Bem... Por onde começar...
Sendo que aqui o diabético não ia ao ilhéu desde dia 7 de Fevereiro de 2008, derivado dos preços exorbitantes das viagens por alturas do Natal, esperei por uma altura cujos preços combinassem melhor com a minha rota algibeira. Ainda assim, para alguém que trabalha 6 dias por semana e que tem apenas o Domingo para descansar de uma directa, tornava-se um pouco complicado arranjar um espaço na agenda. Pois bem, teria de faltar ao trabalho. Permissão concedida (apesar de ser póstuma à compra do bilhete) e já estava pronto para abalar. Ou quase.
Rúben Borreicho, de férias da faculdade, acompanhar-me-ia no regresso à ilha. Agora passo a contar-vos a nossa odisseia até à Pérola do Atlântico.
1 - Pedro e Rúben dirigem-se ao aeroporto com as mochilas mais cheias de todos os tempos, derivado que compraram uma passagem sem mala de porão para ficar mais barato.
2 - Fazem o check-in nas calmas, seguido de uma sessão de raio-X onde Rúben é investigado de cima abaixo pelas autoridades devido ao alarme que soou aquando da sua passagem pela porta.
3 - Pedro vê-se obrigado a abrir a bolsa por acharem que estava na posse de um objecto não identificado, quando no final de contas, eram apenas moedas.
4 - Pedro e Rúben olham para o computador do raio-X e vêem uma pistola dentro de uma bolsa, mas afinal era apenas a brincalhona da senhora. Slap!
(para abreviar, "P" significa Pedro e "R" significa Rúben)
5 - P e R sentam-se comodamente no avião da Easy-Jet que os ia levar. R do lado da janela, para poder assistir mais de perto a toda a aventura.
6 - Os sinhores da Easy-Jet demonstram todas as regras de segurança a seguir em caso de acidente. P ficou surpreendido como a Eay-Jet contrata pessoas tão feias e as veste com roupas laranja que ferem as normas do bom gosto e a visão dos passageiros. P e R descobrem que existe um escorrega de emergência e ficaram momentaneamente entusiasmados com a sua utilização, apesar de acharem que a água do Atlântico ainda está muito fria nesta altura do ano.
7 - Já perto do arquipélago, P quase que se atira da janela ao ver o Porto Santo a chamar por si.
8 - P explica a R que todas as ovelhinhas no mar são por causa das baleias, mas R não parece cair na esparrela.
9 - Enquanto passavam por um poço e ar, P alerta R para se preparar para as famosas aterragens no aeroporto do Funchal.
10 - O avião desce e já próximo da pista, onde nos era permitido ver as pessoas dentro das suas casas a fazer coisas, este resolve cair num poço de ar e volta a empinar o bico para os céus.
11 - Avisam os passageiros que é uma situação normal e que vamos tentar aterra de novo.
12 - P e R acham imensa piada e começam a brincar "Ahaha, daqui a pouco ainda vomitamos com a turbulência, ahahah" e resolvem abrir os sacos para o enjôo. R não consegue abrir o seu derivado que está colado com pastilha elástica. Com P sucede o mesmo e ambos desmancham-se a rir desalmadamente, como se fossem patetas alegres, porém, prestes a borrarem as calças com o nervoso.
13 - O avião tenta aterrar novamente, mas de repente o comandante lembra-se que ainda tínhamos mais paisagem para ver e levou-nos até perto das Desertas, só para ver se avistávamos algum lobo marinho. Passámos ainda ao largo do Funchal, proporcionando uma vista aérea de partes da ilha nunca antes vistas pelos passageiros.
14 - R abre uma revista numa página com um Senhor parecido com Jesus e coloca na janela para abençoar o vôo.
15 - P pensa seriamente se quer aquilo para a sua vida, passando-lhe pela cabeça a possibilidade de enveredar pelos comboios.
16 - O comandante diz-nos que vamos aterrar no Porto Santo e P, ao contrário de todos os outros passageiros, rejubila com a perspectiva de aterrar na ilha dourada e lá permanecer, tipo bónus por ter voado com a Easy-Jet.
17 - Entretanto a menina do lado encolhia-se quanto mais podia na sua cadeira.
18 - Aterrámos no Porto Santo e sente-se o avião todo a expirar de alívio.
19 - P ansiava pela notícia de um hotel com tudo pago, mas avisam que se alguém quisesse ficar lá, teria de pagar tudo do seu bolso.
20 - Avisam-nos que vamos voltar para Lisboa e algumas pessoas desistem e preferem ficar por sua conta.
21 - R tira uma fotografia pela janela (já que não deixaram ninguém sair) para poder dizer que já esteve no PXO.
22 - Na Madeira, a surpresa da Helena de esperar por P e R vai por água abaixo.
23 - Às pessoas cheias de fome e prestes a voltar a Lisboa, é-lhes servido um copo de água, tendo de pagar se quisessem comer algo mais.
24 - P contorce-se de fome, mas aguenta só para não dar dinheiro àqueles "unhas de fome".
25 - Os passageiros rogam pragas à companhia ao saberem que estão aviões a aterrar na Madeira e juram nunca mais voar naqueles aviões.
26 - P e R tentam dormir até a aterragem em Lisboa.
27 - Chegados ao aeroporto da Portela, P e R preparam-se para reclamar quanto mais podem.
28 - Antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, jogam-nos para debaixo dos narizes uma folha que dá acesso a hotel para a noite e transporte. Aproveitando a onda de simpatia, pedem para alterar a passagem de regresso para o avião da tarde em vez do da manhã, ao que a senhora acede prontamente. Acabaram de poupar uns trocos com isso.
29 - No hotel, mataram o bicho da fome no restaurante, jantar patrocinado pela Easy-Jet e usufruiram do Hotel como se tivessem vindo passar férias a Lisboa.
30 - Acordaram cedo, foram para o aeroporto, R teve de tirar o cinto novamente e P de abrir a mochila com as suas moedas suscpectíveis de causar um atentado.
31 - O avião levantou vôo já com P ferrado junto à janela e aterrou suavemente no aeroporto do Funchal.
FIM.
PS: Posts deste tamanho causam-me sarna.