domingo, outubro 31, 2010

Ídolos 2010


Confesso, sou daqueles que se sentam à frente da televisão todas as semanas para seguir com a máxima das atenções o programa. Este ano parece-me que finalmente conseguiram juntar um grupo de finalistas bastante coeso e equilibrado, à excepção de um ou outro caso que lá se poderão safar uns tempos por serem os fofinhos que vão passando de gala em gala sem saber bem como. Curioso é o facto de parecer que os concorrentes foram quase todos seleccionados em Cascais, no Estoril e no Restelo, com apelidos de famílias de bem e que no final de contas, parecem ser todos primos uns dos outros. Estou bastante curioso para ver o que vai acontecer daqui para a frente.
Já os júris, continuam iguais a si próprios. A Roberta Medina, não percebendo muito de música consegue ter a sensibilidade necessária para avaliar sem tentar armar-se em coisas que não é. O Manuel com cara de que todos lhe devem mais ninguém lhe paga, de braços cruzados ou mão no queixo, mesmo quando diz bem de alguém fá-lo com cara de quem está prestes a vomitar de tédio. Tudo o que canta Rui Veloso ou Jorge Palma merece ser o Ídolo de Portugal e para quem percebe tanto de música surpreende-me a ignorância relativamente a várias músicas que já passaram pelo programa. Seria difícil tentar estudar um bocadinho com antecedência o que vai ser cantado nas galas? Se calhar evitava alguns constrangimentos desnecessários. Se os concorrentes parecem primos uns dos outros então o Laurent parece o tio da família. É provavelmente o membro que obtém maior consenso, nota-se que percebe de música, não é agressivo, é construtivo e não se põe em bicos dos pés. O Pedro, esse percebe, na melhor das hipóteses, tanto como eu de música. Tem o que falta ao Manuel, procura pesquisar sobre as músicas e os artistas antes do programa mas depois sente a necessidade desmesurada de descrever coisas que não interessam nem ao menino Jesus. Tem piadas preparadas para lançar a quem apanhar pela frente utilizando metáforas muito mal construídas. Há pessoas que não têm piada por muito esforço que façam e ele é exemplo vivo disso. Escreve-vos um comentador pouco qualificado para isso, é verdade, mas afinal de contas todos temos direito à nossa opinião de sofá.

quarta-feira, outubro 27, 2010

I wish you'd never forget the look on my face when we first met


Continuando a parte da “espiral de emoções”, e sendo eu um agarrado ao passado e à nostalgia das coisas boas que já vivi, não pude deixar de lembrar antigos “aniversários”. E escrevo sem guardar mágoa e abstraíndo-me de outras memórias que geraram cicatrizes difíceis de sarar. Faria hoje 2 anos. Recordo-me do sorriso tímido que me cativou, naquela “esquina” onde pela primeira vez nos falámos. Da emoção das primeiras mensagens trocadas. Do “Love and Other Disasters” que ditou o primeiro abraço que se viria a repetir em muitas outras noites frias do Inverno estava a começar. Daquelas pequenas coisas que acabamos sempre por encontrar em comum quando nos apaixonamos, aquela música que achávamos que mais ninguém conhecia, aquele poema que nos deixa a flutuar, aqueles sonhos de viagens pelo mundo fora. Aquela fase em que nos parece que “muitos mais é o que nos une que aquilo que nos separa”. Tornámo-nos patetas alegres nessa altura. Foi apenas há dois anos apesar de parecer que foi há décadas. E mais não me apetece escrever. Vou guardar essa parte e acreditar na sinceridade dessas memórias.
Eu sabia que não deixaria de escrever sobre isso, sou sempre a mesma coisa.

