Hoje, sendo Segunda-feira, parece-me um óptimo dia para abrir o livro de reclamações e para iluminar a cabecinha de algumas pessoas medievais que ainda subsistem espalhadas pela bela cidade de Lisboa.
Toda a gente adora uma boa hora de ponta, uiiii, que não vejo muita coisa melhor do que ficar preso no trânsito com os carros detrás a buzinar como se isso fosse ajudar a tirar os carros entupidos que estão à sua frente. É que é de uma inteligência dantesca buzinar para manifestar o seu estado de espírito e é sempre uma boa terapia para se começar bem o dia, cheios de alegria e bom humor. Eh lá, está uma grande fila aqui, vamos lá todos buzinar a ver se assustamos os carros à frente e eles começam a andar. Bravo.
Conhecem aquelas escadas rolantes do metro da Baixa-Chiado que nos fazem sentir como se estivessemos mais próximos da Nova Zelândia do que d' A Brasileira? Tudo bem que eu tenho uma certa mania de não ficar quieto numa escada rolante e acabo sempre por subi-la a andar só para ter a sensação de que estou com um super-poder que me duplica a velocidade de andamento, mas quando estamos realmente com pressa, existe sempre algum par de namorados, amigos ou familiares que insiste em ir lado a lado, criando um tampão que impede que as pessoas passem. E o melhor é que nunca se apercebem disso. E todo eu adoro demorar meia hora a sair do sub-mundo da Baicha-Chiado, costuma ser o ponto alto do meu dia. Com isto queria ensinar, que eu sou uma pessoa de sabedoria imensa, que numa escada rolante, tal como numa estrada, circula-se pela direita deixando a esquerda para os mais apressados. É bom senso e educação. Ponto.
Gosto ainda quando estamos quase a chegar ao metro e começamos a ver a porta a ameaçar fechar, o que resulta numa imensidão de pessoas a correr e a jogar-se para tentar não ficar à espera do próximo metro ou na pior das hipóteses, entalado na porta. O bonito é assistir àquelas pessoas que entram a correr e mal põem as patinhas dentro da carruagem, páram de imediato com um suspior de alívio. E os que vêm atrás que fiquem entalados, que é sempre uma coisa divertida de se ver. Ainda em relação ao metro que fique claro: primeiro deixamos as pessoas sair, depois entramos. É bonito e ninguém se chateia. Chateia não, aborrece. Que as pessoas educadas não se chateiam, aborrecem-se.
Estamos conversados, hein?
Hoje temos vacas roxas da Suíça, Pirâmides perfeitas do Sr. Ambrósio e animais marinhos da Bélgica. Temos também Ovos cheios de surpresas, chocolates para depois das 20h e até discussões a propósito do último Mon Cheri. Amanhã temos diabetes.
segunda-feira, outubro 26, 2009
quinta-feira, outubro 08, 2009
Há dias que uma pessoa não devia sair de casa
Saí de casa, estava a chover. Já não saí muito animado porque ontem percebi que se calhar não ia ser lá muito bem pago pelo meu novo trabalho, então a apanhar chuva o bom humor ficou completo. Chegado ao trabalho, foi-me explicada a situação salarial, para minha insatisfação. Aparentemente houve alguma "falha de comunicação". Uma pequena falha que me vai garantir pagar a renda, as contas, o passe e pouco mais. Deparo-me com um belo momento para começar a minha dieta, apesar de forçada. Consegui ainda ir até ao estádio da Luz tratar dos bilhetes para o jogo de Sábado (aquela que será a minha última despesa supérfula dos próximos meses) e encontrar uma fila relativamente grande. Para pagar, não existia multibanco e nos multibancos mais próximos não havia dinheiro. Aproveitei ainda para tratar da anulação do Kanguru no Colombo e não pude fazê-lo porque não tinha o bilhete de identidade comigo. Encontrei um trevo de 4 folhas que me animou momentaneamente, até o momento em que a senhora da Optimus pegou no meu ticket juntamente com o trevo, amassou-os quanto mais pôde e eu nada pude fazer além de ver o trevo morrer num caixote do lixo. Nesse momento já só me deu para rir. Porque chorar já não vale a pena.
quarta-feira, outubro 07, 2009
L'important c'est la rose
Não te sei explicar reacções que o meu corpo desencadeia contra a minha vontade, mas deverá certamente ter ocorrido uma réplica de outros pequenos tremores de terra que me tiram o chão dos pés quando estou a dançar. Eu danço muito, já dancei mais, eu sei. Mas tento sempre dançar porque acredito que nos rodopios e piruetas vou saboreando cada nota e com isso me vou construíndo e completando. E tu sabes desta minha necessidade de me completar, de procurar todas as peças de um puzzle que incompleto, não me permitirá sossegar. Sabes bem do meu apelo em surdina, sou previsível. Não para todos, mas para quem me consegue distinguir um brilho no olhar sabendo que se trata de uma lágrima fugidia que devia escorrer, mas que permanece contida.
Vou aperfeiçoar a minha dança, pelo menos enquanto a música durar. Nem que para isso precise virar o disco algumas vezes e insistir na mesma música. Mas se a dança me cansar demasiado, descansarei. Provavelmente debaixo do tecto que me ofereceste.
Vou aperfeiçoar a minha dança, pelo menos enquanto a música durar. Nem que para isso precise virar o disco algumas vezes e insistir na mesma música. Mas se a dança me cansar demasiado, descansarei. Provavelmente debaixo do tecto que me ofereceste.
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