domingo, agosto 31, 2014

O Meu Nome é Pedro e Um Dia Serei Treinador de Futebol (só tenho de mudar o nome para Pedroncil Andradiano)








Um dia que eu tenha muito, muito, muito, muito dinheiro e não souber onde o gastar, compro uma equipa de futebol e contrato jogadores com nomes destes e passo 90 minutos a rir-me ininterruptamente com o relato. Já imagino o Marafona a repor a bola em jogo para o Fransérgio que rapidamente troca a bola com Boubacar Fofana que faz tabelinha com o Valkenedy que centra para a área onde o Rabiola domina a bola com o peito e desmarca o Minhoca que fuzila o guarda-redes com um pontapé certeiro. Tem tudo para dar certo.

sexta-feira, agosto 22, 2014

PES Agricultor - O Hibisco da Sé Antes e Depois das Férias





Duas semanas e o meu hibisco lindo comprado na Rua Garret que dava flores novas todos os dias virou isto. Faltou o meu amor, eu sei. Estou a tentar reanimá-lo a ver se ainda responde ao chamamento, pelo menos até chegar o INEM.
O que é suposto fazer agora? Chá?


quinta-feira, agosto 21, 2014

Notícias do Paraíso X



Uma das horas mais tristes do ano é quando chega a hora da despedida do Porto Santo e das férias em família. Feito o balanço, estas foram sem dúvida umas férias maravilhosas com a melhor família do mundo, no melhor lugar do mundo! 
Com tanta piada que me foi feita no último mês por causa de um dos meus apelidos, fica aqui a minha real definição de "Banco Bom" e "Banco Mau", cheia dos melhores Espirito Santos que se podem encontrar em Portugal e arredores e que insistem em brincar aos pobrezinhos sabendo que a maior riqueza está nestes momentos em conjunto pelos quais ansiamos todo o ano.

Muito obrigado por tudo!

domingo, agosto 17, 2014

Notícias do Paraíso IX


Ontem saí à noite. Foi a saída do ano, não por ter sido a melhor noite de todos os tempos mas porque provavelmente será a minha única saída para bailar em 2014. Foi muito divertida principalmente para as pessoas que eu perdi a meio da noite. Elas param para falar com todas as pessoas que conhecem e que não conhecem, não entendo. E esta nota de 5 euros chegou assim a casa, o que se passou dentro do bolso só ela poderá dizer. 
Hoje talvez faça mais uma presença. Aceito caipiroskas como pagamento, vendo-me baratinho.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Notícias do Paraíso VIII


Hoje eu estava muito quietinho a tomar o café habitual junto à praia quando fui interpelado por este senhor que eu acho que já tinha visto antes. Ele insistiu em tirar uma selfie mas eu disse que não gosto de fotografias com o braço esticado e ele fez beicinho mas entendeu. Nota-se que ele ficou feliz e eu como também fico feliz com a felicidade dos outros sorri para a fotografia. No fim pediu um autografo e tive de lhe perguntar quem era. Disse que era meu primo afastado e que seguia o meu blogue regularmente. Disse ainda que se não fosse um comício que ele fez no Porto Santo há mais de 30 anos os meus pais não se tinham conhecido e eu não existia. Fico feliz por saber que sou fruto de um amor partidário. Só por causa disso hoje uso os meus calções cor-de-laranja.

quarta-feira, agosto 13, 2014

Notícias do Paraíso VII


A Gorda quer uma batata frita e faz o melhor que sabe para consegui-la. 
Sinto-me manipulado mas não posso ceder. 
Sou eu contra a Gorda...

E aqueles olhinhos cor de avelã...

Meigos...

Piedosos...

Pronto, ganhaste. Mas temos de parar de brincar a estes jogos senão os teus donos dão-me com o jornal no lombo.




segunda-feira, agosto 11, 2014

Notícias do Paraíso VI


Recebi uma prenda de aniversário atrasada. A Daniela, sempre atenta ao que se passa na minha vida, mandou personalizar esta t-shirt. Conseguiu imortalizar a minha pessoa, a lambreta, o gato do Túnel do Campo Pequeno com as patas partidas e a lendária expressão do César Mourão quando encarnou a Irina, a personal trainer, o "Pumba na Irina", irremediavelmente associada a verões passados da Vila Palmeira. Com esta prenda a Daniela elevou a fasquia das prendas personalizadas e arrecadou o galardão "Pumba na Irina". Isto não é para meninos. 

