quinta-feira, dezembro 10, 2009

Everybody's free

Falavam de uma tal missão e perguntaram-lhes quais eram as deles. Ninguém sabia ao certo, nunca haviam pensado nisso. Inventaram umas coisas na hora, afinal de contas estavam num local e numa hora em que as respostas tinham de ser dadas. Mas a voz trémula atraiçoou os mais inseguros que acabaram por revelar todo o vazio de pensamento que, na verdade, não sabem ainda como preencher. Quais são os teus objectivos? Para onde caminhas? Porque tomas determinadas decisões? Onde queres chegar? QUAL A TUA MISSÃO? Estão todos numa "rocha algures no espaço" com destino incerto e daqui a algumas décadas não serão absolutamente nada porque todos se terão esquecido de vocês. Somos realmente insignificantes para a história do mundo, do Universo e por aí fora, se houver mais qualquer coisa.

Eu e tu não sabemos o que somos, o que fazemos, o que queremos, nem para que servimos.

Talvez um dia saibamos. Continuemos à procura.

sábado, novembro 28, 2009

Analepse Temporal


Vai já com 4 anos e alguns meses que eu estava a estudar arduamente para a cadeira de Desenvolvimento Motor, estava eu no meu 2º ano de curso. Era daquelas disciplinas que exigiam muito marranço apesar de todos nos falarem da importância de perceber as coisas em vez de as decorarmos. Mas eu sabia desde logo que aquela era uma disciplina que não convinha arriscar com escrita criativa, daí eu sempre ter tido as melhores notas nas disciplinas do professor que as leccionava. Escrevia tintim por tintim, quase com os pontos e vírgulas no mesmo lugar, correndo sempre aquele risco de parecer quetinha copiado quanto mais podia. Lembro-me que já tinha passado a famosa Páscoa de 2005, durante a qual descobri a música do Jack Johnson, numa tarde nublada, naquela casa à beira-mar plantada, junto à praia, aquela praia. Fixei-a, apaixonei-me por ela. Não demorei a comprar os discos do Jack, sem praticamente conhecer as músicas. Lembro-me de familiarizar-me com elasdurante o estudo para Desenvolvimento Motor. Eu e o Jack fizemos várias noitadas, eu lia e escrevia, lia e escrevia, lia e escrevia. O Jack acompanhava-me com a sua guitarra e uma voz suave que ajudava a suportar o trabalho que aqueles apontamentos me proporcionavam. Pode parecer ridículo ter guardado a memória de dias de estudo para uma disciplina que nem me fascinava propriamente, mas o que é facto é que consigo rebuscar na memória e lembrar-me de momentos de estudo em casa, na biblioteca pública e numa sala da Universidade pela noite dentro, onde eu me inspirava para reter conhecimento. Lembro-me do meu fiel amigo discman, com uma parte azul translúcido, já todo riscado de tanta utilização que lhe dei. Hoje ele jaz num antigo quarto, a apanhar pó à espera que a moda dos "compact disks" volte de novo. Volta sempre.

Hoje, com mais álbuns e músicas melodiosas editadas, o Jack toca a sua guitarra com aquele som que me é tão familiar enquanto estudo Anatomia, Cinesiologia e Biomecânica. O lugar, a matéria, o tempo são outros. Mas a sensação de borboletas na barriga é a mesma de outrora. Quase que diria que é bom ter alguma coisa para estudar. Pronto, escrevo isto porque estou a fazer uma pausa, sei bem que daqui a pouco vou voltar a praguejar e a questionar-me porque resolvi voltar a estudar. Mas o Jack vai fazer-me companhia pela noite dentro.

terça-feira, novembro 24, 2009

De volta aos exames

E qual a melhor coisa para voltar a escrever neste blogue com a frequência de antes?

Um belo de um exame e a necessidade de estudar horas a fio para conseguir passar.

É logo à partida uma bela promessa de regresso às lides bloguistas de outrora, relatando, por exemplo, o avanço do estudo, as dificuldades encontradas, as horas de sono perdidas, a falta de sentido da minha vida, a descrença na nota positiva e lamúrias afins, enfim, é sempre uma óptima desculpa para largar os livros e poder atribuir as culpas à internet no caso de fracasso.

sábado, novembro 21, 2009

Parabéns Laurinha!




"And it takes no time to fall in love
But it takes you years to know what love is
It takes some fears to make you trust
It takes those tears to make it rust
It takes the dust to have it polished"




Desculpa se as palavras não são minhas, mas é o melhor que eu e o meu olho à Benfica conseguimos escrever neste momento. Isto para quê? Para te dar os Parabéns por escrito, já que ainda não te apanhei para um abraço "daqueles" que aprendemos a dar um ao outro. Não tenho o que gostaria de te oferecer, mas se pudesse comprar um pouco (mais) do que aquilo que tens escrito no pulso, dar-te-ia durante os próximos 365 dias, um bocadinho todos os dias,o suficiente para manter a tua gargalhada a inundar os dias de quem contigo os partilha. E um dia, vamos todos morar numa casa ao pé da praia, onde o sol se pões todos os dias lá ao fundo no horizonte.




Sabias que gosto de ti, miúda?

quarta-feira, novembro 18, 2009

Need for a Change




Mayday, Mayday!

Alerta Vermelho Activado.

Urgente necessidade de revirar tudo de pernas p'ró ar!



sábado, novembro 14, 2009

Natal na Madeira...



...é outra coisa!

Ainda estamos a meio de Novembro e só consigo pensar nos 6 dias que vou passar na minha ilha, com a minha família, com os meus amigos, com tudo o que a Madeira tem para oferecer por alturas do Natal. Mal posso esperar pela noite do Mercado, encontrar todos os amigos e conhecidos com cornos de rena na cabeça, a beber álcool em chávenas oferecidas em trocas de prendas, a cantar músicas de Natal abraçados uns aos outros, a comer carne de vinha d'alhos e poncha, muita poncha! Já me vejo a percorrer aquelas ruas sem destino aparente a tirar fotografias a tudo e a todos como se não houvesse amanhã. Depois terminar a noite provavelmente no Jam a bailhar até amanhecer com as pessoas que calharem, porque nestas noites começamos a noite com umas pessoas e acabamos com outras que vamos reencontrando e vivendo a vida! Desejamos bons Natais e felizes anos novos e embriagam-se todos com o espírito de Natal quando passam o "Last Christmas" dos Wham. Há sempre quem termine a chamar o Greg, né Sofia?

E o Natal com a família, o melhor de tudo. E as prendas! E a roupita nova. E os primos ao molho. E os cozinhados, infelizmente não mais da Tia Matilde, mas de outro qualquer elemento dotado da família. As luzes, as cores,os cheiros, os abraços, as ruas, tudo, tudo, tudo.

Morro de saudades de tudo e este ano o Natal será impagável.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Anúncios de Natal


Popota. Um nome incontornável do nosso panorama musical natalício. Uma hipopótama cor-de-rosa, que é já um símbolo que todos nós associamos de imediato à festividade que se aproxima. E acho muito bem que ela seja a cara animada de uma cadeia de Hipermercados do nosso país, afinal de contas, é devido à abundância deste animal por terras lusas que se justifica o elevado número de turistas que todos os anos visitam o nosso país à procura de safaris cheios de hipopótamos cor-de-rosa, girafas esverdeadas e crocodilos amarelos fluorescentes. Nem quero imaginar o sucesso da miúda se o Quénia resolver adoptá-la para representar algum supermercado da zona. Apenas me preocupa um pouco o facto dos hipopótamos me parecerem sempre animais com uma fome insaciavél e com dores de dentes crónicas, o que pode levar o supermercado a ficar sem stock de comida ou a tê-la sempre de baixa pelas constantes visitas ao dentista. E aí provavelmente teriam prejuízo. Digo eu.

