quinta-feira, maio 30, 2013

"O Insatisfeito Cliente 57" - A RESPOSTA

"Caro Pedro Andrade, 
 
No seguimento do seu contacto, que mereceu a nossa melhor atenção, apresentamos o nosso mais sincero pedido de desculpas pelos inconvenientes que terão resultado das situações que nos descreveu, relativas aos contactos que manteve com os nossos serviços em loja.

A sua disponibilidade para nos reportar o sucedido, permitir-nos-á planear a nossa atuação futura tendo por principal objetivo a total satisfação dos nossos clientes, para a qual a opinião e sugestões expressas na sua comunicação constituem um importante e imprescindível contributo. 

Para qualquer esclarecimento adicional visite-nos na área de cliente em ptcliente.pt e em tmn.pt. 
 Ficamos, como sempre, à sua disposição. 

 Graciela Carvalhal 
Serviço ao Cliente"




E eu que estava a contar com um telemóvel topo de gama em forma de desculpa e foi-me calhar esta resposta formatada que eles fazem copy/paste para me calar. Talvez por isso me tenham cobrado uma taxa de 35 cêntimos quando finalmente consegui carregar o telemóvel. Tipo, ou te calas ou continuamos a taxar-te por nos teres enviado duas páginas de história da Carochinha. 
Já agora, ainda impossibilitado de utilizar o multibanco, aproveitei a ida à Loja do Cidadão onde precisei dirigir-me ao balcão das finanças para tirar também uma senha para carregar o telemóvel com dinheiro. Curiosamente, tirei o 63 e o atendimento ia no 60, ou seja, a mesma diferença de ontem. Também curioso era o número de funcionários: quatro. E ainda mais curioso, foi ter demorado 40 minutos, confirmados pela hora da senha, a chegar ao meu número. Quase, quase, quase me senti culpado por ter acusado os tristes do Chiado pela falta de celeridade, deve ser algo que aprendem (ou talvez seja mesmo defeito de fabrico) na formação. Ao menos estava a dar o Big Brother em direto no canal do MEO. E foi esse o auge da minha visita à Loja do Cidadão, ver o Francisco Macau a enfardar marsmallows, o Kapinha deitado no chão a brincar com o cão e a Carla Baía com cara de enjoada, o que é compreensível com tanta pasmaceira. Felizmente já não existe a tanga tigrese do Zézé senão teria de me auto-flagelar, jogando-me contra o dispensador das senhas.

