segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Mansion Song


I fancy the hip rock 'n' roll scenester
I wanna be fucked and then rolled over
Cause I'm an independent woman of the 21st century
No time for knits, I want sex and debauchery
I read glamour & the guardian
I like flowers & I'm hardy & I take cocaine
I don't give a fuck about her I want your name
I can get fucked like the best of men
Like the best of men Like the worst of pain
Inflicted on another young girl again
Impressed by another guitar hero
He's a top score & you're a zero
You're out of your league
There ain't no rubber on the tracks it's gravel
You fall hard, cut quick and it's an STD, a cut knee
You're a side of stage grasp, a laugh
An aftershow party in a bath
Fucked and expected to be fucked
A gasp from an uninformed intruder
The crowd go wild and things get ruder
They're already out of hand and there's no-one here
To take your hand. It's a cold shower and a scramble
For a dirty pair of knicker, don't get yours mixed up with hers
Now get out of bed, get out of bed, get out get out get get out of bed
Get up, get down & get undressed! Cause that's what you
Do best, strip, strip strip n shag, fuck get fucked 'n drag,
And be impressed, by the better sex, take a piece of raw
Vegetable and hold it to your breast and say you stood
For nothing. You were just a hole that lacked passion,
Another undegnified product of society. That girl
Should have been a mansion.




IMAGEM:
© Illustration Works/Corbis

NOME DO CRIADOR
Micha Archer

domingo, fevereiro 27, 2011

Os Gerontes Cá do Prédio

Nunca me queixei do barulho dos vizinhos, na verdade quero acreditar que esta é a única casa na Baixa de Lisboa onde não se ouve os vizinhos a andar pela casa, a lavar panelas ou a pinar tresloucadamente com camas a ranger e a bater nas paredes ritmadamente. Pronto, elimina-se esta última hipótese tendo em conta a idade da geriátrica do prédio.
Hoje, sentado na minha cama, ouvi a Deolinda e o marido pela primeira vez. Não, não foi nada daquelas coisas que costumamos ouvir. Foi pior. Eles estavam a festejar o golo do Benfica aos 95 minutos de jogo que lhes deu a vitória contra o Marítimo. Com gritos e palmas. Eles não têm idade para estas coisas. Nem eu.
Tenho dito.

domingo, fevereiro 13, 2011

"Pedro Gosta Disto"


Hoje falemos acerca do botão "Gosto" do Facebook.

Já não bastava haver pessoas que escrevem coisas espectaculares, das profundezes mais íntimas do seu ser, como por exemplo, "Banho" ou "Comendo" ou "Chuva" no Facebook, tinha de existir também um botãozinho a dizer "Gosto" debaixo de todas essas pérolas. E para que serve esse botão? Eis a minha teoria:

1 - Para ajudar as pessoas menos inspiradas a dizer que gostam de uma coisa mas não o suficiente para escreverem algo inteligente, então, entre passar por uma pessoa que não tem nada de útil para escrever, ficam-se pela manifestação mais silenciosa sem correr o risco de ficar mal na fotografia;

2 - Para dizer às pessoas "Eu estou aqui", é uma forma de tentar impedir que os nossos amigoas venham dizer "Ah, nunca mais disseste nada". Nesse momento podem sempre dizer que não é bem assim, que ainda na semana passada tinham gostado da música nova dos Pólo Norte que estava no seu mural, mesmo que isso seja uma mentira escandalosa;

3 - Para ajudar a acelerar o processo de engate, clicando "Gosto" em várias publicações do mural ajuda logo a encontrar uma série de coincidências fabulosas que dizem nas entrelinhas "Estou desejando de te saltar para cima, mas vou começar subtilmente a dizer que gosto das tuas coisas e ainda bem que não me estás a ver neste momento em que tenho as minhas hormonas a transbordar pelos ouvidos".

4 - Finalmente, para efectivamente dizerem que gostam genuinamente de alguma coisa.


Tornou-se de tal forma tão banal dizer que se gosta de alguma coisa que as pessoas começam a entrar em piloto automático. E é isso, ou a malvadez desavergonhada, que fazem com que haja 25 pessoas a gostar do final da relação do João, da morte do Cachorro ou da doença terminal da Avó.
Pois bem, se o João terminou uma relação, não deverá, à partida, estar super feliz da vida nem ficará melhor pelo facto dos amigos "gostarem" do facto dele estar novamente no mercado de aquisições amorosas. Uma pessoa fica sempre na dúvida se o clique é por solidariedade com a coisa ou por simplesmente se sentirem bem com a desgraça alheia.
Se o cachorro morreu, também fica a dúvida no ar se estão a querer dizer "Finalmente vou poder ir a tua casa sem correr o risco de ser atacado pelo lobo d'Alsácia raivoso que me atacava as pernas sempre que eu passava no hall de entrada".
Se a Avó está em vias de falecer, se calhar uma mensagenzita de apoio um pouco mais privada poderá ser a solução, mas isso digo eu que não sou ninguém. Eu pelo menos acho que não gostaria de ter 85 anos e ver a minha demência "apreciada" nas redes sociais pelos amigos virtuais dos meus netos. Essas pessoas deviam era levar um chapadão, se o meu Parkinson permitisse tal coisa.