E se no ano passado aquela massa cor-de-rosinha já nos havia encantado dentro de vestidos justos a cantar com o inigualável Tony Carreira, com uma voz muito mais suave do que a que se poderia prever para um bicho daquele porte, este ano ela rebentou todas as fasquias que eram desde logo, muito elevadas. Cansada dos velhos trapitos, a Popota sai da casca, mostra mais pele e revela-se mais popozuda do que nunca! É vê-la bater aos pontos a Madonna dentro de um maillot rosa fúscia, sempre a abanar aquele rabinho fat-free pelo Porto, Lisboa, Japão, Madagáscar, Índia, eu sei lá! Uma maluca. Comove-me a escolha musical da miúda para este Natal, de facto os Buraka Som Sistema sempre me transpareceram todo aquele espírito bonito de Natal e paz no mundo e felicidade para todos. Fica uma dúvida no ar… que tipos de animais vai a Popota visitar quando está em pleno safari pelas florestas africanas? Vai visitar a família só porque é Natal? Que bonita imagem se está a passar, uma hipopótama que teve sucesso ao sair da terrinha e que só lá volta quando é Natal. No resto do ano volta à civilização que fez dela uma estrela dos palcos. É de vedeta. Agora que parece a Ana Malhoa do reino animal, só lhe faltava fazer uma dietazinha para poder fazer concorrência à Leopoldina, que agora continua pelos reinos encantados dos brinquedos onde há reis, princesas e dragões, mas agora com um belo corpito de Lara Croft, mantendo porém a cabeça desproporcional que tinha nos anos anteriores. Lá no corpito, a Leopolodina dá uma bela lição à Popota e explica a toda a gente que um ano de ginásio e de boa alimentação do Modelo e Continente permite ganharmos um aspecto de modelo que começa a a tender para o desaparecimento precoce.

Seguindo na onda da boa qualidade publicitária dos Supermercados de todos os dias, deixo aqui uma sugestão para os que ainda não foram buscar animais exóticos para as suas campanhas:

O Pingo Doce podia ir buscar um Ornitorrinco, sempre achei que era um elemento que fazia falta ao presépio;

O LIDL podia ir buscar um Puma que fizesse a dança do varão;

O Minipreço, por ser mini, podia ir buscar formigas super-sónicas que ajudassem a colocar as mercadorias pesadas nas prateleiras do supermercado e debaixo dos pinheirinhos de todos nós.


Agora com licença que vou ali a Sintra ver se encontro o senhor das afaces do anúncio do Pingo Doce.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Lição nº 1

Hoje, sendo Segunda-feira, parece-me um óptimo dia para abrir o livro de reclamações e para iluminar a cabecinha de algumas pessoas medievais que ainda subsistem espalhadas pela bela cidade de Lisboa.


Toda a gente adora uma boa hora de ponta, uiiii, que não vejo muita coisa melhor do que ficar preso no trânsito com os carros detrás a buzinar como se isso fosse ajudar a tirar os carros entupidos que estão à sua frente. É que é de uma inteligência dantesca buzinar para manifestar o seu estado de espírito e é sempre uma boa terapia para se começar bem o dia, cheios de alegria e bom humor. Eh lá, está uma grande fila aqui, vamos lá todos buzinar a ver se assustamos os carros à frente e eles começam a andar. Bravo.


Conhecem aquelas escadas rolantes do metro da Baixa-Chiado que nos fazem sentir como se estivessemos mais próximos da Nova Zelândia do que d' A Brasileira? Tudo bem que eu tenho uma certa mania de não ficar quieto numa escada rolante e acabo sempre por subi-la a andar só para ter a sensação de que estou com um super-poder que me duplica a velocidade de andamento, mas quando estamos realmente com pressa, existe sempre algum par de namorados, amigos ou familiares que insiste em ir lado a lado, criando um tampão que impede que as pessoas passem. E o melhor é que nunca se apercebem disso. E todo eu adoro demorar meia hora a sair do sub-mundo da Baicha-Chiado, costuma ser o ponto alto do meu dia. Com isto queria ensinar, que eu sou uma pessoa de sabedoria imensa, que numa escada rolante, tal como numa estrada, circula-se pela direita deixando a esquerda para os mais apressados. É bom senso e educação. Ponto.


Gosto ainda quando estamos quase a chegar ao metro e começamos a ver a porta a ameaçar fechar, o que resulta numa imensidão de pessoas a correr e a jogar-se para tentar não ficar à espera do próximo metro ou na pior das hipóteses, entalado na porta. O bonito é assistir àquelas pessoas que entram a correr e mal põem as patinhas dentro da carruagem, páram de imediato com um suspior de alívio. E os que vêm atrás que fiquem entalados, que é sempre uma coisa divertida de se ver. Ainda em relação ao metro que fique claro: primeiro deixamos as pessoas sair, depois entramos. É bonito e ninguém se chateia. Chateia não, aborrece. Que as pessoas educadas não se chateiam, aborrecem-se.


Estamos conversados, hein?

quinta-feira, outubro 08, 2009

Try to solve the puzzles in your own sweet times...


Há dias que uma pessoa não devia sair de casa

Saí de casa, estava a chover. Já não saí muito animado porque ontem percebi que se calhar não ia ser lá muito bem pago pelo meu novo trabalho, então a apanhar chuva o bom humor ficou completo. Chegado ao trabalho, foi-me explicada a situação salarial, para minha insatisfação. Aparentemente houve alguma "falha de comunicação". Uma pequena falha que me vai garantir pagar a renda, as contas, o passe e pouco mais. Deparo-me com um belo momento para começar a minha dieta, apesar de forçada. Consegui ainda ir até ao estádio da Luz tratar dos bilhetes para o jogo de Sábado (aquela que será a minha última despesa supérfula dos próximos meses) e encontrar uma fila relativamente grande. Para pagar, não existia multibanco e nos multibancos mais próximos não havia dinheiro. Aproveitei ainda para tratar da anulação do Kanguru no Colombo e não pude fazê-lo porque não tinha o bilhete de identidade comigo. Encontrei um trevo de 4 folhas que me animou momentaneamente, até o momento em que a senhora da Optimus pegou no meu ticket juntamente com o trevo, amassou-os quanto mais pôde e eu nada pude fazer além de ver o trevo morrer num caixote do lixo. Nesse momento já só me deu para rir. Porque chorar já não vale a pena.

quarta-feira, outubro 07, 2009

L'important c'est la rose

Não te sei explicar reacções que o meu corpo desencadeia contra a minha vontade, mas deverá certamente ter ocorrido uma réplica de outros pequenos tremores de terra que me tiram o chão dos pés quando estou a dançar. Eu danço muito, já dancei mais, eu sei. Mas tento sempre dançar porque acredito que nos rodopios e piruetas vou saboreando cada nota e com isso me vou construíndo e completando. E tu sabes desta minha necessidade de me completar, de procurar todas as peças de um puzzle que incompleto, não me permitirá sossegar. Sabes bem do meu apelo em surdina, sou previsível. Não para todos, mas para quem me consegue distinguir um brilho no olhar sabendo que se trata de uma lágrima fugidia que devia escorrer, mas que permanece contida.

Vou aperfeiçoar a minha dança, pelo menos enquanto a música durar. Nem que para isso precise virar o disco algumas vezes e insistir na mesma música. Mas se a dança me cansar demasiado, descansarei. Provavelmente debaixo do tecto que me ofereceste.

domingo, setembro 27, 2009

Dúvidas Existenciais

Duas pequenas perguntas:

1 - Diz-se "empenho" como eu pensava ou "empenhamento" como diz o Sócrates?

2 - Porque é que há mais bandeiras com as cores do arco-íris do que bandeiras do PS nos festejos do Sócrates?