quarta-feira, maio 29, 2013

O Insatisfeito Cliente 57



Boa noite,

Venho por este meio reportar uma situação que aconteceu hoje numa loja vossa, mais concretamente, no Chiado em Lisboa. Tendo em conta que a minha história não foi bem compreendida pelos funcionários da loja, explicarei tudo direitinho por escrito.
Dirigi-me à vossa loja para efetuar um simples carregamento do telemóvel, um ato pouco comum, já que costumo faze-lo sempre através do multibanco, mas na impossibilidade de o fazer, optei pela loja. Tirei uma senha e calhou-me o número 57 e a contagem ia no 54. Aguardei um pouco, já que tinha apenas duas pessoas à minha frente para além da que já estava a ser atendida. No entanto o atendimento parecia estar a demorar – estavam 4 funcionários na loja – e cerca de 10 minutos depois, decidi abandonar a loja para tratar de outros assuntos, deixando o “cliente 54” ainda a ser atendido. Fui tratar da minha vida e cerca de 25 minutos depois, e acredite, eu tenho muita noção do tempo, voltei à loja, mas entretanto tinha deitado a senha 57 no lixo já que acreditava que o meu número já tivesse passado. Enganei-me, afinal ia no número 55. Podia queixar-me desde já da velocidade de atendimento, mas assumi que os clientes anteriores a mim tivessem problemas muito complicados para resolver. Tendo deitado a senha 57 num caixote do lixo à entrada dos Armazéns do Chiado, decidi esperar pela minha vez sem tirar nova senha, afinal de contas, a não ser que o dispensador de senhas estivesse avariado, não deveria aparecer mais alguém com o mesmo número. Como o atendimento parecia estar encravado no 55, aproveitei a até fui deitar o euromilhões. Quando voltei dessa minha empreitada que durou cerca de 5 minutos, o número 55 ainda aparecia no visor, mas felizmente não demorou a passar para o 56 e como não apareceu ninguém, passaram para o 57. Dirigi-me ao balcão e a vossa funcionária pediu-me a senha, ao que expliquei a situação descrita anteriormente de forma resumida, nunca pensando que a ausência de senha fosse causar qualquer tipo de constrangimento. Mas foi-me recusado o atendimento. Eu continuava a julgar que essa situação seria facilmente ultrapassável referindo que como ela devia ter percebido, mais ninguém se aproximou do balcão quando o número 57 finalmente piscou no ecrã. E o atendimento continuou a ser recusado sempre com o argumento de que sem senha não me iria atender. Voltei a explicar a história da senha que minutos antes tinha deitado no lixo, por julgar que já tivesse passado a minha vez mas a funcionária manteve-se irredutível. Perguntei-lhe se não acreditava que eu tinha tirado a senha 57 mas não obtive resposta afirmativa nem negativa, apenas o argumento de que há pessoas que passam à frente de outras fingindo ter os números de pessoas que entretanto desistiam da espera (pelos vistos a espera é algo comum na loja, até a vossa funcionária o assumiu). Depreendo portanto que não acreditou na minha história e que eu era provavelmente mais uma dessas pessoas que ficam à coca da senha perdida para passarem à frente das outras pessoas. Perguntei-lhe uma terceira vez se não me podia atender e recusou novamente, pedindo para tirar nova senha. Expliquei que se tinham demorado mais de meia hora para avançar com 3 números, isso obrigar-me-ia a esperar no mínimo mais meia hora e que sendo o meu pedido algo tão simples e rápido como um carregamento, provavelmente já estariam a atender o cliente 58, 59 ou na loucura, o 60 se tivesse agilizado uma situação que era extremamente simples desde o início. Tive de pedir para falar com algum responsável e até esse processo conseguiu ser demorado, não sei o que se passa no back-office, mas por momentos a minha imaginação levou-me a pensar nas escadarias infinitas da estação de metro do Chiado – mas vá, ironias à parte, presumo que a funcionária estivesse a explicar a situação ao rapaz responsável. Chegou o responsável e a funcionária pôde chamar o número 58. A segunda conversa foi exatamente a mesma, expliquei a mesma história e o rapaz esgrimiu os mesmos argumentos que a sua colega. Esta conversa demorou um pouco mais porque dei por mim a repetir segunda e terceira vez as mesmas coisas, incrédulo por não estar a acreditar que não me iriam mesmo atender. À pergunta “Você está a duvidar que eu tinha a senha número 57?”, também não me respondeu nem que sim, nem que não. Uma forma politicamente correta de dizer que não. Talvez não ajudasse eu ter uma sweat do “Sponge Bob” vestida, mas quero acreditar que o tratamento não varia em função da roupa que as pessoas trazem vestidas, apesar de ser uma boa experiência a fazer um dia destes em que eu tenha IMENSO tempo livre para me dar ao trabalho. Expliquei ainda que eu lido diariamente no meu trabalho com clientes que quando me procuram, esperam ser atendidos com a maior simpatia, eficiência e eficácia – qualquer um deles falhou convosco. Talvez vos atribuísse a eficácia, se me tivessem resolvido o simples problema de carregamento do telemóvel, mas a única coisa que vos gabo é a conformidade de discurso, apesar de ridiculamente inflexível.

Afinal de contas eu só queria dar dinheiro à empresa que vos paga o ordenado. Sou vosso cliente fiel há mais de 13 anos e nos últimos anos o meu grau de satisfação tem vindo a decrescer e hoje atingiu o fundo do poço. Ainda estou boquiaberto com a inflexibilidade e falta de tato dos vossos funcionários que aliás, não tinham identificação na lapela, no meu local de trabalho isso impedir-me-ia de cumprir com as minhas funções, no vosso não, pelos vistos.

Resumindo, voltei para casa sem o telemóvel carregado e por essa razão, não posso contactar os meus clientes – com sorte, talvez eles não se lembrem de escrever no livro amarelo a queixar-se da minha falta de falta de profissionalismo. Espero ao menos que acreditem na história com que me irei desculpar, já que os vossos funcionários não acreditaram na que lhes contei.

Já agora, quando abandonei a loja, o cliente 58 ainda não tinha sido despachado. Até nos departamentos das Finanças e nas Lojas do Cidadão conseguem resolver problemas com maior celeridade e, espante-se, cordialidade. E lembre-se daquela vez, que já aconteceu concerteza, em que nalgum desses sítios burocráticos ou até num simples supermercado, deixou passar a sua senha e foi atendida na mesma sem precisar tirar novo número, com um sorriso na cara. Mandem os funcionários ao meu supermercado, se quiserem dou-vos a morada. A senhora da peixaria teria muito para lhes ensinar.

