domingo, março 04, 2007

Querida, a semente

Caem gotas pesadas de um Verão que nunca terminou, recordando traços e flores laranjas de fatos de banho que nunca se despiram. Ficam grãos de areia perdidos em caminhos mal trilhados,


nem sopros,

nem vendavais


os tirariam de lá. Como se isso fosse problema, o caminho não seria esquecido
de qualquer dos modos. Podias ter ido pela areia, sentido-a nos teus pés, fugindo para lado nenhum. O carvão incandescente queimava os pés e no entanto pisavámo-lo, o caminho mais doloroso parecia o mais certo. Queimam-se músicas contra minha vontade, uma atrás da outra, que estando em cinzas, ganham vida


novamente.

Arranco-as do caderno de rascunho, mas logo nascem outras.
Primeiro as palavras, depois os versos. Não precisam rimar, nunca fora preciso. (Re)nascem as flores de Verão, como as do fato de banho.

"Tens na mão querida a semente".

Sabes o que inspira.
Nem precisas regar, as gotas tratam disso. A chuva de Verão, com cheiro de uma terra quente. Rasgam-se raízes que se agarram com a força de 1000 homens aos grãos de areia. Só assim se aguentariam. Porquê, não se sabe. Não chegando à espuma das ondas, de nada serviria. Ficam-se pelas palavras ditas em silêncio.

Que são as que se ouvem melhor.

4 comentários:

laury disse...

É por isto que eu volto sempre.
Beijo my darling.

Sam disse...

Mt bom, tava fartinho da Austria, lol ;)

Pedro Espírito Santo disse...

A Àustria ainda não acabou. Estou em fase de interiorização de que já lá não estou. Mas tenho ainda coisas para contar !

Rute disse...

Fonix mais Austria não!!!

Gostei muito Pedro!!! Aconchegou =D