domingo, setembro 27, 2009

Dúvidas Existenciais

Duas pequenas perguntas:

1 - Diz-se "empenho" como eu pensava ou "empenhamento" como diz o Sócrates?

2 - Porque é que há mais bandeiras com as cores do arco-íris do que bandeiras do PS nos festejos do Sócrates?


Reflictamos sobre isto, até amanhã.

quinta-feira, setembro 24, 2009

His skin is like a map where his heart has been


"Parece que te passou um camião por cima há uns tempos e ficaste com o olhar baço

Não estou a falar disso.

E eu penso que sabes a que é que me estou a referir.

Deu para ver logo

nos teus olhos.

A profundidade

onde estás.

Isso está mesmo na tua pele.

Só alguem que não te conhece minimamente para perceber.

o sorriso já não é o mesmo."





(not my words, not myself, do not ask).





© Dex Image/Corbis

quarta-feira, setembro 23, 2009

Um Dia Deixo de Roer as Unhas

nataliedee.com


nataliedee.com

O Estranho Caso do Menino Mudo


Todas as vezes que tentara comunicar com as pessoas grandes o rapaz ficava sempre com a vaga ideia de que não o compreendiam. Uma vez ouvira na televisão que existiam diferentes línguas espalhadas pelo mundo, mas ele nunca havia saído da sua rua para poder contemplá-las e deliciar-se com elas. Muitas foram as vezes que julgou falar um desses idiomas exóticos, talvez isso justificasse a cara de indiferença e impavidez das pessoas grandes todas as vezes que tentou comunicar com elas. Sentindo-se um estrangeiro, um ser diferente dos outros, dedicou-se aos gestos, talvez apontando para as coisas ou arranjando sinaléticas próprias as pessoas lhe respondessem às perguntas, mais afirmativas que interrogativas, que escorriam pelos lábios e pelos olhos de menino vivaço. Mas nem por isso. Porém, quando brincava com os vizinhos da sua idade, parecia não ser tão importante que o compreendessem, na verdade achava que os seus amigos também não era ouvidos pelas pessoas grandes e não se sentia tão diferente. E com os meninos da sua idade ele não conseguia dizer o que queria por serem novos demais. Nunca arranjou algum amigo imaginário, mas refugiou-se no vento com quem sabia que podia confidenciar os seus segredos. Ele sim, ouvia-o, compreendia-o e levava consigo tudo o que o rapaz tinha para dizer. As suas palavras chegaram a outras terras, docemente transportadas pelas brisas e houve quem as ouvisse, mas eram raras as pessoas que as compreendiam. Estavam soltas e ninguém as conseguia colar.


E ele tinha sempre tanta coisa boa para dizer.




© peace!/amanaimages/Corbis

terça-feira, setembro 22, 2009

Coração Reciclado


Meticulosamente, penteava o cabelo com gel todas as manhãs, entre um bocejo e uma dentada na torrada com manteiga. Não ousava sair com qualquer cabelo fora do sítio certo, apesar de dizer que pouco se importava com o que os outros pensavam acerca disso. Portanto preferia dizer que era para seu satisfação pessoal. Era mais um dia como tantos outros, que começava impreterivelmente bem. Não havia dia que chegasse à escola e levasse consigo a discussão do dia anterior que tanta mossa fizera. Tinha um coração reciclável, afinal de contas, era criança, requisito suficiente para não ter de se preocupar com todos os males do mundo. Com o seu dia organizado, mantinha uma rotina infalível de modo a ter tempo para brincar com os amigos ao final do dia. Embirravam e discutiam muitas vezes, por vezes até ficavam o resto do dia sem falar uns com os outros. Eram crianças.

À noite, enquanto as suas avózinhas rezavam por ele, caía como uma pedra na cama com um sorriso na cara com o qual acordaria no dia seguinte.

Com o coração e uma ingenuidade renovadas.




© Illustration Works/Corbis

domingo, setembro 20, 2009

Toda a Verdade Acerca de...



Jacuzzis.




Gostava de informar as senhoras gordas que eu encontrei no jacuzzi do ginásio quando lá entrei e que lá permaneceram após a minha saída que estar no meio de uma espécie de banheira crescida com água borbulhante NÃO FAZ EMAGRECER.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Campanhas de Rua


Não, não me refiro desta vez às campanhas eleitorais. Refiro-me àquelas em que somos atropelados por panfletos, publicidades e causas humanitárias que não estamos assim tão interessados em colaborar. Eles estão no metro, no comboio, nas ruas mais e menos movimentadas e em qualquer esquina perto de si. Graças a essas informações valiosas sei onde posso consultar um mestre que resolve todos os problemas da vida de qualquer um de nós, conheço uma nova clínica dentária e uma organização que trata dos meninos abandonados, com um pequeno detalhe para a angariação destes últimos jovens: eles não falam, eles perseguem as pessoas, agarram-nas encostam-nas à parede. Mais coisa menos coisa.
E hoje estou naqueles dias que é preferível não redigir as primeiras palavras que me vêm à cabeça acerca deste assunto.

sábado, setembro 12, 2009

Debates VS. Peixeiradas

Depois do debate de hoje entre Paulo Portas e Francisco Louçã notei na Judite de Sousa uma vontade secreta de espancar o senhor Paulinho até o final da semana. Curiosamente,também foi essa a minha vontade. Parecia uma criancinha ao desrespeitar os tempos de intervenção e os assuntos que deviam ser tratados. Não é que eu perceba muito de política, mas de facto adoro assistir a uma bela peixeirada entre aqueles que vão governar o nosso país. Anima qualquer um.

quinta-feira, setembro 10, 2009

E Para Post Nº 1001...