Com os melhores cumprimentos,
O insatisfeito “Cliente 57”,


Pedro Andrade


O seu pedido foi enviado com sucesso. Estimamos responder-lhe nos próximos 3 dias. Obrigado.

domingo, maio 19, 2013

Eurovisão 2013



Mais um ano que passa e mais um acontecimento eurovisivo na vida do Pedro. 
Tudo começou há muitos anos, quando a Anabela, a Sara Tavares e Lúcia Moniz me despertaram para todo um novo mundo de pimbalhice musical europeia sem o qual já não consigo viver. Nós últimos anos a doença agravou-se e começámos a reunir-nos. Não apenas aqueles que conhecem as músicas da Turquia em 2003, da Grécia em 2005 ou da Finlândia em 2006, mas também alguns inocentes que são apanhado na teia e que acabam por ser obrigados a ouvir toda a informação sobre o percurso da Arménia ou do Azerbeijão nos últimos anos nestas reuniões. Desde 2008 que o evento se tornou um dos momentos sociais mais importantes do ano, mais do que os Óscares ou os Grammy's e se calhar, até mais do que o meu aniversário. Nesse ano reuni-me na casa do "Big Brother" dos Erasmus, onde espanhóis, checos e portugueses se confrontaram, tendo a vitória sido nossa - a Vânia ficou em 13º, os espanhóis em 16º e os checos nem chegaram à final. Sei é que desde então nunca mais me atrevi a ver o coiso sozinho e então há todos os anos em Maio um belo pretexto para reunirmos os groupies, que segundo a Wikipedia são pessoas que buscam intimidade emocional e/ou sexual com um músico, celebridades e/ou pessoas públicas em geral, num alegre banquete à volta da televisão. Parei agora um bocado para pensar nesta coisa dos groupies e já continuo.

Pronto, já está. 

Este ano Portugal não participou mas também ninguém sentiu falta. As apostas foram feitas e elegemos 4 categorias de prémios que davam direito a um saco de gomas ou a um chocolate. Cada um elegia as 10 músicas que gostava mais, especificando o pódio, e as 5 que gostava menos.

Top 10 - a pessoa que acertou mais países no top 10 fui eu e a Rute (sete é obra!) mas por causa do cara de peixe balão da Bélgica perdi o saco de gomas no desempate.

Top 10 Pontos - a pessoa cujo top 10 teve o maior número de pontos foi a Rute e ganhou um chocolate.

Top 3 - a pessoa que teve mais pontaria para o pódio foi a Laura e aqui eu não tinha hipótese porque fui a única abrótea a não acertar no vencedor, aliás, nem tinha posto a Dinamarca no pódio. Culpo a Anouk por isso.

Top Bottom - aqui ganhava a pessoa que tinha mais pontaria para os desastres do ano - nesta categoria ganhei eu. Obrigado Espanha.

Portanto, contas feitas, e a grande vencedora do ano, para além da Dinamarca, foi a Rute com um chocolate e um saco de gomas e depois a Laura com um saco de gomas e eu com outro chocolate. O Rúben decidiu ser o Sporting da Eurovisão, apesar de ter acertado no vencedor pelo 486º ano consecutivo, e não levou nada. Minto, ganhou o resto da Macedónia que a Laura insistiu que devia acompanhar o seu jantar saudável de pão, chouriço, frango assado, batatas fritas, ice-tea, gomas e chocolate.

No final, a menina da Dinamarca deixou-se fotografar com os seus groupies favoritos, apesar de eu não ter vontade de "buscar intimidade emocional ou sexual" com ela. 
Para o ano há mais, a Laura já começou a praticar com a sua parafernália da poncha e o Rúben com um brinquinho. E se não pusermos a Rute a cantar, talvez até passemos à final!