Reflictamos sobre isto, até amanhã.

quinta-feira, setembro 24, 2009

His skin is like a map where his heart has been


"Parece que te passou um camião por cima há uns tempos e ficaste com o olhar baço

Não estou a falar disso.

E eu penso que sabes a que é que me estou a referir.

Deu para ver logo

nos teus olhos.

A profundidade

onde estás.

Isso está mesmo na tua pele.

Só alguem que não te conhece minimamente para perceber.

o sorriso já não é o mesmo."





(not my words, not myself, do not ask).





© Dex Image/Corbis

quarta-feira, setembro 23, 2009

Um Dia Deixo de Roer as Unhas

nataliedee.com


nataliedee.com

O Estranho Caso do Menino Mudo


Todas as vezes que tentara comunicar com as pessoas grandes o rapaz ficava sempre com a vaga ideia de que não o compreendiam. Uma vez ouvira na televisão que existiam diferentes línguas espalhadas pelo mundo, mas ele nunca havia saído da sua rua para poder contemplá-las e deliciar-se com elas. Muitas foram as vezes que julgou falar um desses idiomas exóticos, talvez isso justificasse a cara de indiferença e impavidez das pessoas grandes todas as vezes que tentou comunicar com elas. Sentindo-se um estrangeiro, um ser diferente dos outros, dedicou-se aos gestos, talvez apontando para as coisas ou arranjando sinaléticas próprias as pessoas lhe respondessem às perguntas, mais afirmativas que interrogativas, que escorriam pelos lábios e pelos olhos de menino vivaço. Mas nem por isso. Porém, quando brincava com os vizinhos da sua idade, parecia não ser tão importante que o compreendessem, na verdade achava que os seus amigos também não era ouvidos pelas pessoas grandes e não se sentia tão diferente. E com os meninos da sua idade ele não conseguia dizer o que queria por serem novos demais. Nunca arranjou algum amigo imaginário, mas refugiou-se no vento com quem sabia que podia confidenciar os seus segredos. Ele sim, ouvia-o, compreendia-o e levava consigo tudo o que o rapaz tinha para dizer. As suas palavras chegaram a outras terras, docemente transportadas pelas brisas e houve quem as ouvisse, mas eram raras as pessoas que as compreendiam. Estavam soltas e ninguém as conseguia colar.


E ele tinha sempre tanta coisa boa para dizer.




© peace!/amanaimages/Corbis

terça-feira, setembro 22, 2009

Coração Reciclado


Meticulosamente, penteava o cabelo com gel todas as manhãs, entre um bocejo e uma dentada na torrada com manteiga. Não ousava sair com qualquer cabelo fora do sítio certo, apesar de dizer que pouco se importava com o que os outros pensavam acerca disso. Portanto preferia dizer que era para seu satisfação pessoal. Era mais um dia como tantos outros, que começava impreterivelmente bem. Não havia dia que chegasse à escola e levasse consigo a discussão do dia anterior que tanta mossa fizera. Tinha um coração reciclável, afinal de contas, era criança, requisito suficiente para não ter de se preocupar com todos os males do mundo. Com o seu dia organizado, mantinha uma rotina infalível de modo a ter tempo para brincar com os amigos ao final do dia. Embirravam e discutiam muitas vezes, por vezes até ficavam o resto do dia sem falar uns com os outros. Eram crianças.

À noite, enquanto as suas avózinhas rezavam por ele, caía como uma pedra na cama com um sorriso na cara com o qual acordaria no dia seguinte.

Com o coração e uma ingenuidade renovadas.




© Illustration Works/Corbis

domingo, setembro 20, 2009

Toda a Verdade Acerca de...



Jacuzzis.




Gostava de informar as senhoras gordas que eu encontrei no jacuzzi do ginásio quando lá entrei e que lá permaneceram após a minha saída que estar no meio de uma espécie de banheira crescida com água borbulhante NÃO FAZ EMAGRECER.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Campanhas de Rua


Não, não me refiro desta vez às campanhas eleitorais. Refiro-me àquelas em que somos atropelados por panfletos, publicidades e causas humanitárias que não estamos assim tão interessados em colaborar. Eles estão no metro, no comboio, nas ruas mais e menos movimentadas e em qualquer esquina perto de si. Graças a essas informações valiosas sei onde posso consultar um mestre que resolve todos os problemas da vida de qualquer um de nós, conheço uma nova clínica dentária e uma organização que trata dos meninos abandonados, com um pequeno detalhe para a angariação destes últimos jovens: eles não falam, eles perseguem as pessoas, agarram-nas encostam-nas à parede. Mais coisa menos coisa.
E hoje estou naqueles dias que é preferível não redigir as primeiras palavras que me vêm à cabeça acerca deste assunto.

sábado, setembro 12, 2009

Debates VS. Peixeiradas

Depois do debate de hoje entre Paulo Portas e Francisco Louçã notei na Judite de Sousa uma vontade secreta de espancar o senhor Paulinho até o final da semana. Curiosamente,também foi essa a minha vontade. Parecia uma criancinha ao desrespeitar os tempos de intervenção e os assuntos que deviam ser tratados. Não é que eu perceba muito de política, mas de facto adoro assistir a uma bela peixeirada entre aqueles que vão governar o nosso país. Anima qualquer um.

quinta-feira, setembro 10, 2009

E Para Post Nº 1001...



...vou desempenhar as funções para as quais estudei.
Serei Professor, la la la!


E este será o post número....





1000




Ufa, nunca pensei chegar a tanto.
Tanta hora perdida à frente do computador, isso sim!

A Tal Da Gripe


Então a história é a seguinte: estando eu em vias de conseguir um emprego numa escola (ainda não confirmado) o que é que me vai acontecer a 2 dias de saber alguma coisa? Apanhar a estupidazinha da gripe. E ontem, dia 9 de Setembro, acordei às 6 da manhã com os trovões e relâmpagos, isto devido à ausência de cortinados cá em casa, e com uma má disposição incrível, acompanhada de um aumento exponencial da temperatura corporal. Pois bem, tive ainda de fazer tempo para que a farmácia abrisse, entretanto não consegui meter nada à boca, porque tudo o que entrasse, saía. A cabeça, tal como é hábito em mim nestas ocasiões, estava prestes a estalar ao mínimo movimento, o que não aconteceu graças a sei lá o quê. Febre a 38 graus, não é mau de todo, podia não ser a gripe A. Vim para casa com carradas de comprimidos, tendo ainda força para comprar fruta que ainda para ali está. Nunca a escadaria do meu 4º andar sem elevador pareceu tão longa. Ao longo do dia foi ver-me a criar poças de água por onde me sentava ou deitava e a gemer de dor cada vez que tinha de mexer alguma parte do corpo. Cheguei uma vez aos 39,5 graus, mas a notícia de que a gripe do Rúben, ausente de casa, era uma gripe sazonal, deixou-me mais descansado e entre arrepios e suores, lá consegui adormecer e só acordar umas 3 vezes durante a noite. Mais uma noite difícil, que terminou às 7 da manhã (nunca na vida me pensei levantar a esta hora sem ter aulas ou trabalho), mas os Brufen's e os Ben-U-Rons desempenharam bem o seu papel e o dia de hoje já corre melhor, apesar da quarentena. Agora que já me mexo, se calhar convém arrumar a confusão que ficou de ontem. Ah, e agora sim, podem telefonar-me lá da escola, não tenho gripe A e as aulas começam 2ª feira.


