quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Conversas Numa Noite de Verão


"Nessa inebriante noite de verão onde te encontrei embriagado, e sei que não apenas pelo álcool, sorvi tudo o que me disseste com uma atenção e avidez que não costumo oferecer a pessoas que não conheço bem. Ouvi-te, descobri-te, descobriste-me. Senti-me invadido pelas tuas certezas acerca de mim, ousadas, certeiras. Como se me tivesses conhecido desde sempre, esbanjaste palavras pouco vãs, fazendo-me sentir demasiado previsível. Mais do que eu julgava ser. Mas além disso, sinto-te atento, observador e muito sábio, não inventaste o que disseste, leste em mim o que passa despercebido a muitas pessoas. Talvez por isso te tenha revelado os meus sonhos de "histórias de encantar" onde tudo se desenrola em cenários idílicos e termina, fatidicamente, muito bem. Opuseste-te a isso, talvez tenhas detectado em mim algumas reticências em relação ao que eu dizia, como se eu o dissesse apenas para tentar me convencer disso. Mas não, era mesmo a minha faceta mais frágil, pura e sincera a falar com alguém que nem conhecia assim tão bem. Gosto de acreditar que, como me dizias uns tempos depois, há sempre um raio de luz, uma esperançazinha escondida.

Quero-te bem, tanto ou mais me desejas bem.

Aguardo novas conversas entre copos, danças e risos sinceros. Faz-me bem a tua magia, sabes?"

4 comentários:

Sof disse...

Sei

Rute disse...

=)

Anónimo disse...

lindo...

beijinho grande para o pedro!!

helen garden

Anónimo disse...

Há noites de Verão que efectivamente nos ficam na memória. Há noites em que “aos estranhos” dedicamos a palavra e consequentemente a mútua nudez. Mas serão eles efectivamente estranhos ou serão corpos de alguma forma pre-destinados a encontrarem-se?
Uma vez alguém me recordou o poeta que dizia “Não existem passos divergentes para quem se quer encontrar.”.
A pessoa de que falas terá certamente sentido o arrepio disso mesmo, nessa exacta noite.
O frio na pele, que mesmo numa noite quente de Verão, nos faz perceber que estamos a nu. Da mesma forma com que sorveste as palavras do outro, que “embriagado”, partilhava essa noite, também ele de uma forma absoluta sorveu cada fragmento de ti.
Esse corpo adormece hoje mais rico, na certeza de que o medo do segredo ou do adjectivo da forma, vive calmamente num caleidoscópio de prazer e querer bem.
A magia é, claramente tua… tanto mais com a imagem com que pigmentas este texto.

Quero-te também bem.

Aguardarei então essas novas conversas, danças e risos sinceros… sendo que a mim a tua magia, às vezes me perturbe, outras também me faça bem.

Mas a certeza é sempre a mesma. És incrível e tanto mais na soma de todas as tuas partes com que consegues colorir o todo.