segunda-feira, maio 13, 2013

O Dia Em Que Prometi a Alma Ao Diabo

Sexta-feira passada tive  um convite para um jantar. Havia promessas de um serão de mexericos e gargalhadas e eu não resisto a isso. Controladinho como sou, sugeri  fazermos um jantar saudável, sem muitas calorias ou hidratos para compensar algumas idas à Padaria Portuguesa na semana que terminava. Tudo certinho até a dona da casa, a Liliana, parar à frente da secção dos chocolates e querer levar uma tablete como sobremesa. Quase tive de chamar um segurança para conseguir detê-la de tal blasfémia e pelo meio tive de insultar um saco de gomas que se estava a insinuar a mim,  mas ficou tudo na prateleira. No entanto, e após mais uma luta titânica para não deixar a Liliana levar coca-cola, não entrávamos em concordância com a proteína que deveria acompanhar a nossa salada mega saudável. Após intensas deliberações,  decidimos desistir da ideia e pegámos em duas pizzas, batas fritas e ice-tea. Afinal de contas era sexta-feira e as calorias de sexta não contam tanto. Assim, sem peso na consciência e de nariz empinado, pagámos cerca de 92647 calorias e fomos para casa felizes da vida. Convidámos até a Avó Firmina a jantar connosco mas à falta de pixeis, pusemos as pizzas a tapar-nos a cara para que não nos reconhecessem, assim ninguém sabe quem está escondido atrás das pizzas Mediterrânica e Romana. Ao  menos que se garanta o anonimato do crime. Ainda assim tivemos o clarividência para comprar um pacote de batatas fritas grande, mas em Light, o que certamente subtrai algumas calorias às das pizzas.




No entanto, após o crime, veio o remorso. E de barriga cheia e com mais 4 quilos em cima, decidimos que era hora de determos os nossos impulsos alimentares e estabelecemos um acordo que tem o seu início HOJE. E nesse acordo em que prometemos a alma ao diabo, assumimos que não iríamos ingerir os seguintes alimentos:

Sumos - aguento-me lindamente com isto
Pizzas - lá se vão as minhas refeições mega rápidas do Pingo Doce
MacDonalds - peanuts!
Bolachas - a porca começa a torcer o rabo
Chocolates - a porca está toda torcida
Gomas - aguenta-se bem
Gelados - NO VERÃO LILI? A SÉRIO?
Padaria Portuguesa - continuarei a ir, só não como o bolo brigadeiro, o menu pequeno-almoço continua de pé
Bolos - deixa-me respirar fundo...
Rebuçados - não vou morrer por isto
Batatas Fritas - terei de me controlar
Queijos Gordos - pois, agora apetece-me ainda MAIS!


O ar compenetrado da Liliana a assinar é fingido. Ela ficou tão nervosa que depois disto começou a ter alucinações e a ver pessoas imaginárias a fazer festas nos apartamentos da frente. Tive de lhe explicar que era apenas o vizinho a pendurar roupa para secar.


Ao menos eu fui genuíno e dramático na hora da verdade. Chorei durante todo o fim-de-semana enquanto enfardava bolachas, bolos e chocolates para me poder despedir convenientemente. Até dia 28 de Junho, véspera do meu aniversário não podemos tocar nestas coisas. Bonito, bonito é que pelo meio há uma vinda dos pais a Lisboa e os Santos Populares. Agora é a hora em que começo a procurar falhas no contrato e a primeira já foi encontrada - álcool. Não é a minha fonte calórica preferida, mas terei de recorrer a ele para esquecer esta empreitada onde me decidi meter.
Haverão pesagens regulares para perceber as variações da massa gorda e detectar quem anda a infringir as regras. Quem for apanhado, trabalha gratuitamente em nome do outro lá no ginásio.
Aaaaaaaiiiiii...