Este regresso a Lisboa está sendo atribulado. É a conjuntivite que já me levou ao hospital e à farmácia para gastar uns belos trocos (e agora tenho uma coisa para aplicar 3 vezes ao dia, outras duas para aplicar 5 vezes e outro ao deitar). Foi o ataque das traças na cozinha que me levou a ter de limpar a cozinha de fio a pavio e a desfazer-me de quase todos os géneros alimentícios (e as estupidazinhas ainda andam por lá às vezes). Foram as contas absurdas que tínhamos para pagar. Foi a parvoíce da noite de Sábado (não me perguntem pormenores). Foi o reaparecimento da lesão do joelho, quando tive a brilhante ideia de ir correr até Belém. Enfim.

Só espero que esta hipótese de emprego não seja um flop como tudo o resto tem vindo a ser.

She Monkey

Foi há menos de uma semana que tive o privilégio (ahahaha) de ouvir pela primeira vez a música da Shakira "She Wolf". Quando me disseram que ela uivava na música pensei logo que devíamos estar perante uma preciosidade. Pois nem a música nem os exageros erótico-sensuais da menina me convenceram,muito menos aquele uivo de quem acabou de ter um orgasmo forçado. Sendo um videoclip cheiinho de bom material para a paródia, lá o Luís resolveu procurar no youtube algo de interessante e encontrou isto:



Uma delícia! Obrigado Shakira por nos brindares com a tua música!

segunda-feira, setembro 07, 2009

Eléctricos da Carris


Sábado à tarde junto à Basílica da Estrela tentei apanhar um eléctrico. O bilhete a bordo custa 1,40 euros e eu tinha uma nota de 20. Foi-me recusada a viagem porque não tinham troco.


Pois bem, eu quero usufruir de um serviço e tenho dinheiro para o pagar. Seria assim muito difícil o senhor condutor ter uma nota de 10, uma de 5 e algumas moedas para o restante? Pois não sei. E mesmo que não tivesse, não seria esse um problema deles? Pergunto-me se chegasse um turista estrangeiro com uma nota de 20 se ser-lhe-ia recusada a viagem.


Por acaso até me dirigia ao hospital, mas vá lá, era só conjuntivite. Que aliás devia ter pegado ao senhor condutor como forma de agradecimento.

domingo, setembro 06, 2009

Roubado à Blueminerva




"As depressões, as pseudo-depressões, os amuos com a humanidade e semelhantes caralhadas do foro psiquiátrico, deviam vir equipadas com um exemplar Jimmy Choo e uma embalagem de gelados Perna de Pau."


No entanto, retirava o exemplar de Jimmy Choo e colocava as séries todas dos Simpsons.

Nota de Rodapé (ou de cabeçalho)

Conseguem imaginar um Fiat Uno estacionado entre vários Caddilacs, Porsches e Ferraris?



Pois, diz que é outro andamento.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Queixa nº 291

É Sexta-feira, estou muito cansado, com o joelho a doer, com uma conjuntivite, é noite de lua-cheia e a Sofia está no Porto Santo sem mim.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Accident & Emergency

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain is starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
Think I wan't you still
But there may be pills at work

Do you really wanna know how I was dancing on the floor?
I was trying to phone you when I'm crawling out the door
I'm amazed at you, the things you say that you don't do
Why don't you wreck?

I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I'm walking up surrounded by me
A&E

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain is starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
Think I wan't you still
But there may be pills at work

How did I get to accident - emergency?
All I wanted was you to take me out high
And I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I hope'd you'd call and hope'd you'd see me
A&E

O Fabuloso Mundo Dos Insectos


Após um mês e dez dias estou de volta à base lisboeta para continuar a “ir fazendo coisas”. E isto de “ir fazendo coisas” pode incluir um vasto leque de actividades, nomeadamente a aniquilação de insectos. Não que eu seja a favor da morte dos bichos sem apelo nem agravo, muito pelo contrário, se puder salvar uma mosca enxotando-a pela janela ou uma aranha empurrando-a para fora de casa (sempre carinhosamente, mas com um contundente “Não volte sempre”), é isso que faço. No entanto, ao chegar à meu lar doce lar em pleno coração de Lisboa deparei-me com um cenário inimaginável. Um tal de bicho voador que eu julgava ser uma traça (chamemos-lhe traça para facilitar) e os seus 4927 amigos andavam pela cozinha a esvoaçar e - deixa-me ver como digo isto sem chocar as mentes mais puritanas – a copularem quanto mais podiam naquilo que mais parecia uma orgia desenfreada do mundo dos insectos, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte (o que no fabuloso mundo dos insectos até nem é grande mentira). Quase dava para sentir o odor das hormonas dos pequenos sacaninhas, que se tinham apoderado da minha cozinha sem permissão e sem qualquer sentimento de culpa por terem desvirginado aquela santa parte da casa. Foi nessa altura que percebi que teria de tomar medidas drásticas e procurar a arma preferida do Rúben nestas situações… o Raid. Sem pensar duas vezes, não fosse eu atingido pelo ímpeto de tentar expulsar os bichos de casa sem lhes danificar as asinhas, pulverizei quando mais pude a cozinha tornando-a uma autêntica câmara de gás dos tempos modernos. Sem remorsos, esperei. E um pouco depois era vê-los todos no chão com os seus cadáveres quitinosos. Não quis saber mais da cozinha nessa dia…

No dia seguinte não podia evitar mais aquele espaço e alguém tinha de o limpar. Pois não sei como, os coisos não tinham morrido todos e pior, descobri que haviam muitos deles dentro do armário da comida e trouxeram as amigas formigas. Pior, as putas também vieram em forma de lagartas e fizeram casulo em toda a parte. Perdoem-me a linguagem, mas essa foi mesmo a palavra que soltei em alto e bom som, mesmo sabendo que elas não iam perceber e que não estava lá mais ninguém comigo com quem pudesse partilhar a indignação. A guerra não havia terminado e as paredes, as esquinas dos armários, as embalagens e latas de comida, a caixa do pão, os bolos de mel guardados para oferecer e todos os recantos que encontraram não eram mais do que ninhos perfeitos para as traças proliferarem como cogumelos. Se eu já não gostava de bolo de mel, depois de ter a imagem das lagartinhas brancas e rechonchudas com a cabecinha de fora do bolo, acho que nunca mais vou querer sequer ver tal iguaria madeirense à minha frente. Impiedosamente, gastei todo o Raid que o Rúben tinha em casa e fi-lo acompanhando a acção com uma linguagem tão obscena que não vou escrevê-la. Extinta a guerra (pelo menos até ao momento), fiquei com uma cozinha cheia de cadáveres retorcidos e de utensílios banhados de insecticida. Alguém tinha de limpar aquela porcaria. Agora, ainda estou para perceber é como que existia uma lagarta afogada na água da Nespresso, um compartimento que eu julgava ser estanque. De qualquer dos modos aposto que quem ler isto e vier cá a casa, não vai querer tomar nenhum Capriccio ou coisa do género.

Agora com licença que tenha uma cozinha para inspeccionar e ainda não fui comprar mais Raid. Ou então compro uma rã.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Pedro e o joelho que reclama



Tendo em conta as férias mega calóricas que ando a levar, muito por culpa das senhoras da padaria que insistem em fazer bolos de chocolate do tamanho de melancias, resolvi numa bela tarde pegar no meu iPod, calçar as sapatilhas e correr desenfreadamente de forma a não me sentir tão culpado pela vida de gula que ando a levar. Estava completamente preparado para correr mais de 10 km pelas estradas portossantenses, pensava eu. Digo "pensava" porque enquanto me calçava achei por bem não ir ao quarto buscar umas meias, estavam longe, o que se torna ridículo dizer tendo em conta a maratona a que me propunha. Mas heróico como sempre, lá meti o pé na estrada, convicto de que as calorias não me iriam derrotar neste verão.

Tenhamos agora um pequeno momento de instrospecção e depois respondamos todos a cada uma das perguntas seguintes:

1 - Mas um licenciado em Desporto não deveria saber da importância das meias durante a actividade física?

2 - Mas será que eu não sabia o que acontece quando corremos sem meias?