What Goes Around, Comes Around

É final do mês e já estava a precisar de uma folga. Ou neste caso 5 folgas. É o culminar de uma temporada muito atribulada onde apenas descansei um dia nos últimos 38. Estou muito próximo de me tornar aquilo a que se chama um “workoholic” (escrevi direito? Não tenho internet para verificar agora – sim, estou a escrever isto no Word e provavelmente não me irei certificar na hora de publicar), o ginásio tornou-se a minha primeira casa mas não é algo que me preocupe seriamente porque eu tenho o privilégio de estar a fazer uma coisa que realmente gosto. E qual será a percentagem de pessoas que trabalha aquilo que o deixa realizado nos dias que correm? Já não é mau de todo ter um trabalhinho que dê para as despesas, mas nisso eu não sou esquisito. Ainda um dia destes (acho que ontem, isto de trabalhar muito acaba por fritar os miolos de uma pessoa e a noção de tempo dilui-se por completo) conversava com um sócio sobre o facto de trabalharmos na área em que investimos e se nos víamos a fazer o que fazemos o resto das nossas vidas. Sinceramente não me vejo como Personal Trainer até o fim dos meus dias, porém, não me vejo a fazer nenhuma outra coisa neste momento nem nos próximos que se avizinham, a não ser que ganhe o Euromilhões e decida dar a volta ao mundo durante um ano, e aí sim, teria uma boa razão para me tornar oficialmente um turista profissional. Ou vadio profissional. Algo por aí.
Voltando ao que interessa, não posso deixar de escrever sobre o sucesso progressivo que tenho vindo a atingir, não apenas monetariamente, mas também como pessoa. Estou num momento de êxtase. Estou a trabalhar com alguns colegas fantásticos que têm estado por perto quando preciso. Tenho sócios que confiam em mim e que chegam aos treinos com uma energia brutal que acaba por me contagiar para o resto do dia de trabalho, da mesma forma que eu me esforço sempre para transmitir a energia e motivação que por vezes lhes pode estar a escapar. Tenho tido o reconhecimento para o qual tenho trabalhado, estou, em abono da verdade, a colher o que plantei durante os últimos 6 meses. Tenho-me enriquecido enquanto profissional e enquanto pessoa. Vivo muito da satisfação das pessoas para as quais trabalho e receber um elogio é para mim algo que me preenche e me dá alento para não me acomodar e continuar a procurar a evolução. Ainda ontem, o dia em que “fechei a loja” para férias, recebi o elogio de uma das pessoas que eu mais queria receber. Falou-me acerca do meu real interesse naquilo que faço, na preocupação verdadeira com as pessoas com as quais lido e que isso apenas acontece quando fazemos uma coisa que realmente gostamos e quando tivemos uma boa formação/educação de berço. Fez questão que eu passasse essa informação aos meus pais e foi o que eu fiz. Imagino que seja algo que os faça sentir realmente orgulhosos e que os deixe com a sensação de dever cumprido em relação ao seu papel enquanto Pais. Nisso sou obviamente um sortudo.
Acredito no Karma, “What goes around, comes around” e, modéstias à parte, acho que já estava na altura de estar a viver este momento de felicidade pessoal e profissional. Ando numa espiral de emoções muito boas e sinto-me muito, muito feliz com isso. Agora apenas preciso de descansar a cabeça e o corpo. Isto se conseguir, já que estou metido no avião, provavelmente a sobrevoar Espanha ou França e daqui a pouco tempo aterro em Berlim para me reencontrar com a Nádia, minha amiga do peito com quem pretendo explorar a cidade, até porque não tive tempo para tirar sequer um mapa da cidade.

Como diria a tatuagem da Laura, Live Life, Love Life”.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Pedro lavs Sofisabeli (pa sempri, como a Olinda)

Passear contigo, amar e ser feliz, turu, turu, turu, turu, tu, tu!
É o tudo o que eu quero na vidaaaaaaaa!