quinta-feira, maio 02, 2013

"Um Dia Deixo De Roer As Unhas" - Dia 3

Passaram 3 dias desde a minha resolução de final de mês de Abril e achei por bem ir escrevendo o que se passa na ponta dos meus dedos. Não que isso seja digno de registo, mas a alternativa seria escrever sobre o Big Brother Vip e entre os dois, optei por falar sobre as minhas unhas. E até porque a partir do momento em que resolvo escrever aqui esta minha decisão, tenho sobre mim os olhares atentos dos meus 4 leitores - a minha mãe, o meu irmão, a Ana Miguel e a Ana Bacalhau (amanhã explico melhor esta última) - o que coloca em mim uma pressão imensa, principalmente porque terei a Julianinha a testemunhar dentro de algumas semanas o sucesso ou insucesso desta empreitada. 
Apesar de já ter tentado em tempos os famosos vernizes com sabor amargo e não ter resultado, decidi voltar a tentar. A farmacêutica sensibilizou-se com este meu projecto, até porque ela sofre da mesma maldição das unhas roídas, tanto, que hoje me perguntou como estava a correr, na vã esperança que eu esteja a ter mais sucesso do que ela. Avisei-a logo que não criasse muita expectativa porque eu já havia experimentado e isso não me tinha impedido de levar os dedinhos à boca. Ao que ela me respondeu atirando para cima do balcão o "Ecrinal", que segundo ela, ia mudar a minha vida. Mas não a dela. Eu desconfiei e paguei os 13 euros e tal com o maior desdém que consegui esboçar.
Pois, o que é um facto é que ainda não roí uma unha que fosse. No entanto, já levei os dedinhos sujos à boca, mas o Ecrinal fez questão de mostrar que estava a desempenhar bem o seu papel. É que aquela porcaria sabe MESMO MAL. Julgo até que o sabor já se sente mesmo antes de tocar em qualquer parte da minha boca. E o pior é que basta tocar ao de leve no lábio para que sintamos o sabor amargo sempre que se passa a língua nos lábios. Mas o dia todo, como se eu tivesse pincelado os lábios todos com aquela porcaria. Ou como se eu tivesse abocanhado o frasquinho da coisa como faço com a Nutella.

Portanto, o balanço destes três dias é bastante positivo, só não é espectacular porque tudo o que como continua a saber ao maldito verniz. Até daqui a 3 dias.






quarta-feira, maio 01, 2013

Pedro, o Agricultor

Que as minhas façanhas no mundo da agricultura e da floricultura não eram famosas, já todos sabíamos. Na verdade, sempre que resolvo aventurar-me nos seus caminhos sinuosos, parto do princípio que não vai durar muito, apesar da constante esperança de que desta vez correrá melhor. Pois. Um belo dia resolvi plantar tulipas de Amesterdão, a esperança não era a maior deste mundo, mas os bolbos pareciam cebolas e se as cebolas crescem alegremente na minha cozinha mesmo sem terra, as tulipas teriam algumas hipóteses também. E apesar da confusão da Primavera que ainda não se decidiu se chegou ou não, os bolbos germinaram. Houve alguma apreensão para descobrir as cores das flores, já que havia comprado 5 exemplares, supostamente todos de cores diferentes. No cartucho dizia que podiam nascer brancas, amarelas, pretas, vermelhas, raiadas, sei lá, toda uma palete digna de arco-íris. Duas brancas e uma amarela foi o resultado, mas pelos vistos as outras duas, que dei aos meus pais, vieram de branco também. Lindeza, tanta pureza junta, mas eu estava à espera de algo mais folclórico e senti-me enganado pelo senhor do mercado de Waterloo, que estou a pensar voltar lá para reclamar. Isso e comer um bolo daqueles que eles fazem tão bem em Amesterdão que nos deixam com a cabeça à roda de tão "bons" que são. Ainda assim eu sou uma pessoa que recebe os seus rebentos de braços abertos e consegui tirar esta fotografia onde os meus três exemplares estavam lindos e maravilhosos. Quando digo "consegui tirar", não é por haver perninhas que as façam correr pela casa o que tornaria difícil apanhá-las as três juntas. A dificuldade que falo é em ter três flores vivas ao mesmo tempo. Isto porque no dia seguinte, uma delas começou a falecer. E em menos de uma semana, o resultado era o da fotografia seguinte. Vou aproveitar para justificar este fim com as mudanças bruscas de estação, elas ficaram confusas, pensaram que já era Outono de novo e então fizeram o que tinham a fazer. Isto não tem absolutamente nada a ver com o excesso de água que lhes dei, nadinha.




Já a buganvília, apesar de não ter crescido 1 cm que seja de um ano para o outro, ao menos resolveu florescer como era suposto. Ainda só tem um raminho chei'da flores, mas em breve estará maravilhosa na janela da Sé, isto se eu não me lembrar de lhe deitar adubo ou alguma coisa que a faça falecer também. É um caso de sobrevivência com sucesso.



Sei que não devemos ter preferidos, mas por agora a minha pimpineleira é o ex-libris cá de casa. Começou a germinar junto das abóboras, das cebolas e das batatas e resolvi dar-lhe terra a ver o que acontecia. E o milagre deu-se. E agora tenho na minha cozinha uma planta com ADN de Santana que me faz sorrir sempre que a vejo, pois faz-me lembrar a Avó Cristina e o seu quintal de onde veio a pimpinela. E só ficarei contente quando começar a dar frutos.