quinta-feira, novembro 29, 2012

Amsterdam - day 3

Hoje o dia era para comecar novamente na loja da Apple, mas decidi visitar antes a Oude Kerk, a igreja mais antiga da cidade. Pela primeira vez fui brindado com uma simpatia muito acima do esperado, nao apenas comigo mas com todas as pessoas a minha frente na fila, o senhor da bilheteira fez-me mudar um pouco a imagem que fiquei dos nativos. Nos dias anteriores tinha tido experiencias muito desagradeveizinhas com uma senhora no aeroporto e outra no supermercado, as melhores personificacoes da Carol Beer do Little Britain que alguma vez vi. No entanto, para alem dos euros gastos no "queque" do dia anterior, este foi o dinheiro mais estupido que gastei em Amsterdao. Qualquer igreja de bairro em Lisboa bate esta aos pontos.
Hoje foi dia de museus. Queria ver ainda o Rijksmuseum e o Alexandre queria ver o Stedelijk. Nao sem antes tirarmos a fotografia da praxe nas letras do "I AMSTERDAM". Queria ter baixado as calcas e ter posto o rabo no buraco da letra A para ser diferente mas acabei apenas por tirar uma fotografia a praticar o coito com a letra I. Gostei muito de ambos os museus e recomendo. Estou com um problema em identificar os autores de alguns quadros, mas quando publicar fotografias aqui tentarei escrever um titulo assim "Quadros de Monet, Renoir, Manet, Degas, Delacroix e Rembrandt" e depois jogo tudo e voces dois que leem este blogue, tentam brincar ao jogo de identificar a quem pertence cada quadro. Boa? Va, Degas eh facil, tem, sempre bailarinas e cenas do genero.
No resto do dia acho que percorremos todas as ruas da cidade e ainda repetimos algumas porque ja nao sabiamos o que fazer. Claro que o simples facto de passear pelos canais ja parece um bom programa, mas ja estavamos sem ideias para fazer coisas. A viagem perfeita a Amsterdao penso que seria ir ter com alguem que viva la para podermos passear mas tambem viver a cidade como um habitante de la. Portanto, 4 dias aqui, para mim, ja eh demais. E ainda falta o quarto.

Amsterdam - day 2

O Alexandre pifou o telemovel por causa de um "acidente" com um copo de vodka que foi pontapeado e tivemos de comecar o dia logo na loja da Apple. Fiquei surpreendido com a minha capacidade de orientar-me logo ao segundo dia, fui ter a Leidsplein (terei escrito bem? Haviam de me ouvir pronunciar isto, pareco que vou escarrar um gafanhoto) num instante, e a partir dai voltei a ter o meu Ambrosio a conduzir a bicicleta enquanto eu me limitava a tentar nao entalar as nadegas nos ferros da bicicleta. Nao eh a sensacao mais agradavel, mas serviu para passear sem me cansar (muito). Por alguma razao, sobrevivemos. Descobri que nesse dia a Cat Power ia cantar algures e tive pena que o Tiago nao estivesse aqui para viver isso, mas rapidamente soubemos que ela tinha cancelado.
Fomos ao Museu Hermitage onde esta a coleccao do Van Gogh, era a exposicao pela qual mais ansiava e nao desiludiu. Fiquei foi a espera de encontrar a "Starry Night" mas deve estar noutro pais qualquer, preciso pesquisar na internet. Descobri tambem que ele pintava amendoeiras e lembrei-me que calhava bem uma amendoa amarga mas estes apetites dao sempre quando nao da para satisfaze-los. Fui mega rebelde e tirei fotografias a socapa com o telemovel no museu. Agora tenho montes de fotografias desenquadradas ou com reflexos estupidos. Mas valeu pela rebeldia da coisa. Se bem que havia pessoas a tirar fotografias bem a vontade e que ficaram bem melhores que as minhas concerteza.
Foi o dia de nos despedirmos do Rui, metemo-lo no comboio e eu e o Alexandre fomos comer space cakes. Quer dizer, fomos comer um queque de chocolate que custava 6 euros. E depois, em vez de irmos reclamar ao senhor a inutilidade daquele bolo, fomos dormir uma hora para poder aguentar ate o jantar. A idade ja nao perdoa, eu nao era assim. Ao jantar, por uma questao de dinheiros e apetites por comida de plastico, decidimos ir ao Burguer King. Havia dezenas pela cidade mas nos resolvemos demorar amis de meia hora para encontrar um. Ja referi que as ruas parecem todas iguais?
Com fast-food no bucho, fomos ainda a um bar mas dessa vez nao encontrei nenhuma senhora de meia idade que me enchesse o ego e entao fomos dormir para o hostel mega espectacular e foi assim o dia.
 