P.S: Pumbámos na Irina e nos restantes adversários hoje de manhã no paddel, só por causa das coisas.


domingo, agosto 10, 2014

Notícias do Paraíso V





Na Vila Palmeira a preparação de qualquer refeição é sempre uma tarefa complicada. Não para mim que eu não sou um mestre de culinária e se me incluíssem na lista de cozinheiros iam ser todos corridos a pizzas do Pingo Doce. Para bem de todos, mantenho-me apenas na lista da limpeza da loiça. 

Numa mesa improvisada com portas antigas para caber toda a família, a confusão é inevitável, o primeiro a servir-se de água, sumo ou vinho acaba por ter de servir todos os outros. Há pratos e copos a passar de um lado para o outro na mesa, pessoas a repetir quando outras ainda estão a começar a refeição, todos falam ao mesmo tempo mas todos se entendem. Um corta o pão, outro passa a manteiga, outro deita os talheres ao chão, outro lembra-se que não tem guardanapo, outro vai buscar mais uma cerveja.
Uma coisa é certa, todas as noites na Vila Palmeira temos os melhores jantares do mundo. A razão: estamos em família.

sábado, agosto 09, 2014

Notícias do Paraíso IV



Passamos o ano inteiro a viver com rotinas e esperamos que cheguem as férias para terminá-las. Pois o que eu espero das minhas férias no Porto Santo é precisamente a rotina. A rotina de acordar e tomar o pequeno almoço com a família, ir jogar paddel, ir ao café ao final da manhã e jogar-nos do cais nesta água quente e transparente. E é a melhor rotina do mundo.






Notícias do Paraíso III


A julgar pela minha sorte ao jogo é bem provável que eu seja a pessoa à face da terra com mais sorte no amor. Fui completamente aniquilado. O comité de boas vindas está obviamente demitido. É uma decisão irrevogável.

Notícias do Paraíso II


Resolvi levar a Gorda aos banhos. Este ano estou mais louro que ela e acho que ela não suporta isso. Talvez por isso, e à falta de quedas na lambreta, ela resolveu fazer-me uma tatuagem. Só para mostrar quem manda.

Notícias do Paraíso I


Uma pessoa diz ao mundo que tem saudades das férias em família no Porto Santo e que vai ser tudo lindo e maravilhoso e mal chego olho para o frigorífico e tenho uma bela prenda: sou o próximo elemento a lavar a loiça. 
Deixo de usar a agenda do trabalho para ter uma agenda de limpeza. Se vou ser criada, serei malcriada. Sou tão maltratado.
Que desagradável.

quinta-feira, agosto 07, 2014

A Caminho do Paraíso


Dentro de uma hora estarei a descolar em direcção ao Porto Santo. O sítio onde os dias correm devagar, onde não se olha para o relógio, onde não há horários para cumprir. O sítio onde o mar é transparente, calmo e apaziguador. O sítio onde os problemas não existem e a maior preocupação é saber o que vai ser o jantar do dia seguinte. O sítio onde a família se reúne e partilha momentos, mergulhos, cervejas e copos de vinho debaixo das árvores da Vila Palmeira. 

Sim, estou a regressar a casa.

quarta-feira, agosto 06, 2014

Um dia destes vou ser emigrante em Coimbra


Ponho a minha vida em perspectiva quando começo a perceber a quantidade de amigos meus que estão emigrados. 
Só na semana passada recebi uma encomenda da Sílvia que foi viver para Hamburgo e um postal da Ana que foi para Limerick, uma cidade irlandesa que eu desconhecia até à data. Infelizmente nenhuma delas escolheu essa cidade por ser o seu sonho de criança.
Assim de repente, e contando que me vá esquecer de alguns:

