Após 4 longos dias de ausência, a lambreta está de volta a casa de onde nunca deveria ter saído. Não, não foi a polícia que descobriu. Fui eu mesmo. Assim como quem não quer a coisa, num passeio domingueiro pelas redondezas. Reconheci-a imediatamente por causa da falta de retrovisor. Não estava muito longe de minha casa, na verdade, estava a cerca de uns 200 metros, mas por alguma razão, não me deu para passar naquela rua especificamente. Nem eu, nem a patrulha da polícia que supostamente andou pela área a sondar. Não estava escondida ou jogada para um canto, estava devidamente estacionada perto de uma casa de fados. Bem estacionada, mas cheia de lesões. Não sabia bem o que fazer. Primeiro olhei em volta a pensar que o ladrão pudesse estar nas imediações, o que faria dele muito pouco inteligente já que estávamos pertíssimo da minha casa. Depois liguei para o Tiago mandando-o parar tudo o que estava a fazer, no caso, o jantar, mas não sabia bem o que lhe dizer. Se pegava na chave da mota e vinha ter comigo, se chamava a polícia, se me vinha ajudar a empurrar a mota para casa, sei lá. Acabámos por ser três a empurrar a mota rua acima.
Chegados a casa, fiz o exame de rotina. Liguei a mota, ela tinha motor e bateria! No entanto havia sinais de tentativa de roubo do motor, mas não conseguiram tirá-lo. O problema aqui era mesmo o depósito de gasolina estar a verter por algum lado. O banco estava fechado, tão bem fechado que não o consegui abrir. Deram-me cabo disso e deu para perceber que o capacete foi à vida. Espero que pelo menos tenham poupado os documentos da mota que não dava jeito nenhum tratar de papelada. Forçaram ainda o porta-luvas onde guardava conchas, o que foi estupidez porque bastava terem carregado num botãozinho. Não me levaram as conchas, ufa! Após 200 e tal euros queimados na oficina há um mês, terei de me preparar mentalmente (e carteiramente) para amanhã dispender mais um bela quantia para curar as feridas de guerra da lambreta. Mas valerá a pena o esforço, só de pensar nas horas de vida que perderia a andar de transportes públicos vinham-me as lágrimas aos olhos.
Neste momento a motinha está completamente amordaçada à porta de casa e tenho ido à janela de vez em quando certificar-me que ainda lá está.
Tudo está bem quando acaba bem. Arf!
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