3 - Mas seria realmente necessário correr para manter o corpo de Adónis, quando podia ter optado por ficar em casa a comer batatas fritas jogado numa cadeira e ter mantido na mesma a invejável forma física?

Agradeço que todos aqueles que reclamaram desta última pergunta que se retirem para podermos continuar.

Pronto.

Pois, parece que eu não pensei nesse pequenito pormenor (o das meias, não o do corpo) e eis que a meio da corrida, algures no fim do mundo, apercebo-me que estou a criar uma (e felizmente foi só uma) grande bolha no pé. Seria apropriado parar e fazer o resto do caminho a andar? Seria sim senhor, mas isso seria desistir de lutar contra as calorias. Seria apropriado continuar a correr mas com o pé meio de lado para defender a parte da bolha? Não seria, não senhor, mas fiz questão de optar por esta solução. Concluindo esta mirabolante história cheia de parvoíce à mistura, cheguei a casa calejado mas feliz pelos 47 minutos e 10 segundos de corrida. No dia seguinte é que foi complicado aturar o joelho. E que bem que ele guinchou e reclamou e voltou a guinchar. Até hoje, e já lá foi quase uma semana. Para piorar, o cheiro que exala das minhas sapatilhas nunca mais foi o mesmo, mas isso é bem feito. Pelo menos para o Rúben que como "profissional de Educação Física e Desporto" deveria ter-me avisado da situação das meias. Agora partilho o cheiro com ele todas as vezes que me descalço.

E ainda há mais, como se não bastasse, tinha de aparecer alguém lá por casa com uma lesão no joelho pior que a minha, só para abafá-la e fazer-me parecer um mariquinhas todas as vezes que reclamo da minha "dorzinha". No que toca a lesões dos joelhos, tinha logo que me calhar o calhambeque de todas elas.

Se ao menos os conselhos do Bruno Aleixo fossem sobre corridas sem meias...

quarta-feira, agosto 19, 2009

Algumas coisas de relevo:

1 - Ainda não morri, apesar de ameaçar um gripe do tipo A+, porque nestas coisas de avaliações não me satifaço com pouco.

2 - Já tenho Facebook, ou seja, supostamente agora sou um cidadão do mundo, apesar de continuar a achar que aquilo é ainda pior que o Hi5. Além do mais não tenho fotografias, o que torna o meu perfil um "Non-Facebook".

3 - Apercebi-me que tenho uma potencial lista de 932 pessoas que já foram mencionadas neste blogue e que me podem colocar em tribunal.

4 - Ando a apanhar solzinho do bom e a comer como um porco, nomeadamente bolos de chocolate de 1 euro que em Lisboa custariam 5.

5 - Ando desligado de aniversários e de muita gente que aguarda respostas minhas a mensagens e e-mails há longos e poeirentos meses.

6 - Este é o último ponto porque a senhora dos computadores quer ir embora.


Beijos e abraços deste que vos ama.

domingo, julho 05, 2009

PES nos Festivais de Verão








AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!






domingo, junho 28, 2009

Quem quer ir...



à Katy Perry?

19 Horas para 24

O Pedro esparramou-se no sofá? Esparramou-se sim senhor.

O Pedro devorou o tal gelado a que se tinha proposto? Devorou sim senhor.

O Pedro viu o programa sobre o Michael Jackson e ficou agoniado com a personagem deprimente que ele era? Viu e agoniou sim senhor.

O Pedro pensou que era a última noite com 23 anos e que devia ir tomar um copo depois das 2 da manhã? Pensou e bebeu sim senhor.

O Pedro encontrou imensos amigos e ficou feliz por ter saído e convivido com eles, derivado que não vai fazer festa? Encontrou e ficou feliz sim senhor.

O Pedro teve pena de não estar com o Rúben, com a Laura e com o Miguel? Teve sim senhor, mas sabe que com eles o festejo merece ser melhor do que uma mera saída à noite.

E foi isto.

E chegou a casa. Sóbrio. Ainda com 23 anos.

E feliz, como tem sido.

24 Horas para 24

São 00h15, é Sábado à noite e estou de "férias". Podia sair? Podia sim senhor.

Faltam menos de 24 horas para o meu aniversário? Faltam sim senhor.

Devia ir para o Bairro Alto aproveitar a minha última noite com 23 anos? Devia sim senhor.

Vais ficar em casa de boxers e de óculos "fundo-de-garrafa" esborrachado no sofá a ver um programa de tributo ao Michael Jackson, empaturrando-te de gelado de Stracciatela da marca Pingo Doce? Vais sim senhor.

É a isso que se chama "depressão pré-aniversário"? Se isso existir, não temos dúvidas que sim.

sexta-feira, junho 26, 2009

Dono de Casa Desesperado


Mãe, isto escrevo para ti:

Agora sim, sei o que custa tratar de um lar. Os meus dias começam a ter uma rotina com a qual nunca tinha lidado antes. Há sempre louça que não se lava nem se guarda sozinha, vá lá, até consegue secar se a deixarmos no escorredor de um dia para o outro, e é incrível a quantidade de louça que se suja para fazer um almoço ou um jantar simples. Será de mim que não sei fritar um ovo sem sujar 2 frigideiras, uma panela, 2 pratos e 3 talheres? Alguém que me diga que lhe acontece o mesmo, por favor. E depois a sujeira. Meu Deus, aquilo salpica e respinga para todo o lado, parece um espectáculo pirotécnico com comida, o que não tem grande piada quando falamos da nossa cozinha. E eu sou a favor que as coisas que estão a ser cozinhadas não devem ter vida própria, devem mas é permanecer quietinhas na frigideira ou na panela, porque se eu quisesse comida viva, comprava galinhas e porcos, não os bifes já cortados naquelas embalagens de esferovite. Quer dizer, não que me importasse de ter um ou dois bichos destes, mas num T2 pequenino acho que seria muito ser vivo a partilhar o mesmo ar e só Deus sabe como o preço do ar está pela hora da morte. Adiante, porque é que o simples facto de ter um prato, um copo e dois talheres no lava-loiça dá a imagem de desarrumação total à cozinha? Quando eu passava os fins-de-semana sozinho aí no Funchal eu deixava acumular a loiça de 2 dias e a balbúrdia não parecia ser tanta, apesar de se construirem montanhas com as coisas para lavar. Se calhar porque agora esta é a minha casa e não a vossa. É capaz de ser isso.



E todo o processo de lavar, estender, retirar e dobrar roupa? Nem falo em engomar, pois nem tábua temos ainda, mas mesmo que a tivéssemos acho que pouco ou nada a utilizaríamos, apesar de bater a saudade de uma bela t-shirt engomada. Uma delícia. Deveria existir uma máquina que fizesse isso tudo por nós, e que ainda arrumasse as roupas no closet, se não fosse pedir muito.

A cama, agora é feita todos os dias. Acabaram-se os velhos tempos em que a cama apenas estava arrumada uma vez por semana, que era quando se trocava os lençóis. Tu já tinhas desistido de mim, já nem me pedias para fazê-la, mas estava na hora de atinar um pouco, e acho que me rodeei de pessoas organizadas aqui em Lisboa, que de certa forma me ajudaram a ganhar o belo do hábito. Roupas jogadas pelo chão do quarto, nem vê-las. Acabaram-se os montes Everestes que montava em todos os espaços livres do quarto aí de casa, com roupas que nunca mais acabavam. E depois há sempre aquelas coisinhas que supostamente têm lugar próprio, mas que teimosamente estão nos sítios errados e precisam reencontrar o caminho para casa. Engraçado como não se dá conta destas pequenas desarrumações progressivas e quando olhamos em volta, temos um prato para levar para a cozinha, uma cadeira fora do sítio, revistas e livros nos lugares errados, lenços espalhados, uma chave de casa, uma carteira, uns cartões, uns trocos, tudo aparece em sítios onde não deviam estar, sabe-se lá porquê.