Ponto.

terça-feira, novembro 27, 2012

Amsterdam, day 1

Pois bem. Comecou a minha viagem pelas Holandas. Nao percebo um chavelho da lingua e esta um frio dos diabos. Logo no eroporto fiz dois amigos, um casal escoces la pelos 60 anos que me ajudaram a descobrir a linha do comboio. A diferenca para eles, è que estavam mais entusiasmados com a viagem e era ja a terceira vez que eles vinham aqui. Achei na minha cabeca que o entusiasmo era para chegar a uma coffee shop. Ou por causa do tempo magnifico, ja que ao contrario da Escocia, aqui nao chovia. Sei que o senhor estava contentissimo a falar sobre o cruzeiro que fez que passou pela Madeira e sobre, adivinhem la, o Cristiano Ronaldo. Quem diria. Ao entrar no comboio senta-se ao meu lado um rapaz que ouviu a conversa toda. Era colombiano, a viver no Saldanha em Lisboa e era dj um bar do Bairro Alto. Nao me falou do Cristy, mas viemos o caminho todo a falar do Falcao, do James Rodriguez e do Jackson Martinez. Obviamente, os melhores jogadores do mundo para ele. E eu so me lembrava da Gloria do Modern Family, va-se la saber porque. O rapaz estava tao entusiasmados como o casal escoces bonacheirao atras de nos, mas da parte dele percebi logo que essa alegria era motivada pelas duas coisas que qualquer pessoa associa a Amsterdao. Que alias, ele ja deve estar habituado la na Colombia, um regresso as raizes, portanto.
O meu hostel... ai, ai... enfim... è triste ser pobre mas o que me vale è que eu nao me importo. Fica logo no centro, numa rua com muito movimento e que, segundo o telemovel, a localizacao mais proxima chama-se Red Light District. Nao faco ideia do que seja. Peguei no mapa e calcorreei a cidade por umas horas ate enviar mensagem ao Rui que estava por estas bandas com um amigo, o Alexandre. Gostei da cidade, è mooooooito castica, com as fachadas lindas de morrer e as casa do res do chao sem janelas, ou seja, em qualquer rua temos um Big Brother numa casa de qualquer habitante normal. Fez-me um bocadod de confusao e de inveja, ate porque as casas sao LINDAS de morrer por dentro, esta gente è de facto dotada de muito bom gosto. Nalgumas janelas inclusivamente vi raparigas em roupa interior que acidentalmente se esqueceram de fechar as cortinas. Acho eu, quer dizer, algumas acenavam as pessoas da rua, se calhar era gente conhecida. Apercebi-me que ha urinois nas ruas mas achei por bem fazer o meu xixi num centro comercial, mas quando me apercebi que era preciso por uma moeda para entrar acho que nao resisti e soltei uma pinguinha. Gosto de dar estes detalhes. Ha muitas lojas a vender coisas de couro, ja percebi que è um material muito apreciado nesta cidade. Isso e lojas com cogumelos, eles sao pelos fungos. Gostei de ver os canais, as pontes e os patos e cisnes e quase fui atropelado 27 vezes, por bicicletas, eletricos e motociclistas. Algumas casas estao de lado. Pensei que estivesse a precisar trocar as lentes ou que tinha comido algum cogumelo fora do prazo, mas afinal as casas estao mesmo de lado. Sao uns rebeldes.
Precisei dormir 1 hora antes do jantar porque ja nao tenho idade para estas coisas. Festejei o aniversario do Alexandre e descobri que ele seria o meu colega e quarto e de passeatas nos 2 dias seguintes.
Para o dia 1 foi mais ou menos isso e eu estou a gastar um dinheirao para escrever isto no computador do bar irlandes do qual o meu hostel faz parte portanto ja chega. Esta a dar Lana del Rey e eu estou a gostar.