...vou desempenhar as funções para as quais estudei.
Serei Professor, la la la!


E este será o post número....





1000




Ufa, nunca pensei chegar a tanto.
Tanta hora perdida à frente do computador, isso sim!

A Tal Da Gripe


Então a história é a seguinte: estando eu em vias de conseguir um emprego numa escola (ainda não confirmado) o que é que me vai acontecer a 2 dias de saber alguma coisa? Apanhar a estupidazinha da gripe. E ontem, dia 9 de Setembro, acordei às 6 da manhã com os trovões e relâmpagos, isto devido à ausência de cortinados cá em casa, e com uma má disposição incrível, acompanhada de um aumento exponencial da temperatura corporal. Pois bem, tive ainda de fazer tempo para que a farmácia abrisse, entretanto não consegui meter nada à boca, porque tudo o que entrasse, saía. A cabeça, tal como é hábito em mim nestas ocasiões, estava prestes a estalar ao mínimo movimento, o que não aconteceu graças a sei lá o quê. Febre a 38 graus, não é mau de todo, podia não ser a gripe A. Vim para casa com carradas de comprimidos, tendo ainda força para comprar fruta que ainda para ali está. Nunca a escadaria do meu 4º andar sem elevador pareceu tão longa. Ao longo do dia foi ver-me a criar poças de água por onde me sentava ou deitava e a gemer de dor cada vez que tinha de mexer alguma parte do corpo. Cheguei uma vez aos 39,5 graus, mas a notícia de que a gripe do Rúben, ausente de casa, era uma gripe sazonal, deixou-me mais descansado e entre arrepios e suores, lá consegui adormecer e só acordar umas 3 vezes durante a noite. Mais uma noite difícil, que terminou às 7 da manhã (nunca na vida me pensei levantar a esta hora sem ter aulas ou trabalho), mas os Brufen's e os Ben-U-Rons desempenharam bem o seu papel e o dia de hoje já corre melhor, apesar da quarentena. Agora que já me mexo, se calhar convém arrumar a confusão que ficou de ontem. Ah, e agora sim, podem telefonar-me lá da escola, não tenho gripe A e as aulas começam 2ª feira.


Este regresso a Lisboa está sendo atribulado. É a conjuntivite que já me levou ao hospital e à farmácia para gastar uns belos trocos (e agora tenho uma coisa para aplicar 3 vezes ao dia, outras duas para aplicar 5 vezes e outro ao deitar). Foi o ataque das traças na cozinha que me levou a ter de limpar a cozinha de fio a pavio e a desfazer-me de quase todos os géneros alimentícios (e as estupidazinhas ainda andam por lá às vezes). Foram as contas absurdas que tínhamos para pagar. Foi a parvoíce da noite de Sábado (não me perguntem pormenores). Foi o reaparecimento da lesão do joelho, quando tive a brilhante ideia de ir correr até Belém. Enfim.

Só espero que esta hipótese de emprego não seja um flop como tudo o resto tem vindo a ser.

She Monkey

Foi há menos de uma semana que tive o privilégio (ahahaha) de ouvir pela primeira vez a música da Shakira "She Wolf". Quando me disseram que ela uivava na música pensei logo que devíamos estar perante uma preciosidade. Pois nem a música nem os exageros erótico-sensuais da menina me convenceram,muito menos aquele uivo de quem acabou de ter um orgasmo forçado. Sendo um videoclip cheiinho de bom material para a paródia, lá o Luís resolveu procurar no youtube algo de interessante e encontrou isto:



Uma delícia! Obrigado Shakira por nos brindares com a tua música!

segunda-feira, setembro 07, 2009

Eléctricos da Carris


Sábado à tarde junto à Basílica da Estrela tentei apanhar um eléctrico. O bilhete a bordo custa 1,40 euros e eu tinha uma nota de 20. Foi-me recusada a viagem porque não tinham troco.


Pois bem, eu quero usufruir de um serviço e tenho dinheiro para o pagar. Seria assim muito difícil o senhor condutor ter uma nota de 10, uma de 5 e algumas moedas para o restante? Pois não sei. E mesmo que não tivesse, não seria esse um problema deles? Pergunto-me se chegasse um turista estrangeiro com uma nota de 20 se ser-lhe-ia recusada a viagem.