As limpezas e lavagens do chão e casa-de-banho normalmente não as faço porque o Rúben gosta mais disso do que eu, mas também isso exige limpezas. O pó aparece em todo o lado e às vezes parece que quando o pó nos vê de pano na mão, começa a levitar e depois do pano passado, volta a assentar. Começo a acreditar nesta teoria.

Depois há ainda temos o lixo, que se enche num ápice e é preciso estar sempre a mudar de sacos, isto para além dos produtos para a reciclagem que às vezes nos fazem perder tempo a pensar para que caixote é que devem ser enfiados.

Olha, é assim. Ser dono de casa é uma tarefa complicada. Foram precisos 23 anos para reconhecer tudo o que tens feito. Reconheço agora todo o teu empenho, determinação e capacidade de gestão e organização. Valorizo agora o facto de chegares a casa do trabalho e começares logo, sem paragens para descanso, a arrumar o que de arrumação necessita. A roupa para lavar, estender e dobrar, o jantar para fazer, as plantas para regar... E tudo isto sem reclamar nem exigir nada em troca, e muitas foram as vezes que um simples elogio ao jantar ou um reconhecimentozinho podiam ter sido dados, mas a verdade é que as pessoas que não fazem nada em casa, não conseguem valorizar quem o faz. És o altruísmo em pessoa.

Portanto agora te agradeço Julianinha, por nunca me ter faltado roupa fresca e dobradinha na gaveta, boa comida na mesa e toda a organização com a qual me rodeaste e que eu julgava que se fazia por si mesma. Afinal não.


E agora para completar a homenagem, além do cabelo rapado a máquina 1, vou tatuar nas costas qualquer coisa com caveiras e "Amor de Mãe" e fazer um piercing no nariz e na língua.


quinta-feira, junho 25, 2009

"Little Red"

Well, this little girl grew up and moved away.

And she lived her life full of risk and full of play.

And she lived her life with so much to say,

And her flowers, they grow more beautiful every day.


Pedacinhos do meu puzzle

É tarde.

Mergulho no meu mundo cheio de fotografias minuciosamente organizadas. A única organização que sempre mantive, mais do que as folhas e as papeladas da universidade, mais do que meu quarto "eternamente" de cabeça para o ar, mais do que as minhas ideias e sonhos desvanecidos e perdidos com os relógios dessincronizados.

Sorvo com especial prazer cada cor que julgava desbotada, percebendo afinal que as cores das fotografias não têm necessariamente de se apagar com o tempo. Podem transformar-se, é verdade, mas uma relva verde ou um mar azul escuro não perderão a sua cor ao longo do calendário, estão sim fatidicamente destinados a carregar em si uma impressão digital, uma alma, um pedacinho do puzzle. Isso ninguém lhes pode tirar. E não voltarão a ser repetidas.

Remeto-me para cantos escondidos e abro-lhes os cortinados até brilharem resplandescentes. São partes de mim.

Partes divertidas.

Partes de crescimento.

Partes de aprendizagens.

Partes de parvoíce.

Partes de amor e de amizade.

Partes de saudade do que se teve e não se poderá voltar a ter.


E eu não sei o que seria de mim sem as minhas fotografias. Sem as minhas histórias de encantar e sem as minhas metáforas inenarráveis. Não que não as conte, mas porque não são de fácil percepção. Nem interesse. Tenho em mim coisas que não consigo partilhar e isso aconchega-me.

É tarde para fotografar o que já passou. É tarde.

É muito tarde.
Ou talvez cedo demais.





segunda-feira, junho 08, 2009

Estrela da Tarde


Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!




José Carlos Ary dos Santos



Fotografia de Guido Cozzi

domingo, maio 31, 2009

Lista de Prendas do Pedro

Não pensem que me esqueci de vocês, que estão todos os dias a visitar o meu blogue na ânsia de descobrirem o que quero pelo meu aniversário. Portanto, se ainda não sabem o que me oferecer para que eu não tenha de forçar um riso amarelo seguido da frase "Era mesmo o que eu queria", aproveitem esta oportunidade de ouro.

Aqui fica então a lista de prendas possíveis:


Bilhete de concerto para a Katy Perry, derivado que ela canta na véspera do meu aniversário, o que seria uma excelente forma de me despedir dos 23 anos.



Bilhete de concerto para a Kylie Minogue, derivado que no dia de concerto dela eu estarei a festejar os meus 24 anos e 5 dias de existência, pois as minhas celebrações duram uma semana.


Viagem para algum destino atractivo , como por exemplo, Grécia, Malta, Itália, Turquia, Croácia, ou qualquer outro destino exótico cheio de praias e coisas boas, derivado que é indubitável que eu mereço isso ou melhor. Pronto, Brasil também pode ser.



Oferta de um curso ou pós-graduação nas áreas do fitness derivado que eu não tenho dinheiro para pagar aquilo tudo que eles pedem e o mundo precisa de instrutores como eu.


Um vale de 500 euros para eu gastar em roupas derivado que eu estou a precisar renovar o closet fabuloso. Não ofereçam roupas, porque aí terei de apresentar o tal sorriso amarelo por causa da água do Porto Santo e terei de me deslocar à loja para trocar.


Uma playstation 3 com o Singstar derivado que estou a pensar ingressar no mundo da música, enriquecendo todo o panorama musical deste país.


Um computador derivado que este ESTÁ QUASE AVARIADO.


Agora é só escolher e endereçar para a minha morada que será fornecida via sms.

Obrigado.

sábado, maio 30, 2009

Contagem Decrescente

... para o meu aniversário.

Não percam nos próximos dias a lista de prendas, pois dessa forma dissiparão todas as dúvidas sobre que prenda me oferecer.

Até lá, boa noite que eu tenho sono.

sexta-feira, maio 29, 2009

Lisboa, 29 de Maio de 2009

São 3h32 da madrugada.

Está um calor daqueles que não se pode estar dentro de casa.

O calor de um último andar, adensado pela altura do ano e pela respiração quente dentro de uma sala fechada.

Um banho de água fria.

A subtracção de roupas.

Sumo com gelo.

E mesmo assim o corpo reclama.

Quero praia, praia, praia. Mar, mar, mar.


Não estou preparado para um Verão na grande cidade.

O Livro das Respostas





Amigos e amigas, apresento-vos "O Livro das Respostas" de Carol Bolt. Tenho este livro cá em casa, quer dizer, é do Rúben mas isso é um pormenor irrelevante. O que interessa aqui é que este livro tem respostas para todas as nossas dúvidas e inquietações, desde que as perguntas feitas sejam de resposta "Sim" ou "Não". Posso garantir que é um vício e que já muito nos fez rir cá em casa, principalmente a Laura que está sempre cheia de interrogações e que repete a pergunta quando não gosta que o livro lhe esfregue as verdades na cara. Desta forma, vou questionar o sábio livro acerca de dúvidas que povoam o meu ser derivado que ninguém me sabe responder a estas coisas.

Vamos a isto? Boa.

Pergunta 1 - Será que vou conseguir ficar colocado numa escola no próximo ano lectivo?

Resposta: TEM DE AGIR JÁ (olha a novidade).


Pergunta 2 - Será que vou ganhar um prémio no Euromilhões amanhã?

Repostas: ARRISQUE (é bom que sim, senão a Carol Bolt vai ter de se ver comigo.



Pergunta 3 - Vou ter a melhor barriga deste Verão?

Resposta: APOSTE NISSO (por isso é que vou amanhã ao ginásio e depois marcar a lipoaspiração).


Pergunta 4 - Será que a velha que morreu nesta casa vai aparecer-nos à noite a vaguear pelos quartos e puxar os nossos pés?

