei essa parte do sonho e cheguei a casa da minha amiga, já sem a minha tia, onde ela vivia com outros amigos num ambiente típico de Erasmus, porém, num país de 3º Mundo. Quando cheguei entrei logo num quarto igualzinho ao meu cá de Lisboa e tinha companhia. É agora que começa a parte XXX do sonho e por essa razão vou ter de passar à frente, apesar de me lembrar bem do que aconteceu e com quem. Arf! Depois então fui finalmente cumprimentar as pessoas da casa e estava lá outro amigo da minha amiga. E lembro-me de perguntar o que se podia fazer de divertido por lá e me responderem que não havia nada de especial para se fazer.
FIM.

Conclusão: Para quê um charro ou um space-cake e corrermos o risco de ser apanhados pela lei quando se pode ter febre e medicamentos numa farmácia perto de si?


Detail of the Right Panel of The Temptation of St. Anthony by Hieronymus Bosch

© Massimo Listri/CORBIS


sexta-feira, janeiro 13, 2012

Top + (versão da casa)

Eu e o meu iPod não nos largámos o ano de 2011 inteirinho. Nem sempre foi bem tratado, seja pelas quedas ao chão, seja por certa qualidade musical duvidosa que o obriguei a ter, mas mal ou bem, ambos sobrevivemos. E como estou preso em casa nesta prisão domiciliária forçada pelas doenças da época e não tenho muito para fazer para além de dormir e ver televisão, decidi escrever este post muito pouco relevante com as músicas que mais tocam no meu iTunes e iPod. O Top 25 tem quase todas as músicas com mais de 100 reproduções e as duas primeiras com mais de 200. É mointo. E porque as músicas que ouvimos dizem muito de nós, mal ou bem, calhou isto:





















































Birds


Pegámos nas bolsas e arrumámos lá dentro as coisas que precisávamos sem grande cuidado. Pouco importava se as roupas não combinavam umas com as outras, a ideia passava por andar o máximo do tempo em fato-de-banho, óculos de sol e havaianas nos pés. Era Verão, aquela estação pela qual tanto ansiávamos. Não planeámos um único detalhe e partimos quase sem destino. Mesmo com tantas diferenças, encontrámos um no outro o equilíbrio perfeito para nos deixarmos ir com o vento sem perder aquele conforto quase familiar que nos ficou entranhado. 
Puseste a chave na ignição e decidimos que íamos ser leves. Pela estrada fora pusemos o volume no máximo e deixaste-me escolher as músicas. Cantámos, às vezes apenas eu, e tu não reclamaste. Não só não o fizeste como prestaste atenção ao que diziam as músicas, talvez por eu cantar por cima - à excepção das partes que não sabia, nessas, como te confessei, ficava subitamente mudo como se estivesse a apreciar a paisagem num breve silêncio para disfarçar e não estragar o momento que estava a partilhar com uma invenção qualquer da letra. 
Atravessámos campos cheios de palha, outros verdes, outros com flores de várias cores e percorremos estradas sinuosas com árvores plantadas à sua beira. E o mundo era nosso.
Com a mão fora do janela do carro, pus-me a fazer aquelas ondas como as crianças gostam de fazer e falámos das movimentações das altas para as baixas pressões e muitas outras parvoíces que rapidamente nos vinham à cabeça. 
Sabias que eu sentia-me no pico mais alto da vida e gostavas disso. Estávamos com um brilhozinho no olhar e o louro dos nossos cabelos resplandecia mais do que o normal.
E, não sei se te lembras, mas disse-te que aquele exacto momento era de certa forma, uma consagração daquilo que chamamos felicidade e que passamos o tempo todo a ambicionar. Aprendi que vivemos de momentos e não de fases e eu apercebi-me que aquele era "O Momento" e partilhei-o contigo. 


She said "what?"
He said "you"
She said "what are you talking about?"
He said "you"

(...)
She said "thanks, I like you too"
He said "cool"




quinta-feira, janeiro 12, 2012

This is not a new year's resolution:

Sinceramente, estou-me pouco importando para a crise no país, não me tem tirado o sono e prefiro mesmo nem ver os telejornais a espalhar sangue gratuitamente. Esta não é altura para lirismos. Esta não é altura para os poetas da vida. Esfregam-nos na cara uma realidade dura onde não sobra lugar para devaneios ou divagações filosóficas. Há-que entrar em estágio e rapidamente meter mãos à obra - "Fazer Acontecer". É todo um conceito cheio de boas intenções, quase sempre goradas. Contra mim falo, que nem consigo manter o meu quarto arrumado.
Cliché, que se lixe com "F" grande. SÊ A MUDANÇA QUE QUERES VER NO MUNDO. Não vais estar rodeado de príncipes e princesas se não fores um(a). "Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes" - e dizia eu que não havia lugar para poesias, já me sinto um marginal. 
Não consigo conceber a entrega total das nossas vidas a alguma entidade superior ou ao mero fado que está escrito nos pergaminhos ou num qualquer Universo. Eu quero as coisas e não gosto da ideia de que só as tenho por vontade divina. Ou as tens por trabalho ou por sorte. Infelizmente a segunda não me tem acompanhado nos últimos dias, mas a primeira depende unicamente de mim. 
E repito, isto não é uma resolução de ano novo.
Haja saúde. Amén.


© Frank Lukasseck/Corbis

quarta-feira, janeiro 11, 2012

"Somedays Aren't Yours At All"

Se a dose anual de azar é sempre a mesma, então a partir de agora vou começar a ter um ano santo.


"Somedays aren't yours at all,
They come and go
As if they're someone else's days
They come and leave you behind someone else's face"



domingo, janeiro 08, 2012

Querida Gripe,


venho por este meio informá-la que não quero brincar mais. 
A ideia de ficar em casa um dia e ter pessoas preocupadas com o nosso estado de saúde é reconfortante, ter sempre alguém a perguntar se já tomamos os remédios e para sairmos de casa bem agasalhados é divertida durante 1 ou 2 dias. Ponto. 
O meu nariz parece uma torneira entupida e ter de adormecer com a boca aberta para respirar começa a ser deprimente. A garganta continua inflamada ao ponto de parecer que estou a engolir um crocodilo quando na verdade é só um bocado de pão que eu mastigo muito bem antes de fazê-lo chegar ao estômago. E depois esta é uma gripe cheia de humor. Quando penso que já está a ir-se, eis que volta atrás para ficar mais um bocadinho. Depois volta a ir e depressa regressa para matar saudades. Tipo aqueles telefonemas de pessoas com quem não queremos realmente falar, que se despedem 39 vezes, criando falsas esperanças, para depois se lembrarem de mais alguma coisa que ainda não tinham dito, com a diferença que nesses casos podemos sempre fingir que estamos a ficar sem rede até cair a chamada. 
Gostava ainda que me regulasse o termostato porque o meu corpo anda bastante disléxico em relação à estação em que estamos. 
Portanto, venho informá-la que não é bonito começar assim o ano novo. É bom que isto seja já para despachar toda a dose de maleitas para 2012 porque já que o mundo vai terminar este ano, gostava ao menos de estar apresentável e com o nariz em boas condições.

Com os melhores cumprimentos,

o teu reservatório ambulante de germes preferido.

© Push Pictures/Corbis