Há qualquer coisa de mágico no mês de Dezembro. É a aproximação do Natal e de tudo o que lhe está associado. Estive quase a chorar ao saber que este ano não havia iluminações de Natal na cidade mas agora que estou recomposto, até vejo que não necessidade de dramatizar. Afinal de contas não temos publicidades atrozes da TMN no Marquês de Pombal nem da Vodafone na Praça do Comércio e houve muitas lojas e cafés que deram um brilhozinho à cidade. A julgar pela movimentação na Baixa/Chiado, a crise não chegou a todos, ou isso, ou temos metade de uma população que como eu, faz o passeio dos pobres a ver montras e coisas que não iremos comprar mas que ficavam tão bem debaixo do nosso braço a caminho de nossa casa.
Felizmente o Tio Alberto não deixou de gastar uns trocos para as celebrações e podemos estar a ir ao fundo, mas ao menos vamos iluminados. Até porque se houvesse mais luz se calhar a Titanic teria visto o iceberg e se tivesse desviado a tempo. Pensemos nisso por um instante.
Com o início do mês comecei a indrominar estratégias para a decoração lá de casa que permitisse uma coabitação saudável com o Tiago. No ano passado tivemos lutas a propósito do presépio da fonte, pois segundo o meu caro colega de casa, Jesus nasceu numa caverna rodeado de animais e não perto de uma fonte que deita água quando ligada à electricidade. Também não concorda com as roupas cheias de dourados das figuras do presépio, se eles tinham dinheiro para tais indumentárias então deviam ter tido uns trocos para se instalarem numa pensão. No mínimo. Decidi que em relação ao presépio a melhor forma de impingi-lo era à força. E assim foi. Depois com mais calma, vieram as casinhas das velas, os calendários de chocolate, a caixa de música, a bota pendurada na porta e as botas com a contagem decrescente para o Natal pela parede abaixo. Esta semana pretendo introduzir músicas natalícias e na próxima estaremos a escrever cartas ao Pai Natal. Estou a transformar o Scrooge com quem vivo numa pessoa sensibilizada com a paz no mundo e tuditudo.