Resposta: É SIGNIFICATIVO (resposta mais parva).



Pergunta 5 - Será que vou arranjar um super trabalho no qual ganhe muito dinheiro e faça pouco?

Resposta: SERIA MELHOR CONCENTRAR-SE NO SEU TRABALHO (com esta reduzo-me à minha insignificância).



Pergunta 6 - Será que um dia vou morar mesmo numa casa minha, pertinho da praia e do mar?

Resposta: REPENSE A SUA ABORDAGEM (não gostei, portanto vou tirar outra resposta).
Resposta II: REDEFINA AS SUAS PRIORIDADES (bora a uma terceira tentativa?).
Resposta III: É UMA BOA ALTURA PARA DELINEAR UM NOVO PLANO (desisto, aceito a derrota e vou pensar num T1 na Buraca, provavelmente uma casa mais à medida da minha algibeira).

terça-feira, maio 26, 2009

HOJE

Quero pedir desculpas por estar a inundar este blogue com temas musicais, nomeadamente com vídeos que ninguém vai carregar no play, mas HOJE não posso deixar de passar em branco o que se passou na FNAC do Chiado na semana passada. Um novo e belo projecto constituído por Nuno Gonçalves, Sónia Tavares, Fernando Ribeiro e Paulo Praça que relembra Amália e dá uma nova roupagem a músicas que já se encontravam poeirentas (algumas nem conhecia, mas passei a gostar). Sendo que ainda não chegou a minha vez de dar um showcase com a Laura e que ainda não passámos de reles cantores de Karaoke, ficam aqui as provas vivas de que se faz muito boa música em Portugal.

Ponto finale.








Dia dos Vizinhos


Ora, ao saber que hoje se festeja o dia dos Vizinhos, informou-me o telejornal matutino da TVI, resolvi dedicar umas palavras a algumas das adoráveis criaturas que têm vindo a morar do outro lado das minhas paredes.


Gostaria de começar pela mítica personagem, Dona Clotilde, não que ela tenha esse nome, mas porque é meu desejo salvaguardar a sua identidade e porque ela tem cara de quem se chama dessa maneira. Também conhecida por ser a maior espiã da vizinhança, avista tudo do topo da sua varanda com cheiro a mofo. Sabe tudo sobre toda a gente, inclusivamente quem riscou o carro de quem, a que horas isso aconteceu e as razões para tal acto de vandalismo. É reconhecida pelas grandes capacidades de desvendar mistérios mesmo sem ter estado lá presente, como por exemplo, ao ver a Sílvia vomitar no estacionamento e ao sair de carro pouco depois com os pais, só ela teve a visão para descobrir que ela estava grávida e que saíu durante algumas horas para ir abortar a criança. Passou ao lado da morte quando se empoleirou pela janela fora, tal era o entusiasmo em ver-me a vomitar no jardim, não por causa da gravidez, mas por causa de uma festa académica. Podia ter sido protagonista do "Crime, Disse Ela", mas preferiu a vida de sopeira inveterada, sendo que já merecia uma nomeação para um Óscarzito.

Dona Tangerina, um monstro vivo no mundo da vizinhança e principal rival da Dona Clotilde no mundo da bisbilhotice e bilhardice. Detém uma língua biforcada e um guizo no final da cauda e um cheiro a naftalina, ou pelo menos tem ar disso. No entanto, e por viver dois andares abaixo da adversária, tem vivido na sombra à espera de uma aberta para atacar.

Dona "não-sei-o-nome-mas-também-não-quero-saber", era a fadista da zona. Uma personagem sofrida e que fazia sofrer nossos ouvidos. Nunca percebi o que fazia da vida, mas encontrava-a sempre a caminho do supermercado com sacos do Modelo. Tratava todos por tu e não media a forma de falar nem mantinha a distância higiénica. Era conhecida como "A Louca" e pelo que se sabe, pirou de vez da cabeça.

Os vizinhos de Seven Rivers foram outras personagens que marcaram a minha vida. Apesar de já ter falado deles muitas vezes, nunca é demais relembrar as belas recordações dos insultos e das chamadas para a polícia para nos mandarem parar de "jogar com bolas de basquetebol", que aliás é um desporto que eu adoro praticar dentro de um T3 com 6 pessoas, a para nos mandarem utilizar pantufas em casa e ir para a cama às horas que que bem lhes apetecia.

Nuno Norte, não tendo muita coisa para falar sobre ele, não podia deixar de referir que tive a dada altura da minha vida, o vencedor da primeira edição dos Ídolos a morar no andar de cima. Não incomodava e penso que provavelmente eu o incomodava mais a ele com a música aos berros.

Dona Deolinda, "The New Girl Next Door", vive como seu marido já um bocadinho para o idoso e com uma gata. Tem sido simpática, mas nutro por ela sentimentos díspares. Acho que passei a gostar menos dela depois de me ter dito que a antiga inquilina cá de casa morreu cá dentro e só deram por ele três meses depois. Espero que tenha sido no quarto do Rúben.

Podia falar de uma tal vizinha de Sines que adora ouvir Kizomba aos fins-de-semana pela manhãzinha e de partilhar isso com toda a cidade, mas como estava apenas de férias não vou contar com ela.

Por agora é tudo, se não foram mencionados, é porque não foram bons vizinhos e se calhar deviam aprender alguma coisa com estas pessoas míticas que referi. É isso e virem oferecer bolos e comidas afins ao Pedrinho, que anda a alimentar-se mal desde que soube que vai ter de exorcizar a casa por causa da velha pútrida que desfaleceu aqui em casa.

Bootylicious

Para quem duvide que eu, Pedro Manuel, tive a Beyoncé a cantar para mim, aqui fica a prova que durante a música Bootylicious ela dedicou-me uma frase. Para confirmarem a veracidade das minhas palavras, basta ir um post abaixo e no último vídeo, entre os 28 e os 30 segundos encontrarão todo o corpo e alma da miúda a entregar-se a mim com um verso que me deixa na dúvida se me deverei sentir lisonjeado ou indignado. Para todos os efeitos, prefiro a primeira hipótese.



quinta-feira, maio 21, 2009

No dia em que o rabo da Beyoncé veio até nós

Após meses de longa espera, lá a Beyoncé apareceu por Lisboa para abanar o seu rabão por terras lusitanas. Desta vez não "acampei" como já quase fiz em anteriores "Rock in Rio's", mas arrastei o pessoal para junto, não do palco principal, mas de um palco central onde, pensava esta cabecinha pensadora, a miúda viria dar uns passinhos de dança. Dito e feito, conseguimos ficar a poucos metros dela durante algumas músicas, e quase que aposto em como o Rúben lhe conseguiu cheirar o perfume e eu quero acreditar que aquela gota de suor que me atingiu a cara era dela e não do "fã-número-um" dela que estava ao meu lado quase a explodir de felicidade. Ou de mariquice, ainda estou a tentar decidir. Já que agora o tempo livre é muito, ficam aqui alguns vídeos do concerto da moçoila que abana REALMENTE o rabo como ninguém. Mas depois apareço eu na lista, para que ela não tome por garantido o título de melhor rabo das redondezas.














"Vai mas é trabalhar"

Está terminada a votação sobre qual deverá ser o próximo trabalho do Pedro. Os resultados não deixam margem para dúvidas e a solução de ir cantar para o Chiado cantar com a Laura destacou-se de todas as outras hipóteses. O fabrico de bolos, a arrumação de carros, o passeio de cachorros, o baby-sitting e as manifestações de doenças em plena via pública são portanto opções pouco viáveis. No entanto digo-vos eu, caros leitores míopes do olho esquerdo, a primeira coisa que o Pedro vai fazer, depois de deixar de falar de si mesmo na 3ª pessoa do singular no seu próprio blogue, é actualizar o currículo. Boa?

