Mais um Natal, mais uma noite do Mercado no Funchal. Tentei combinar com diversos amigos, mas ouvi de volta um argumento comum: "Se for contigo, vais desaparecer a meio da noite". À primeira, achei um impropério, à segunda fiquei a pensar no caso, à terceira tive de assumir que era verdade. Não tenho culpa de ser uma pessoa extremamente sociável e de todos me quererem cumprimentar. E toda a gente sabe como me comporto quando me puxam pela língua, sou capaz de demorar meia hora só para responder à pergunta "Estás bom?". Enfim, vidas. Por esse motivo, decidi que neste Natal seria mais fácil ser encontrado. Comprei um Nemo, que foi baptizado de Luigi em homenagem ao que se encontra por terras londrinas, e amarrei-o às calças. Passou a noite a sobrevoar as ruas do Funchal e a bater nas caras das pessoas por onde passava. Foi uma tarefa árdua mantê-lo vivo a noite toda, mas sobreviveu e está cheio de saúde. Partilho agora as fotografias com as pessoas com que eu e o Luigi posámos ao longo da noite. Sim, eu sou um parvo, mas divirto-me imenso.
Norberto, Julianinha e Leonor na primeira rodada de poncha. O Luigi estava ainda reticente em participar na empreitada que eu lhe reservara.
Daniela, Leonor, Rui e Duarte, a preparar a chegada da segunda poncha. O Luigi foi coagido a participar nesta fotografia.
Com a Fabiana o inacreditável foi apenas termos tirado três fotografias. Ela já não é a mesma...
A Sandra com um bonito chapéu de Pai Natal versão Paula Bobone.
Na terceira poncha já via a dobrar e o Luigi já fazia photobomb.
Era oficial, à quarta poncha, já estava tudo de pernas para o ar e o Luigi já mostrava o rabo à câmara.
A Lídia e a Natacha a esta hora estão a pensar se as histórias que lhes contei já alcoolizado eram ficção ou realidade.
Olavo, Rircado e Rui, uma divertida mistura dos sotaques madeirense e portuense.
Aquela altura em que já tiramos fotografias com pessoas que não conhecemos e que querem à viva força ficar com o Luigi, à força ou pagando. Mas o Luigi não tinha preço.
Luigi Júnior gosta de "ficar a ver". Mas a Laura acorbardou-se e não me beijou porque sabe bem que os meus beijos de bêbado não são verdadeiros.
Depois há aquela altura em que podem enfeitar-nos como árvores de Natal e só nos apercebemos disso quando descarregamos as fotografias para o computador.
Sofia Isabel, porque os últimos são sempre os primeiros, lá nos encontrou no meio da multidão e fomos enxugar o álcool no bolo do caco com chouriço.
Eis a prova de que o Luigi foi o melhor GPS que podia ter tido na noite do mercado, foi assim que Laura Sofia me encontrou. Claro que ele também serviu como forma dela me evitar, tipo "FUJAM, O PEDRO ESTÁ VINDO PARA CÁ". Eu sei que isso aconteceu.
Hoje o Luigi repousa calmamente na sala de estar dos meus pais de onde vos escrevo, e está a olhar para mim com um olhar de inequívoca felicidade porque sabe que neste Natal há bacalhau e não peixe-palhaço para o jantar.
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