Por agora é tudo, vou só ali ver se já criaram um botão que me permita gostar dos "Gostos" das pessoas que gostaram dos meus comentários.

Saturday Night

São exactamente 8h20 no computador onde escrevo e estou a chegar a casa depois de uma noite preenchidíssima. Totalmente sóbrio e surpreendentemente ainda cheio de energia. Entre amigos, conhecidos e pessoas novas, diverti-me como há muito não me divertia. É o Verão, é o Verão!

E pronto, apenas quis partilhar.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Eu Fiz o Pino no Palco do Coliseu!

Há duas semanas vi Deolinda no Coliseu. Agora, com uma ascenção meteórica, chegou a minha vez de pisar o palco dos Coliseu dos Recreios. E como se isso já não fosse suficiente, achei por bem sobrevoar o espaço, só para animar as hostes. Tipo Super-Homem sem a capa. Ou Aladino sem o tapete voador. Ou a Sininho sem o pó de Perlimpimpim. Já chega de analogias ridículas. Até porque de ridículo já vai bastar a minha actuação.
Já conheço os corredores todos do Coliseu mas foi só porque me perdi e não encontrava a saída. E para quem nem decora onde está a porta de saída já se imagina como vai correr o resto. De qualquer modo já percebi que, tendo em conta a natureza do espectáculo, se alguma coisa correr mal sempre posso começar a correr e a gritar que ninguém vai perceber que não fazia parte do guião. Com sorte até me aplaudem.

sábado, fevereiro 05, 2011

Análise SWOT


Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused


É incrível a quantidade de vezes que nos esquecemos do respeito por nós próprios e acabamos chafurdando em largas piscinas de cocó (porque neste blogue não se escreve "merda", ups, já está, paciência). A quantidade de vezes que nos subjugamos à vontade de outrém só para agradar e ficarmos "de bem". A quantidade de vezes que nos despimos e ficamos vulneráveis às ameaças do exterior, absorvendo o que há de melhor e de pior à nossa volta.

A partir de hoje começamos a fazer a análise SWOT das situações e pessoas com quem nos pretendemos relacionar. Vamos andar de check-list e lápis no bolso e vamos apontar os pontos fortes e fracos da situação ou das pessoas, as oportunidades e as ameaças. No final baralhamos tudo e concluimos se realmente valerá a pena. Não estamos para perder um dos nossos bens mais precioso em vão. O tempo. A época das experiências e das rebeldias esgotou-se antes dos 20's. Andamos a direccionar as energias nas direcções erradas. Vamos por uma vez ou outra deixar de pensar tão emocionalmente, não sendo estritamente necessário tornarmo-nos pedras frias e duras.


Realmente, valemos bem mais do que isso.



Breaking Chains
IMAGEM:
© Illustration Works/Corbis

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Lúcia-Lima


Era um final de tarde quente, apesar de estar no pico do Inverno. Daquelas tardes em que é obrigatório por lei passear, absorver a cidade e acima de tudo desfrutar da companhia um do outro. Sem saberem bem para onde ir ou o que fazer, deambularam pela cidade aperaltados e com o cabelo devidamente penteado. Podiam ter ido passear a sua beleza inegável e chamar a atenção de quem nessa tarde também resolveu percorrer a baixa da cidade a pé, mas eles fizeram bem mais do que isso. Quando por fim perceberam o que precisavam, sentaram-se a aproveitar os últimos raios de sol e sem preconceitos, máscaras ou filtros partilharam em silêncio aquele momento que ambos precisavam, preenchidos com a presença um do outro. Um agarrou nas suas palavras e organizou-as em frases que resumiam toda a existência do outro nesta cidade, que o ouviu com uma avidez controlada enquanto aquecia as mãos numa chávena de chá de lúcia-lima. Estiveram ali um hora a se ouvirem entre pausas e silêncios oportunos. Reencontraram aquele brilho que ia muito para além do requinte que os rodeava e realizaram que apesar das suas diferenças aparentes, estão mais próximos do que as pessoas da mesa ao lado pudessem crer. Não precisaram de mais ninguém naquela tarde além deles próprios.


E sim, eles estavam fabulosos.


Young Man Drinking from Mug
IMAGEM:
© Pete Leonard/Corbis