  • A Sílvia em Hamburgo;
  • A Ana e o Bruno em Limerick;
  • A Nádia em Berlim;
  • A Vanessa em Munster, Alemanha;
  • O Rúben, o Marcos e o Luís em Londres;
  • O David em Edimburgo;
  • A Sara algures na Holanda;
  • A Márcia, a Olívia e o Igor na Noruega;
  • O Diogo em Barcelona;
  • A Rafaela em Palermo;
  • O Nuno em Angola;
  • A Lucília, o Nuno e mais uma mão cheia de conhecidos no Dubai;
  • A Nina na Suiça.
Alguns por opção, outros por vicissitudes da vida, a verdade é que estão longe e a maior parte deles em busca de uma vida melhor que este país empobrecido e embrutecido não oferece. Cada vez que sei de um amigo que vai para fora do país sinto uma confusão de sentimentos na barriga e na cabeça. Não sei se é suposto ficar contente por eles irem em busca de um ordenado que lhes permita viver uma vida mais aproximada daquela que desejam, se é suposto ficar triste por estarem geograficamente longe de mim. Não que fossem todos meus amigos do dia-a-dia antes de emigrar, mas a verdade é que a possibilidade de nos encontrarmos antes estava à distância de um telefonema e agora exige um avião, tempo e dinheiro.
Por vezes sinto uma certa inveja por terem tido a coragem de fazer as malas e partir para o desconhecido, para uma aventura que lhes pode mudar a vida, por outro acho que a saudade e o frio dos países que oferecem melhores condições que as nossas me poderia matar por dentro. 
Quem sabe um dia, quem sabe?


segunda-feira, agosto 04, 2014

Quem tem um iPhone, não tem vida própria


Caros amigos e conhecidos, apesar de ver esta pergunta inúmeras vezes no meu mural de facebook, nunca prestei atenção às repostas, portanto aqui vai:

ONDE POSSO ARRANJAR O VIDRO PARTIDO DO IPHONE?

Quer dizer, eu ainda não o parti, estou apenas a adiantar trabalho porque sei que não posso ter coisas caras ou passíveis de quebrar nas mãos. Assim de repente, lembro-me da mota, do ipod, de óculos de sol.

Aproveito ainda para informar que agora eu sou (temporariamente) uma pessoa que vai poder utilizar aquelas coisas maravilhosas que toda a gente tem hoje em dia e sem as quais não conseguem mais viver, Whatsapp, Viber, Shazam e por aí fora. 
Sinto que a partir de agora vou olhar menos para o mundo ao meu redor e mais para o ecrã de um telemóvel, portanto, tornar-me-ei um escravo do mundo tecnológico. 
Quero agradecer ao universo por me ter tirado do amaldiçoado vício dos Angry Birds e do Candy Crush há uns tempos.
Agora além de um telemóvel novo, andarei sempre com o carregador no bolso porque isto tem mais fome do que o Fernando Mendes duas horas após uma refeição.
Prevê-se um aumento considerável de selfies nojentas na minha vida e na vida de quem me tiver no facebook. 
Apercebi-me que tenho 9236 e-mails para ler portanto vemo-nos no Natal de 2017.


sábado, agosto 02, 2014

O Adeus às Andorinhas da Sé


A insana correria do relógio pouco tempo deixa para parar e olhar para as andorinhas que sobrevoam os céus da Sé. No ano passado e no anterior a esse eu costumava parar uns minutos para contemplá-las. Nunca o tinha feito até vir morar para o Principado da Sé, foi aqui que descobri o quão belas e perfeitas elas são. Muitas vezes desejei ser uma delas, que sorte aquela de poderem voar por onde quiserem e habitar os beirais com vista para o Tejo! Sempre que podia debruçava-me na varanda e ficava em silêncio a invejá-las naquele frenesim de final de tarde. Outras vezes punha música, aquelas que eu escolhia a dedo para preencherem as paredes claras desta casa e que me permitem por momentos sentir-me uma andorinha, daquelas que também escolheram a Sé para viver durante os meses de calor. 

