terça-feira, fevereiro 19, 2013

Primeiros Dias de Primavera

É oficial, apesar de hoje ser 19 de Fevereiro, a Primavera chegou à Sé! Aquilo que até hoje parecia impossível está a acontecer. As flores e plantas desta casa estão a ganhar um vigor que ninguém acreditaria. Geração espontânea, perguntam vocês. Eu respondo, NÃO, com uma exclamação! Muito amor e dedicação, isso sim. Quer dizer, um dia alguma planta iria singrar nesta casa, após as tentativas goradas de ter palmeirinhas, manjericos e manjericão. 

Eis a "Fénix". Baptizei-a assim porque nem ela sabe quantas vezes já faleceu e voltou à vida. Neste momento está em franca recuperação e até ganhou um novo lugar na casa, junto à janela. O desafio será tentar que não fique com as folhas todas amarelas e morra pela 264ª vez, já que este era o local da falecida palmeirinha que padeceu durante alguns meses, mesmo depois da intervenção cirúrgica da Rute num dia em que veio cá a casa jantar.


A menta. A única erva aromática que ainda sobrevive, já que o manjericão e uma outra que não me lembro do nome (temos sempre preferidos, quer queiram, quer não). Também já caminhou diversas vezes pelo túnel da morte, mas consegui que ela visse a luz em todas elas. Deita-se um bocadinho de água de vez em quando e ouvimos os seus desabafos e é tudo o que ela precisa. Com sorte, na próxima estação terá folhas aceitáveis para que se possa fazer alguma coisa com elas. Para já, está uma espevitada.


As minhas tulipas de Amesterdão! Estão a grelar. É um milagre eu conseguir fazer estes bolbos germinarem. Tenho 4 no mesmo vaso, mas só vejo duas por agora. Não faço ideia das cores que vão sair, mas vou amá-las da forma que elas quiserem ser. Desde que não se armem em parvas e queiram ser cravos. Isso é que não.


A buganvília mirrada que resolvi plantar num vaso e pendurá-la no varandim estava sem folhas e flores há muito tempo. Pensei que nunca mais seria feliz nestas condições, mas reparei ao início da semana que estava a dar flor e folhas novamente! Estou radiante! A ver se este verão está toda florida como deve de ser.



E nesta alegre rebaldaria plantal, até as cebolas, as batatas e as pimpinelas se manifestaram. Já trepam coisas e tudo. Já não servem para comer, mas à falta de animais de estimação, servem para fazer companhia. Se as abóboras e os limões grelassem, seria um fungagá, mas para o bem de todos, ainda bem que não. 

E o instagram torna tudo tão mais bonito!

domingo, fevereiro 17, 2013

Esta semana...


Tenho planeado isto tudo em segredo e ninguém sabe de nada disto. 
Esta semana vou começar a preparar as malas. Tenho viagem marcada para a Ásia. Vou voar até Banguecoque, depois Cambodja e Vietname. Seguem-se Malásia e Singapura. Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor e termino finalmente na Austrália! Perth, Melbourne e Sydney. Serão 6 longos meses à descoberta de um novo mundo, diferentes realidades, culturas, experiências. Mal posso esperar por mergulhar nas águas quentes e translúcidas do Índico. Levo comigo uma máquina fotográfica e muita roupa de verão. Não tenho um roteiro definido, vou mudar de sítio consoante o vento e a vontade. 
E tudo isto seria muito lindo se me tivessem saído os milhões do Eurocoiso. Todas as semanas, há anos, jogo  com a mesma chave, o que me deixa apavorado quando nalguma semana, por alguma razão me esqueço de jogar. Como agora faço-o em sociedade, tenho alarmes nos telemóveis para me lembrar, senão, para além de não ficar milionário, o meu corpo iria jazer (e sabe Deus como eu gosto de conjugar este verbo) no fundo do Oceano Atlântico, amarrado a um bloco de cimento, mas ali mesmo no meio dele para não haver o risco de me encontrarem, cortesia da Raquel Espírito Santo. Em 2013 ainda não fui premiado com um milhãozinho que fosse, nem metade, nem um terço. No entanto, a cada semana há uma determinação intocável de que "desta é que é!". Mas ainda não foi. Porém, se juntar tudo o que acertei com a minha chave, tenho já 4 número e 5 estrelas. Tudo bem que não existem prémios para estas combinações, mas a minha questão é a seguinte: porque raios estes números e estrelas não esperam umas semaninhas, ficavam quietinhos lá dentro da sua tômbola no quentinho, sem aborrecer ninguém, até que, numa bela noite de terça-feira, decidam sair todas ao mesmo tempo? Podiam fazer-me esse favorzinho? Vá, não custa nada e eu prometo não vos aborrecer mais com os meus devaneios. Poupavam-me os eternos suspiros de milionário que nunca chega a ter mais de 4 dígitos na conta bancária. 