Agora adeus, beijos e abracos!

domingo, novembro 04, 2012

As Publicações Foleiras no Facebook segundo a "Sábado" e segundo a humilde sapiência do Peter

Esta semana a revista "Sábado" escreveu um brilhante artigo sobre 10 tipos de publicações que podem ser consideradas foleiras no Facebook. Pois, a minha pessoa, com um recente humor demasiadamente mordaz, não quis deixar passar esta oportunidade para meter a colher no assunto. Aviso com a devida antecedência, antes que comece o ricochete, que eu próprio sou capaz de em tempos ter prevaricado, publicando uma ou outra fotografia ou pensamento a roçar o rafeiro, mas uma pessoa sabe que cresceu quando olha para trás e não se reconhece naquela pessoa que tirava fotografias com o boné de lado ou fazendo gestos mega cool com os dedos. Depois há aquelas pessoas que... enfim, que... coiso.



"Já deve ter lido muitos artigos sobre os problemas de privacidade no Facebook. Possivelmente nem lhes deu grande importância. De acordo com um estudo da Universidade de Coimbra, grande parte dos portugueses nem se preocupa com a privacidade na Internet. Neste caso, no blogue ‘There’s the thing’ de Ben Patterson, a escritora convidada, Caroline Weller, está mais interessada em falar sobre as actualizações que se tornam foleiras. A editora do jornal ‘The Huffington Post’ tenta explicar ao utilizador que o que pode achar engraçado para publicar no próprio perfil, pode perder toda a piada e até ser considerado como de falta de classe por alguns."



"1 - Imagens do seu café da manhã, do almoço e do jantar não são para estar no Facebook e, se quer publicar algo sobre a sua última refeição, certifique-se de que é algo informativo, divertido e, claro, propositado"


É que não há paciência. Tem dias em que quase conseguimos fazer o cálculo das calorias ingeridas e toda uma análise qualitativa dos repastos preparados. Quando são refeições caseiras, geralmente são para se gabar dos dotes culinários que nem existem porque o mais provável é que tenham feito pela primeira vez alguma coisa que viram no programa da Nigella. "Olhem para mim, tão sofisticado". Sabem o que seria divertido e diferente? Publicar fotografias do antes e do depois. Tipo, em modos cocó. 
Quando as refeições são fora de casa, o conceito consiste em informar o mundo de forma subtil, o local onde estão alapados através de algum elemento na fotografia, locais esses, sempre chiquérrimos, porque não interessa publicar fotografias dos croissants do café do Pingo Doce. 
Neste segmento apenas são aceitáveis fotografias tiradas às incursões gastronómicas do Pedro, não pelo requinte da coisa (até porque a única coisa que me acerta sempre é cozer massa), mas pela alta probabilidade dessa poder ser a última refeição que farão. Para sempre.

"2 - Fotos de grupo com os pés a formarem um círculo. Esta parece ser a última tendência no Facebook, de acordo com Carolina Weller. Para a editora, pode parecer divertido mostrar as sandálias novas mas, na maioria das vezes, tudo o que se vê são os “dedos de salsicha e o verniz lascado”.

Confesso que este tipo de publicações não dominam os murais dos meus amigos, mas eu aproveito para introduzir uma temática semelhante: as fotografias de pés na praia. Esse flagelo da sociedade, pelas mais variadas razões. Reforço os "dedos de salsicha", mas gostaria de mencionar as depilações mal feitas, as unhas por cortar e em última instância, a infelicidade de terem ido para a praia sozinhos e por essa razão, terem de tirar, a si próprios, uma fotografia em que apenas aparecem pés, areia e mar. Para além de toda a falta de sentido estético da coisa, todos aqueles que publicam fotografias destas na praia em momentos em que estamos fechados nos nossos locais de trabalho, deviam ser queimados em praça pública.
"3 - Mensagens enigmáticas (ex: “Estou em choque!”)

Isto incentiva mais os revirares de olhos do que comentários e pode mesmo fazer com que fique mal visto no seu grupo de amigos"


Para estas pessoas, um tabefe bem dado nas trombas. Não é que as pessoas não saibam explicar ou descrever a coisa que lhe está a acontecer. É mais pela urgência desmesurada de comunicação com outro ser vivo que tenha um perfil no facebook. Detesto pessoas carentes que o demonstrem em praça pública e implorem por mensagens e "likes". É como se pedissem "Por favor, comentem para eu poder explicar o que se passa". Estas pessoas geralmente apenas têm amigos virtuais e perdem a virgindade aos 40.