Bom. Até já!


sábado, maio 16, 2009

A aposta do Pedro

Derivado que eu ultimamente perco as apostas todas e que agora estou a dever "coisas" à Laura, ao Rúben e ao Luís, não brinco mais às apostas. Mas o top 3 da Eurovisão desta noite será, não necessariamente por esta ordem, as seguintes canções:










No ano passado o meu top 3 ficou em 2º, 3º e 4º lugares, este ano eu acerto. No entanto, já se atirava o Sakis Rouvas de uma ponte abaixo por apresentar aquela coreografia do demónio, com uma música já por si só, triste.

Saudações eurovisivas àqueles que coiso.

quarta-feira, maio 13, 2009

Há um ano atrás...

... vivia muito bem!

Vivia momentos que agora me arrependo de não ter aproveitado mais um pouco. Penso que é sempre assim, nunca nos satisfazemos o suficiente. Foi um ano de mudança, o ano durante o qual estagiei e percebi o que realmente é ser professor, aquilo para o qual estudei durante 4 anos e que apenas no 5º nos é proporcionado. Não arrancou muito bem, apesar de ter obtido sempre bons resultados. Custou-me imenso adaptar-me a uma nova forma de trabalhar, mais autónoma, onde nos sentimos mais donos de nós próprios, e por vezes, sozinhos, e que falta me fez a Lénia na imensidão de trabalhos individuais. Habituei-me demasiado ao seu empenho e organização e por vezes faltava-me a vozinha dela a dizer "Combinamos depois do almoço para fazer o trabalho". Ela planeava os dias e as horas de trabalho e puxavamo-nos um ao outro e completavamo-nos muito bem como companheiros de trabalho, tanto que logo no 1º ano prometemos um ao outro ficar sempre no mesmo grupo de trabalho. E assim foi. Até na turma à qual demos aulas ficámos a trabalhar em conjunto, enquanto o Nuno teve de ficar com o Álvaro, que todos tentámos evitar por sabermos o quanto ele gostava de se encostar e não fazer nenhum. Foi um ano de estágio tranquilo, um ano durante o qual já não tivemos o peso dos exames, foi o primeiro ano em 17 anos de estudo em que não precisei de roer unhas nem me descabelar enquanto tentava estudar coisas que "me irão ajudar na minha futura profissão", o velho cliché que ajuda a justificar a pertinência de muitas das cadeiras que tivemos. Eu e a Lénia apanhámos uma turma muito pouco empolgante e nunca cheguei a perceber se isso nos ajudou ou prejudicou na nossa função de professores estagiários.

Fiz o corte das fitas, fiz questão disso, apesar de nunca ter tido uma vida académica propriamente activa, pelo contrário, achava-as estúpidas na maior parte das vezes, a começar pelas praxes onde apenas 10% dos trajados tentava fazer daquilo algo interessante. Os restantes 90% aproveitavam o único momento das suas vidas na qual sentiam ter poder e julgavam não serem os seres mais medíocres à face da terra, mandando os caloiros fazer coisas estúpidas e sem piada alguma. É que nem todos nasceram para serem líderes, mas nas praxes têm os seus minutinhos de superioridade utópica. Também não posso criticar muito, fui um péssimo caloiro, cheguei à Universidade vindo de uma viagem de finalistas onde não fumei, não bebi e não fodi. Era tão atado que hoje até me supreendo ao pensar como escolhi um curso como a Educação Física e Desporto , onde supostamente somos todos desinibidos e desenvencilhados. Aproveitei a oportunidade do corte para homenagear a melhor professora que tive, Maria de Lurdes São Marcos Duarte, professora de Português do meu 5º e 6º ano, convidando-a para ser minha madrinha e sei que ela gostou que eu o tivesse feito. Há coisas que merecem ser ditas e feitas, essa foi uma delas.
O meu grupo de colegas e de amigos do dia-a-dia alterou-se um pouco. Deixei de ter a minha Rafa com quem muito andava a pé. Deixei de ir jantar a casa dela, de rirmos como perdidos e de tê-la a ler-me os pensamentos mais rapidamente do que eu próprio. Talvez por se assemelharem ao espírito dela, fiz amizade pela primeira vez em 5 anos de Universidade, com os alunos de Erasmus. Conheci o Jonay e por causa dele, fiz amizade também com a Lenka, o Jirka e a Enri, entre outros. Frequentei a casa Big Brother onde os estrangeiros brotavam como cogumelos e entre uma festa e outra, conheci muita coisa sobre outras culturas, bebi como é dever de um estudante, pratiquei o meu inglês que já estava muito enferrujado. Eram pessoas "diferentes", nem piores nem melhores. Diferentes, mas com um espírito livre e despreocupado que tanto me fascinava. E comos os invejei por estarem a viver uma experiência como a que o Erasmus proporciona. Ainda fizemos algumas coisas muito giras. Tudo começou se não me engano, na tal festa do corte das fitas, quando, entre um copo e outro, meti conversa com eles. Tenho ainda as fotografias dessa noite, as que eu apareço são para esquecer, mas a da Enri jogada no chão com o Jonay por cima é inesquecível. E lembro-me de alguns passeios, principalmente um conduzido pelo Luís, amigo que não sendo de Erasmus nessa altura, nunca o deixou de ser. Rimo-nos bastante com o festival da Eurovisão, com uma República Checa que nem passou à final, com um Rodolfo Chiquilicuatre que causou furor, incluíndo nas discotecas da ilha da Madeira devido à sua coreografia alucinante, e um Portugal num 13º lugar que ainda foi o melhor lá do grupo que se juntou à volta da televisão. Lembro-me de assistir aos jogos do Europeu. A tristeza dos checos, a alegria dos espanhóis, mais do mesmo dos portugueses. Mas não nos chateámos, acho que o futebol foi apenas um pretexto para guardarmos mais algumas boas recordações. Dançámos muito que eu lembro bem disso. Eu, Sofia, Luís, Jonay! E a Carol? Uiii, que beleza de miúda! O furacão do Brasil, irreverente, calorosa, positiva, sempre com a bola p'ra frente. Uma pessoa habitua-se a tão pouco contacto físico que quando senti um abraço daqueles que ela dava, senti-me estranhamente bem e sinto falta disso. As pessoas deviam manifestar-se mais fisicamente. Acho que tenho tido muito boa sorte com as brasileiras que conheci até hoje e fico sempre a pensar que seria bom nós portugueses termos um pouquinho deles, da sua alegria de viver. Aquele brilho no olhar quando foi dormir comigo naquela casa linda. O apoio incondicional que ela me deu durante a monografia, incrível como ela acreditava mais do que qualquer pessoa no meu sucesso. Até desse trabalho confesso ter algumas saudades, das birras com o orientador de monografia e da minha rebeldia na recta final do curso. Das coisas menos boas desse processo, pouco guardo. Lembro da preparação final da apresentação em powerpoint, confiante de ter realizado um bom trabalho. Confiante, sereno e consciente que aqueles eram os últimos cartuchos de toda a minha vida estudantil. E que bem que correu.

O meu aniversário. Festejei-o como costumo fazer, ou seja, "como se não houvesse amanhã". Três festas: comecei com um jantar e uma saída maluca à noite com amigos do peito. Saí da discoteca e meti-me no Lobo Marinho de directa para encontrar aqueles que mais me amam, a família. Incluíndo a Tia Matilde, o meu último aniverásio com ela. Saudades. As comemorações terminaram uma semana depois já em Lisboa. E aí terminou uma época dourada. Foi o final de uma fase da minha vida que guardo com uma saudade imensa.

Os amigos.

A família.

As festas.

As danças.

Os sorrisos.

As fotografias.

Posso sonhar com tudo isto esta noite?