Obrigado e até terça-feira.


quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Estamos em Crise

Estamos em crise.

Desculpem-me a novidade assim de repente, mas estamos mesmo em crise. E por hoje, vou tentar não falar do dinheiro que tenho na conta.
Estamos a viver uma crise de valores. Não é preciso ir muito longe ao longo das gerações, basta ir à dos nossos pais, aqueles que andam por volta dos 50's e 60's anos para perceber a reviravolta que isto deu. Não quero cair na desculpa gasta de que "antes é que era" e com isso desculpar a actual geração dos 20's. Algo está mal e urge apurar responsabilidades. Por esse motivo, apontamos o dedo uns aos outros, porque é sempre mais fácil atribuir as culpas ao vizinho do lado, sacudindo o pó do nosso capote imaculado. 
Vivemos uma crise de educação e não me refiro aos jovens que dizem em programas de televisão que África é um país da América do Sul. Nunca o nosso povo foi tão letrado e qualificado e ao mesmo tempo, nunca os profissionais da educação foram tão criticados e espezinhados. Serei o único a ver a ironia da coisa? Mas não é isso que mais me preocupa. O problema é muito para além da educação escolar. O "Por favor" foi trocado por um franzir de testa e um retorcer dos lábios. O "Obrigado", quando existente, passou a ser uma formalidade mecanizada, desprovida de qualquer tipo de conteúdo, uma palavra vazia, porque por vezes, "tem de ser" utilizada. O "Desculpe" tirou férias, hoje somos todos pessoas maravilhosas que não cometem erros e que possuem o dom da razão. Somos pessoas exigentes e com pouco tempo. Queremos tudo para ontem e não admitimos que nos questionem porque estudámos e temos um bocado de papel timbrado que nos custou umas dezenas de euros e que diz ao mundo que somos formados nalguma porcariazinha para esfregar na cara uns dos outros. Deixámos de cumprir horários e o atraso já é assumido mesmo antes da hora marcada. Os compromissos deixaram de ser cumpridos e quase ninguém termina o que começou.
Estamos também em crise de afectos. Já ninguém abraça ninguém como se realmente sentissem. O calor sincero do abraço foi trocado pela palmadinha nas costas e o beijo já nem é com os lábios, é com a bochecha, porque somos pessoas que merecem recebe-los. Dá-los é para os outros. Deixámo-nos ficar debaixo de uma nuvem negra onde o nosso umbigo tem sempre menos cotão que o do outro e a nossa cabeça, de tão inchada, deixou de passar nas ombreiras das portas. Assim, ficamos fechados em casa, quietinhos, à espera que dêem pela nossa falta, porque somos anjos preciosos que estão sentados no sofá com a televisão ligada, à espera que nos batam à porta com um trabalho maravilhoso ajustado às nossas capacidades ultra-especiais, com um amor que vimos um dia nos filmes, com um sonho que sonhámos, mas que queremos que chegue numa encomenda do correio.

"Se é para acontecer, pois que seja agora"