quarta-feira, janeiro 19, 2011

"I Had a Dream" e não gostei nada dele.


Nada estraga mais uma tranquila noite de sono do que uma ou mais sessões de sonhos. Aquele momento em que o nosso conspurcado subconsciente resolve passar curtas metragens com cenas que era suposto terem sido evacuadas pela sanita abaixo. Lembro-me de ter estudado que o sonho é uma manifestação, um escape de pensamentos e aflições que nem sempre julgamos ter na nossa cabeça, no risco de se transformarem em traumas caso não sejam libertados. Tudo bem, se é para evitar o meu internamento antecipado no Júlio de Matos, aplaudo de pé todas as sessões de cinema que acontecem na minha almofada, mas ultimamente o meu subconscy (é o nome carinhoso que dou ao coiso, já que tenho de viver com ele, prefiro tratá-lo com afectos) tem produzido mais filmes que a indústria de Bollywood e pior, sem actrizes que pareçam a Jasmin do Aladino. Numa altura em que se fala de crise no mundo cinamatográfico, que não se fazem mais filmes de encher as medidas da roupa da Simara, aposto que eu e o meu subconscy conseguíamos dar a reviravolta que o cinema precisa. Burton, Spielberg, Woddy, Eastwood, prestem atenção à riqueza das informações que vos vou fornecer. E olhem que eu nem sempre estou assim tão bem-disposto:

Imaginem, estou dentro de um castelo no meio do mar à procura de um tesouro de piratas, tipo Fort Boyard, quando me apercebo que tinha sido atraído para lá por uma serpente do tamanho de um elefante que me persegue pelos corredores sibilando só para me assustar porque no fundo só gosta de tofu. De repente tropeço e entro num tudo de esgoto gigantesco e fico subitamente vestido com as roupas do Super Mário e tiro do bolso um cogumelo verde com olhos para comer como se fosse uma barra de cereais. Oiço ao longe o barulho da água a correr nos tubos, primeiro vejo um pequeno fio, mas percebo que está prestes a aparecer uma avalanche de lama para me afogar. Eis que começo a conversar com uma ratazana que por lá passava que me disse que não valia a pena correr porque o despertador estava avariado e ele tinha queijo para o pequeno-almoço e não estava disposta a partilhá-lo. Faz-se luz e percebo que afinal estava dentro de uma instalação de arte junto a um parque onde a minha amiga da 1ª classe está a passear os nossos filhos gémeos com tentáculos azuis com os quais apanham esquilos e os esmagam como nozes. Entretanto descubro que moro numa casa na árvore mas que ao entrar nela transforma-se logo num grande apartamento T3 com espaços amplos e jardins e piscinas interiores e exteriores e surpresa, também existe uma praia e um campo verde cheio de flores amarelas e roxas. Uma espécie de mistura entre Pequenos Póneis e Pequenas Sereias, mas em pior. Na cozinha encontro a minha mãe a preparar uma sopa de feijões mágicos que ela sabe bem que eu não gosto, mas acaba por me obrigar a trepar o feijoeiro que entretanto brota do meu prato para eu ir buscar o véu da noiva que está a vestir-se no meu quarto enquanto o noivo anónimo está a jogar golfe no campo de golfe que apareceu vindo sei lá de onde. Puxo os meus suspensórios e digo, com um olhar reprovador, ao meu vizinho que isto de andar a ler revistas cor-de-rosa tem de parar senão vou ter de chamar a polícia e ele sabe bem que desde que andou no tráfico de M&M's que está em prisão domiciliária e não convém meter-se em mais sarilhos. Isto tudo enquanto continuo a trepar o feijoeiro que entretanto se transforma numa plataforma de mergulho e eu visto o meu fato-de-banho e preparo-me para saltar, com piruetas, para o mar que está 100 metros abaixo de mim. Vejo pessoas a aplaudir e a gritar por mim e enquanto vou nos meus triplos mortais encarpados vejo na multidão o Harry Potter, mas em sádico, que resolve transformar o mar numa piscina de jibóias. Eu bem tento gritar em queda livre mas fico mudo e ninguém me consegue acudir.


(Mas agora que penso bem, se calhar não estarei a inovar e que isto mais parece o "Scary Movie XVI")


Depois acordo antes de cair no meio dos répteis e tomo a decisão de nunca mais dormir.
Ou de nunca mais comer bolachas de chocolate do Tiago às escondidas antes de o fazer.




Man at tree shaped home
IMAGEM:
© KittenChops/Corbis



3 comentários:

laury disse...

Qual crise no mundo cinematográfico?
Tem-se feito muita coisa boa, ó Pedro.

Pedro Espírito Santo disse...

A crise não existe, eu é que a criei!

Anónimo disse...

Sonho fantástico esse!!!

Plo menos serviu pra confirmar q continuas vivo!!!

dnesa