sexta-feira, outubro 14, 2011

E Foi Assim Que Aconteceu...


Resolvi esperar algum tempo até falar de mais uma das minhas peripécias, não fosse ter arrependido de me ter metido nela. É oficial, eu apareço no novo videoclip do David Guetta. São cenas que acontecem, sei lá. Quando dou por mim já estou a bater palmas na televisão, pendurado no tecto do Coliseu de Lisboa ou a dançar na praia com o DJ mais famoso do mundo. 


E lá fui eu para a Fonte da Telha, essa praia maravilhosa, a ver no que aquilo ia dar. Havia comida, águas e sol. Eram logo à partida boas razões para faltar ao trabalho nesse dia. Levei as roupitas que nos pediram, mas ao chegar jogaram-me para as mãos um conjunto deles que já me tinham imposto uns dias antes. Uns calções beges, uma manga cava (Medo! Nunca se sabe o que pode sair quando se veste uma manga cava) e, felizmente, uma camisa aos quadrados por cima. Quase tudo bem. Quase tudo até o momento em que alguma aderecista entendeu que eu ficaria fabuloso com um chapéu. Mas não era um chapéu qualquer! Era um daqueles que exige uma certa personalidade. Daqueles chapéus que falam por si. Daqueles que jamais me apanhariam com um cabeça. Começava aí o meu receio que a coisa descambasse. Adiante. Chamaram-me para pentear e pôr aquelas coisas na cara e confesso que depois de ver o meu cabelo todo penteadinho, passei a gostar do chapéu.


Um videoclip do David Guetta não exige grandes dotes de actor ou bailarino. Basta mandar os bracinhos para o ar e saltar de felicidade. E assim foi, take after take. Não há muito a dizer sobre isto. Ponto. No entanto, por alguma razão, eles tinham achado que eu era um dos melhores exemplares de rapaz americano que lá havia. Vai daí, passo a ter um pouco mais de protagonismo. Fiquei lá para a frente em diversos momentos das filmagens. Entre o ego preenchido e o pânico simultâneo, lá continuei a abanar os bracinhos no ar. Era para isso que me pagavam. Lá pelo meio pensei "E se eu deixasse o chapéu voar acidentalmente com o vento e uma rajada me devolvesse a rebeldia dos meus caracóis?" E lá me consegui ver livre do adereço embaraçoso. C'alívio! 


 Tudo muito bonito, os americanos, brasileiros, asiáticos e africanos todos misturados e aos abraços pouco higiénicos, até que resolveram filmar pares multiculturais. Uma câmara, duas pessoas. Uma asiática e eu. A Sushy. Sim, ela tem nome de comida japonesa. E já estou farto de escrever frases com 3 palavras seguidas de um ponto final. Parou. Ponto de Exclamação! 


Dançámos com o mar por trás e um pôr-do-sol fabuloso mas foi estranho. Não encontro outra palavra por isso fica mesmo o estranho. Mas vá, foi tudo giro. 


Porém, os meus receios de parecer um totó, de ter um close-up de chapéu na cabeça ou de ser apanhado a dançar de maneiras constrangedoras foram pulverizados. O vídeo foi lançado e eu tenho direito a 4 momentos de milésimos de segundos que marcam a minha estreia televisiva (aceitável) por esse mundo fora. Minuto 2'29, foi quando me lembrei, no calor da coisa, de me ver livre do chapéu. Sem o deixar ao sabor do vento. Depois disto já posso ir para as manhãs do Goucha rolar as mãozinhas na hora do "Roda Você". E não é que eu apareço logo aqui na imagem parada do vídeo? Aplausos!





3 comentários:

Anónimo disse...

Nice! Ainda apareces umas vezes!!!realmente ser pago para andar aos pinotes a abraços era algo que se devia ter em boa conta para solucionar alguns dos problemas laborais que aí vêm...

dnesa

Sof disse...

Adoro(-te)!

Pedro Espírito Santo disse...

Em tempos de crise, que ao menos haja música para andar aos pinotes! E ainda não existe imposto para os abraços, arf!