Hoje temos vacas roxas da Suíça, Pirâmides perfeitas do Sr. Ambrósio e animais marinhos da Bélgica. Temos também Ovos cheios de surpresas, chocolates para depois das 20h e até discussões a propósito do último Mon Cheri. Amanhã temos diabetes.
Estou chocado com as imagens que chegam da minha Madeira. Entristece-me tanto ver a destruição das águas, as pessoas em pânico e as já 32 mortes confirmadas. Revoltou-me a indiferença de quem julga que a Madeira é uma ilha africana. Revoltou-me o facto de já andarem a procurar culpados e as guerras políticas que se assistem antes sequer de se tratar do que precisa ser tratado.
... poupava todos os meus tostões para poder comprar cd's. Era quase um fanatismo. Fazia listas de cd's que queria comprar que chegaram a ter à volta de 70/80 e ordenava-os todinhos pela ordem de compra. Aumentava alguns álbuns à lista mesmo só conhecendo uma música e sabia tão bem chegar a casa, rasgar o plástico envolvente com uma avidez desmedida (ainda hoje sinto um prazer especial nessa parte) e pôr o disco a rodar do princípio ao fim, não sem antes ouvir umas três ou quatro vezes o hit do momento que me fizera comprar o álbum. De tanto ouvi-los, já começava a cantarolar a música seguinte mesmo antes de começar a tocar. Ficava possesso quando os livrinhos não traziam as letras das músicas, porque adorava ficar a lê-las enquanto rodavam na aparelhagem, mas quando traziam um poster da banda ou do artista, ía à lua e vinha. Nessa altura, quando os cd's estavam a surgir em força, ainda tínhamos muitos rádios com cassete lá por casa e por isso, gravava os cds em cassetes para poder levar para todo o lado. Aliás, inicialmente tinha um Walkman, não um Discman. Hoje em dia tenho iPod, até assusta a velocidade da evolução da tecnologia. Não tendo dinheiro para comprar cd's com frequência, comprava cassetes e ouvia muita rádio e logo que começava uma música que eu gostava, lá estava eu no "REC" para gravá-la, esperando que o locutor não falasse pelo meio da música. É bom relembrar esses tempos. Tenho saudades.
Hoje em dia arranja-se tudo na internet. Perdeu a piada todo este facilitismo. Já não me lembro da última vez que comprei um disco, mas sei que mal tenha oportunidade, volto a comprar discos e mais discos, organizando-os por ordem alfabética como sempre gostei de fazer.
Ontem já não contei, mas também não cresceram muitos mais trevos do 2º para o 3º dia. Já começam a ganhar altura e tenho de mudá-los de posição de vez em quando senão ficam todos tortos, apontando desesperadamente em direcção à luz. Ainda não desenvolveram as 4 tão desejadas folhas, mas é mesmo bom que se despachem porque vou precisar de arrancar um para levar sempre comigo na carteira. Hei-de precisar de alguma sorte (ok, e muito trabalho) para conseguir hoooooras no meu futuro emprego. De falar nisso, acho que não devia estar aqui a escrever isto. Vá, vou fazer-me à vida.
Terminou mais uma edição dos Ídolos, ganhou o Filipe, se é o melhor, não faço ideia. Não era o meu preferido, mas canta muito bem também. Também não votei, portanto não posso tecer considerações sobre justiças ou injustiças. Ponto negativo, foi sem dúvida a edição mais fraquita, ponto positivo, fiquei supreendido pela cultura musical de muitos dos concorrentes que arriscaram cantar músicas mais alternativas ou pouco conhecidas. Pequeno problema, não sei o que fazer agora nos serões de Domingo. Quer dizer, sempre posso voltar a dedicar-me ao Singstar e à Banda da Sala de Estar, afinal de contas acabei por me esquecer das minhas inegáveis qualidades enquanto artista que ainda estão para ser descobertas. De falar em artistas, está a passar aqui em baixo na Rua da Madalena, neste preciso momento, um grupo que deve ter desfilado no Carnaval, com tambores e instrumentos afins que conseguiu passar do Bailinho da Madeira para o "Você não vale nada mas eu gosto de você" num piscar de olhos. São momentos como este que me enchem o dia e me fazem realmente acreditar que um dia também vou ser um artista. E adoro a forma como começo a falar de uma coisa, mas de repente mudo de assunto e depois acabo por me esquecer do que estava a dizer, se bem que aqui basta ler o que está em cima.
Pronto, termino agora com os vídeos de algumas das melhores actuações nos Ídolos, na minha modesta opinião, claro.
De 4 rebentos passaram a 19 e pelo andar da carruagem amanhã já será mais difícil contabilizar as sementes germinadas. Continuo debruçado na lata todas as vezes que vou à casa-de-banho, (sim, eu planto coisas nessa divisão da casa) e torna-se complicado perceber ao certo quantas ervas estão a sair da terra porque com tanto espaço para se desenvolver, resolveram crescer em cima umas das outras em vez de se distribuirem de forma equilibrada, facilitando dessa forma o meu trabalho. Teimosos logo à nascença, isto há-de ser giro na adolescência.
"Sempre que o curso da vida do homem é governado pelo acidente, ele torna-se mais supersticioso"
No último Natal o presente mais original que recebi veio (mais uma vez) directamente de Viena. Com uma pontaria certeira, fui ofertado com uma lata com trevos de 4 folhas, não fosse eu o taradinho que se debruça nos canteiros sempre à procura de algum com problemas genéticos. Sim, sou um pouco supersticioso e tendo em conta a onda de acontecimentos menos bons que me têm assolado nos últimos tempos, sejam as conjuntivites sucessivas, os empregos fracassados, a contínua luta contra a falta de recursos na minha conta bancária e uma ou outra situação de saúde, dei por mim a tratar desta lata como se de um filho se tratasse. E eis que após uma semana de constante vigília, dei conta dos primeiros trevos a desabrochar. A partir de agora a máquina fotográfica vai disparar todos os dias para acompanhar o crescimento das ervas, muitas vezes consideradas daninhas. Já vêm 4 a caminho!
Já quis ser cavaleiro para andar a cavalo, mergulhador para ver o fundo do mar e mineiro para encontrar ouro. Acabei por estudar Educação Física na esperança de trabalhar numa escola e ter uma carrada de putos a quem dar ordens. No entanto, desde pequenino que já agia de forma subconsciente na perspectiva de engordar as gerações vindouras para depois tê-las como clientes num ginásio. Era uma aposta no futuro e agora chegou a hora de começar a colher frutos desse investimento. Obviamente, com uma roupita mais apropriada.
Já não tenho piada nenhuma. Tornei-me um chato do caraças e troquei a minha mente fértil por uma quinta virtual que está a atrofiar o meu cérebro. Este blogue está a precisar de uma desfribilhação.