Por acaso até me dirigia ao hospital, mas vá lá, era só conjuntivite. Que aliás devia ter pegado ao senhor condutor como forma de agradecimento.

domingo, setembro 06, 2009

Roubado à Blueminerva




"As depressões, as pseudo-depressões, os amuos com a humanidade e semelhantes caralhadas do foro psiquiátrico, deviam vir equipadas com um exemplar Jimmy Choo e uma embalagem de gelados Perna de Pau."


No entanto, retirava o exemplar de Jimmy Choo e colocava as séries todas dos Simpsons.

Nota de Rodapé (ou de cabeçalho)

Conseguem imaginar um Fiat Uno estacionado entre vários Caddilacs, Porsches e Ferraris?



Pois, diz que é outro andamento.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Queixa nº 291

É Sexta-feira, estou muito cansado, com o joelho a doer, com uma conjuntivite, é noite de lua-cheia e a Sofia está no Porto Santo sem mim.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Accident & Emergency

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain is starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
Think I wan't you still
But there may be pills at work

Do you really wanna know how I was dancing on the floor?
I was trying to phone you when I'm crawling out the door
I'm amazed at you, the things you say that you don't do
Why don't you wreck?

I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I'm walking up surrounded by me
A&E

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain is starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
Think I wan't you still
But there may be pills at work

How did I get to accident - emergency?
All I wanted was you to take me out high
And I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I hope'd you'd call and hope'd you'd see me
A&E

O Fabuloso Mundo Dos Insectos


Após um mês e dez dias estou de volta à base lisboeta para continuar a “ir fazendo coisas”. E isto de “ir fazendo coisas” pode incluir um vasto leque de actividades, nomeadamente a aniquilação de insectos. Não que eu seja a favor da morte dos bichos sem apelo nem agravo, muito pelo contrário, se puder salvar uma mosca enxotando-a pela janela ou uma aranha empurrando-a para fora de casa (sempre carinhosamente, mas com um contundente “Não volte sempre”), é isso que faço. No entanto, ao chegar à meu lar doce lar em pleno coração de Lisboa deparei-me com um cenário inimaginável. Um tal de bicho voador que eu julgava ser uma traça (chamemos-lhe traça para facilitar) e os seus 4927 amigos andavam pela cozinha a esvoaçar e - deixa-me ver como digo isto sem chocar as mentes mais puritanas – a copularem quanto mais podiam naquilo que mais parecia uma orgia desenfreada do mundo dos insectos, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte (o que no fabuloso mundo dos insectos até nem é grande mentira). Quase dava para sentir o odor das hormonas dos pequenos sacaninhas, que se tinham apoderado da minha cozinha sem permissão e sem qualquer sentimento de culpa por terem desvirginado aquela santa parte da casa. Foi nessa altura que percebi que teria de tomar medidas drásticas e procurar a arma preferida do Rúben nestas situações… o Raid. Sem pensar duas vezes, não fosse eu atingido pelo ímpeto de tentar expulsar os bichos de casa sem lhes danificar as asinhas, pulverizei quando mais pude a cozinha tornando-a uma autêntica câmara de gás dos tempos modernos. Sem remorsos, esperei. E um pouco depois era vê-los todos no chão com os seus cadáveres quitinosos. Não quis saber mais da cozinha nessa dia…

No dia seguinte não podia evitar mais aquele espaço e alguém tinha de o limpar. Pois não sei como, os coisos não tinham morrido todos e pior, descobri que haviam muitos deles dentro do armário da comida e trouxeram as amigas formigas. Pior, as putas também vieram em forma de lagartas e fizeram casulo em toda a parte. Perdoem-me a linguagem, mas essa foi mesmo a palavra que soltei em alto e bom som, mesmo sabendo que elas não iam perceber e que não estava lá mais ninguém comigo com quem pudesse partilhar a indignação. A guerra não havia terminado e as paredes, as esquinas dos armários, as embalagens e latas de comida, a caixa do pão, os bolos de mel guardados para oferecer e todos os recantos que encontraram não eram mais do que ninhos perfeitos para as traças proliferarem como cogumelos. Se eu já não gostava de bolo de mel, depois de ter a imagem das lagartinhas brancas e rechonchudas com a cabecinha de fora do bolo, acho que nunca mais vou querer sequer ver tal iguaria madeirense à minha frente. Impiedosamente, gastei todo o Raid que o Rúben tinha em casa e fi-lo acompanhando a acção com uma linguagem tão obscena que não vou escrevê-la. Extinta a guerra (pelo menos até ao momento), fiquei com uma cozinha cheia de cadáveres retorcidos e de utensílios banhados de insecticida. Alguém tinha de limpar aquela porcaria. Agora, ainda estou para perceber é como que existia uma lagarta afogada na água da Nespresso, um compartimento que eu julgava ser estanque. De qualquer dos modos aposto que quem ler isto e vier cá a casa, não vai querer tomar nenhum Capriccio ou coisa do género.

Agora com licença que tenha uma cozinha para inspeccionar e ainda não fui comprar mais Raid. Ou então compro uma rã.