sábado, julho 07, 2012

Hoje dei-te a mão e ganhei um sorriso


Conheci-te a escalar montanhas com uma energia contagiante e foi nessa tua missão que te acompanhei nesta manhã de Sábado. Pus-me ao teu lado e apressei o passo para não perderes o ritmo. Ia ficar apenas 5 minutos para te dizer um "Olá" e pôr em dia as nossas longas conversas nesse curto espaço de tempo, mas como habitual, as nossas conversas dariam para escrever uma trilogia digna de Óscar e por essa razão fiquei mais um bocadinho. 

"Se tivesse de ler um livro neste exato momento, sobre o que gostaria de ler?" - perguntaste-me do topo da tua montanha.

"Um livro que falasse de alguém que tenha largado tudo para viajar pelo mundo, sem planos. Não é uma ideia original, mas era o que eu gostaria neste exato momento" - respondi apressadamente para acompanhar a espontaneidade com que me interrogaste. 

Passados dois anos e picos, ainda hoje falamos das minhas viagens e das montanhas que tu escalas todos os dias. Na verdade sabemos que queremos ir para o mesmo lugar apesar dos nossos caminhos parecerem tão distantes. Podem até nem se cruzar, mas são tão paralelos que quase conseguimos tocar na mão um do outro se as estendermos. 

Muitas vezes me dizes querer "escrever-me" e muitas vezes penso em fazê-lo acerca de ti também. És especial de uma forma tão original que para mim devias ser tu a personagem dos teus filmes.

Quero-te perto. Não todos os dias porque não te posso prometer uma coisa dessas, mas muitas vezes. Quero poder dizer-te para ires em frente independentemente das rochas e penhascos com que te deparas nas montanhas inclinadas que percorres. De mim terás sempre o empurrãozinho que te ajude a atingir o objetivo, quero ser aquele que não te vai deixar olhar para baixo para perceberes o quão alta e perigosa pode ser essa tua escalada. Quero ver-te ultrapassar os velhos do Restelo que se satisfazem com a mediania e os seus apartamentos no rés-do-chão. Se tiveres de cair e esborrachar pelos penhascos abaixo, deixa-te cair, eu deixar-te-ei uma corda para te poder içar novamente lá para cima. Porque ambos sabemos que o melhor fruto apenas existe no topo da montanha.

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