Tudo começou com uma saída de casa carregados de lixo derivados que esta casa é uma lixeira onde por acaso algumas pessoas vivem. Se o meu colega de casa lê isto, sou despejado mesmo antes dele vir para cá morar. Pela janela qué piori. Colega de casa, não leias isto. Até porque te estou a tratar como "colega de casa" e não como "amigo". Resolvi convidar a Sofisabel a levar os esferovites do frigorífico novo para o lixo, não que eles ficassem mal no mini-corredor cá de casa, mas a Laura já passava o dia a pontapeá-los e eles caíam tipo dominó a toda a hora. Por mim até ficava com aquilo para esfarelar e fazer neve de fingir nas decorações de Natal, mas ainda não temos aspirador aqui em casa e eu não gosto de usar a vassoura. Sofisabel entendeu que havia um ecoponto amarelo em direcção do Martim Moniz, onde ela queria comprar uma capa para o telemóvel "Made in China". Primeiro de tudo, aprendi que o esferovite pode ser colocado no contentor amarelo. Aprendi que afinal não precisamos de passaporte para atravessar da Rua da Madalena até o Martim Moniz, apesar das coisas, ainda estávamos em Portugal. E tamãe aprendi que não existe nenhum ecoponto no Martim Moniz, o que nos fez passear pela cidade com bocados de esferovite maiores que nós. Ainda tentámos deixá-los encostados a uma parede enquanto entrávamos nas 685 lojas de telemóveis que existem na zona, na esperança que alguém os roubasse, mas não tivemos sorte. Entre o medo de ser assaltados e de nos vermos livres dos coisos, lá encontrámos uns caixotes do lixo normais onde nos esquecemos acidentalmente dos ditos cujos e rapidamente escapulimos para uma parte de Lisboa com portugueses que falavam português de verdade. Sempre de braço dado como manda a regra e a salivar pelos brownies da Haagen-Dazs que viríamos a devorar momentos depois. Era suposto eu descrever também a nossa ida à Fnac, à loja da Catarina Portas, ao Gato Preto (onde comprei coisas para a casa e senti que era Nataleeeeee), mas já não tenho paciência de escrever mais nada, até porque este post já foi interferido quinhentas vezes pela Laura FARIA que chegou a casa e não me deixou em paz um só momento. Entretanto descobri, com alguns meses de atraso (as usual) que até gosto do Waka-Waka da Shakira para grande descontentamento de quem se cruzar comigo nos próximos dias. Este foi um post de encher chouriços, mas é o que dá ter uma tarde livre, EU JÁ NÃO SEI VIVER SEM O MEU TRABALHO e depois dá-me para estas coisas e juro que ainda nem bebi nada hoje além de água del cano. Ah, e um chá de umas coisas.
Ah, e como estou irritado com o meu telemóvel que não deixa passar as fotografias para o computador, não ponho fotografia nenhuma a ilustrar este post, até porque nada substituiria a Sofisabel com o seu esferovite XXXXL com o Martim Moniz em pano de fundo.

quinta-feira, outubro 21, 2010

O Meu Novo Instrumento de Tortura


"Hoje sonhei com exercícios com elásticos. Depois fui à recepção e pedi para mudar de Personal Trainer, mas só tinham 2 raparigas e 1 rapaz carioca que só podia dar treino às 5h da manhã e aí eu não quis"


É oficial, as pessoas começam a sonhar comigo e não é pelos melhores motivos. De facto é uma proeza digna de registo o facto de fazer parte do subconsciente de alguém após apenas 3 treinos, onde, de facto, os elásticos estiveram presentes. Eu, que durante algum tempo tive muitas reservas em relação à utilização de elásticos, julgando-os poderosas armas "arrancadoras de olhos", descobri agora as maravilhas que eles podem proporcionar e utilizo-os como uma poderosa arma de deixar as pessoas em forma. No entanto, toldado pelas maravilhosas potencialidades desse tipo de treino, tornei-os na mais temível forma de tortura contemporânea. Os sócios tremem quando me vêem a caminhar em direcção ao canto do sofrimento e rezam para que, assim do nada, apareça algum Personal Trainer que se açambarque de todos os elásticos que estão presos ao poste e me impeça, mesmo que temporariamente, de ser feliz por alguns minutos. Não que eu deseje o sofrimento das pessoas, longe de mim, eu só quero o bem delas. Todavia, o meu sorriso apresenta uma relação directamente proporcional à
cara de sofrimento da vítima, digo, cliente.
(Foto: Corbis)

Don't Stop Dancing


Com uma timidez marota de miúda de 6 anos entra pela sala trazendo consigo aquele sorriso que deixa um rasto de luz por onde passa. Ninguém diria que por atrás daquele sorriso se escondiam cicatrizes que na maioria dos casos nunca teriam hipóteses de cura. Fala delas, não com orgulho, mas com a felicidade delas se terem tornado marcas importantes para a sua construção enquanto pessoa. Como se tivesse sido a melhor coisa que lhe tivesse acontecido. Largou os andarilhos e as bengalas que lhe impingiram e aprendeu a andar por si própria, renascendo das cinzas tal e qual uma fénix, vaidosa pelas suas conquistas. Vestiu as suas asas e percorre agora os caminhos que lhe queriam proibir com uma teimosia deliciosa.