"4 - Um ícone emotivo quando presta condolências a um amigo que está de luto

Um simples :( não é a melhor forma de prestar o seu respeito. Convém fazê-lo pessoalmente ou com o uso de palavras, de forma cuidada"


Já ouvia dizer, se não temos nada de relevante para dizer, mais vale ficarmos quietinhos. E sobretudo não colocar "Gosto" neste tipo de publicações, nunca se sabe bem com o que estamos a lidar. Eu pelo menos acho que é capaz de ser deselegante dizer que gostamos na notícia que o cão fugiu de casa, que tivemos um acidente de carro ou que nos morreu a Avó. 
"5 - Calão de Internet em demasia...

...Como “LOL” e “LMAO”. Um “LOL” usado demasiadas vezes pode fazer com que os seus amigos deixem de fazer comentários ou enviar mensagens"

Já não sei o que dizer, e apesar de estar com cara de carneiro mal morto, vou pôr "LOL" para as pessoas perceberem a minha alegria contagiante que não tenho, na realidade. Típico de quem é pobre de vocabulário. Agradece-se que se ofereçam livros a estas pessoas pelo Natal.
"6 - Muitas fotografias em que está claramente embriagado

Todos nós gostamos de uma ‘happy hour’, mas tenha cuidado com as fotos que publica. Se tiver fotos a mais onde segura uma fatia de limão ou um adereço ridículo, que possivelmente comprou a um vendedor de rua, o melhor é começar a apagar ou tirar a identificação da imagem"

Tiaras, óculos gigantescos, colares que brilham e outros adereços que se vendem no Bairro Alto estão proibidos. É só parvo. E se por acaso se lembrarem de publicar alguma infame fotografia em que eu apareça igualmente embriagado, é bom que a tornem privada, percebem? 
"7 - Publicações de pensamentos muito pessoais

Pergunte sempre a si mesmo se quer realmente anunciar um pensamento super secreto ou uma confissão profunda para todos os seus amigos, familiares e colegas de trabalho no Facebook. Claro que pode sempre excluir um post, mas quando se trata desta rede social, “mais tarde é sempre tarde demais”.

São pessoas que não se contêm. A informação jorra em jactos pela boca fora. Guilty.
"8 - Viagens sobre a sua última causa

O activismo está por toda a parte no Facebook. Se quiser transformar o seu perfil num palco virtual ou criar uma página para a sua causa favorita, força. Mas escrever algo como "Eu sei que 97% de vocês não vão passar o presente, mas os meus amigos verdadeiros vão" não é muito convincente e torna-se manipulativo e detestável"


Mais um exemplo de quem merece uma chapadinha nas bochechas. Eu recuso-me a propagar este tipo de informação, nem que prometa 0,05 cêntimos por cada partilha. Sim, porque todos sabemos que isso é realmente fidedigno. Ainda para mais, é petulante as pessoas assumirem que uma alta percentagem dos seus amigos não vão ligar nenhuma a uma causa que consideram extremamente importante. É caso para dizer que precisam de arranjar amigos novos.
"9 - Fotografias tiradas com um telemóvel a si mesmo a fazer beicinho para um espelho.

Estas fotografias tiradas a si próprio podem parecer-lhe arte, mas tudo o que os outros vêem é alguém que está sozinho, numa pequena casa de banho, a tirar fotos. Pior ainda, as suas imagens mais reveladoras podem ir parar aos cantos mais sórdidos da Internet e boa sorte para as retirar de lá. Uma dica: não o faça"

Um clássico. Fotografias apenas com a toalha enrolada à cintura. Rapazes a levantar discretamente a t-shirt para se ver os músculos abdominais. Raparigas a espremer quanto mais podem as mamas para parecerem maiores. Uma dica: é natural que quando nos esforçamos muito para ter um corpo fabuloso no ginásio e fazemos uma alimentação controlada que fazemos questão de partilhar com o mundo em fotografias anteriores, sintamos necessidade/vaidade em mostrar ao mundo. É legítimo. Mas para isso, tentem fazê-lo de forma discreta. O 'show-off' é repelente. Publiquem uma fotografia na praia com amigos ou que não tenha sido tirada com o braço esticado. Não soa tanto a desespero. E já que falamos de praia, por favor, evitar fotografias deitados na areia molhada com a água a bater e com um olhar sedutor. A pose "Pequena-sereia" só fica bem à Beyoncé e, lá está, à Ariel.

Já agora, esqueceram-se da razão nº 10, mas deixo-vos com uma fotografia dos meus pés. Só porque me apetece e porque os tinha lavados.