(...) Aceitar o que já está feito de forma passiva e limitarmo-nos a copiar fará de qualquer professor um indivíduo conformado e limitado, em vez de provocador e detonador de produção.
Temos duas opções: ou reproduzimos modelos, ou tentamos resolver os problemas tendo em conta a ecologia de cada situação, com uma abordagem eco-fractal. No entanto, a cópia/imitação não deve ser vista como elemento a abater, até porque as primeiras aprendizagens de qualquer indivíduo em bebé começam através da imitação das referências que possui, normalmente os familiares próximos. As referências são importantes, mas nós, como futuros professores, jamais poderemos inibir a criatividade e capacidade de iniciativa dos nossos alunos.
É a diferença que permite a evolução, as grandes descobertas! Se tomarmos os princípios desportivos vigentes como verdades absolutas, estaremos a “castrar” a natureza própria de qualquer indivíduo que apresente comportamentos fora da dita “normalidade”. No fundo, podemos considerar que o único factor “normal” é de facto a “anormalidade”.
Distinguimo-nos pela diferença, todos os alunos/jogadores provêm de famílias diferentes, ambientes diferentes e são movidos por motivações distintas não podendo por isso, ser metidos todos no mesmo “saco”. A frase “É proibido proibir”, reflecte a única regra que devemos seguir à risca, apesar do sentido paradoxal que apresenta, se queremos, de facto, tornar os nossos alunos pessoas autónomas, críticas e cépticas em relação a verdades consideradas “inquestionáveis”.
Não podemos aceitar a rotulação prévia dos nossos alunos/jogadores, não é por serem baixos que terão menos possibilidades de singrar no desporto, muito pelo contrário, de exemplos contraditórios está o mundo cheio! Se não tivéssemos indivíduos persistentes, corajosos e “malucos” o suficiente para acreditarem na diferença, teríamos estagnado num patamar dominado por um acriticismo gritante. Grandes nomes como Fosbury e Maradona, não teriam assim, atingido o sucesso se não acreditassem que podiam alcança-lo através da diferença. Apesar de por vezes, os modelos servirem de muleta perante determinadas situações, não nos devemos acomodar a eles, o mundo que nos rodeia e todas as acções no desporto estão providas de um dinamismo tal que se torna imprescindível uma constante adaptação e exploração de novos “caminhos” incutindo uma atitude de produção, em detrimento de uma reprodução que nada trará de novo.