Vive agora o momento da sua vida que não parece ter fim à vista. Gosta de sair à noite para assistir a concertos intimistas em bares recônditos onde todos a conhecem ou passam a conhecer. Não perde o rumo nem a verticalidade com os elogios que lhe tecem, mas energiza-se com eles. Mas é o típico caso de quem retribui em duplicado tudo o que de bom lhe dão.

sábado, outubro 09, 2010

Jantar de comemoração dos 100 anos e 3 dias da República Portuguesa

Eu que sou uma pessoa que gosta de viver as coisas boas da vida, achei por bem organizar o jantar de comemoração dos 100 anos e 3 dias da República, até porque isso só acontece uma vez na vida e se não o fizesse nunca poderia voltar atrás. E eu não sou menino para viver arrependido pelas coisas que não fiz, tirando umas poucas centenas de coisas.

Resultado do jantar:

- Vizinhos a bater pela primeira vez à porta por causa do barulho;

- Mensagens trocadas por pessoas no auge da bebedeira a dizer as barbaridades que se costuma dizer nessas circunstâncias;

- Alguém caído antes do tempo na cama da Laura (porém, sem a Laura);

- Fumadores na sala, algo inédito que eu permiti porque me apanharam bastante bem-disposto e porque chovia a cântaros e não dava para irem para a janela ou telhado;

- Novas paixões (?) despertadas;

- Fondue de chocolate com frutas que é sempre afrodisíaco;

- Comida do sobra para outras celebrações;

- Fotografias tiradas em modo auto-bronzeador;

- Swing de quartos de dormir.



Arf, já chega, as fotografias é que devem estar bonitas, devem.

Entretanto, a casa está um caos e por causa da chuva já começo a ficar com montanhas de roupa para lavar. E ao pensar nisso, mas pouco me importando com tal facto, preparo-me para outro evento social que está aí mesmo a explodir. Não pára, não pára!

sexta-feira, outubro 08, 2010

"I Love Paris in The Rain"



Quer dizer, acho que iria gostar. Deve ser uma imagem gira andar a saltar pocinhas nas ruas de Paris e depois abrigar-me da chuva numa pastelaria cheia de bolos e chocolates e ver-me obrigado a tomar um chocolate quente numa chávena gigantesca enquanto olho para a rua através do vidro a ver as pessoas a se atropelarem entre guarda-chuvas. Para já fico contente por estar nas minhas águas furtadas a ouvir novamente a chuva a bater vigorosamente no telhado, um pouco receoso que volte a pingar dentro de casa, mas para já, contente. Sendo que ainda não tenho cortina do banho não me parece que o dilúvio fosse muito diferente. Aliás, cada vez que tomo banho penso em como daria jeito uma arca tipo a do Noé para poder atravessar a casa-de-banho de uma ponta à outra (como-se-ela-fosse-assim-tão-grande-mas-pronto-era-só-para-ter-mais-qualquer-coisa-para-escrever). Não sei bem se tinha saudades deste tempo, na verdade acho que tenho reclamado injustamente com o São Pedro. Queixei-me do Inverno rigorosíssimo que nos assolou há uns meses atrás e ele respondeu-me com um Verão escaldantemente ridículo, digo eu, que moro neste último andar que pelos vistos não tem direito a estações intermédias. Não ter ar condicionado foi mau, mas não ter aquecedor não me parece melhor. O que me parece bem é a proximidade daqueles dias frios e de chuva acompanhados por cobertores, almofadas, um bom filme, chocolates e pipocas. Está na hora de começar a desempoeirar os casacos e os guarda-chuvas, na hora de tomar chá quente com os amigos pela noite fora, na hora de ter alguém para dormir abraçado, se bem que isso é bom em qualquer altura do calendário.
Não, não vou a Paris em breve. Mas irei provar o Outono de Berlim muito em breve!