Naquela tarde de Julho partilhei os últimos raios de sol com o Tiago embuídos de uma nostalgia que chegou cedo demais. Ele também entende as andorinhas da Sé e sabe, como elas, que quando terminar o verão precisaremos de novo poiso. Mas eu não quero partir, tenho algumas dúvidas de como se constrói um novo ninho. E em silêncio ficámos. Aí parei os relógios e passei a ter todo o tempo do mundo. Toda a vida do principado me passou diante dos olhos e derramou-se pelas janelas que eu deixara abertas. 

Os aniversários celebrados à volta de uma mesa cheia de amigos em que se pediram desejos - cristalizar a felicidade daquele exacto momento. Um sem número de celebrações regados a vinho tinto ou sangria de frutos vermelhos. Um entra e sai de amigos, de amores e desamores. 

Na Sé ama-se de verdade, não se gosta apenas, não se adora, não se ama em inglês por ficar mais fácil dizê-lo noutra língua. Na Sé chora-se de verdade, lágrimas de alegria, de raiva, de tristeza, de incerteza, de incapacidade por não se conseguir mudar o mundo. 

Na Sé ouve-se Caetano, Amália, Florence, Regina, Luísa, Elis, Rodrigo, Cibelle, eles dormem à noite comigo, tal como o "Medo" que tantas horas de sono me tirou em noites invernosas sem um corpo com sangue quente ao lado para me abraçar. 

As muitas janelas e varandas que perfuram as paredes da Sé viram muito mais do que a dança das andorinhas. Viram uma vida tão estranha passar por ela. E de copo cheio e brindando com as andorinhas, me começo a despedir dela. 

sexta-feira, agosto 01, 2014

PES Vai a Concertos IX - Gisela João


Em 2007 estreei-me nas "Músicas do Mundo" de Sines. Desde então falhei apenas um ano. Com esta, foi a 7ª edição na qual marquei presença. Nunca vou ver alguma banda em concreto, costumo dizer que vou lá apenas existir. E quem já lá foi sabe mais ou menos do que eu estou a falar. Existir apenas é bom.
O cartaz é grego para mim, tirando os artistas portugueses que são convidados, não conheço ninguém. Este ano convidaram a Gisela João. Já a tinha visto 2 vezes e meia antes (aquela música única cantada no Rossio não conta como concerto), nada de muito novo para mim. Porém, continuo a gostar como se fosse sempre a primeira vez. E existe uma explicação muito simples para eu gostar tanto dela. Eu gosto de fado, comecei a gostar devagarinho até chegar ao momento em que sinto que ele já faz parte do meu ADN, da minha vida, da minha história, do meu país. Não gostava muito em miúdo porque não entendia a portugalidade, a profundidade e o sentimento que ele envolvia. Julgava que o fado era música de velhos e velhas com guitarras e xailes, enfadonhos daqui até à lua. Mas uma pessoa cresce em muitos sentidos e felizmente hoje sou um adepto ferveroso da nossa música.
A Gisela não é a primeira fadista a trazer uma brisa fresca no mundo do fado, lembro-me de já ter assistido ao nascimento de fadistas da minha idade e até mais novos que têm levado a que a nossa música não se cinja à faixa etária dos nosso avós. Mas a Gisela é muito especial. A Gisela é irreverente, quem a visse fora de palco pensaria que ela seria a vocalista de uma banda pop ou rock, mas quando ela solta a voz percebe-se que "não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista". Ela pode cantar no Lux com o Nicolas Jaar, pode reinventar António Variações, ela pode fazer o que quiser. A miúda gira e fixe que usa ténis e vestidos que estamos pouco habituados a ver nos palcos de fado tem uma alma inegável de fadista e uma das melhores vozes que já ouvi. Ela tem o dom de me prender às suas canções mesmo que eu as esteja a ouvir pela primeira vez graças à intensidade na actuação. Ela sente o que canta de uma forma simplesmente arrepiante. Ouvi alguém comentar num dos seus concertos que ela fazia caretas enquanto cantava, eu vejo isso como a mais bonita manifestação de emoções que a música transporta em si. Diz-se que as coisas que fazemos na vida apenas serão bem feitas se pusermos tudo de nós nelas. E a Gisela sabe isso muito bem. E isso é tudo. Já está no meu Olimpo.