Lembro-me das cores e dos cheiros dos dias como se fosse hoje. A felicidade.
Lembro-me da preparação da minha festa de aniversário, a montagem dos balões dos santos populares, as velas, os búzios. A felicidade.
Lembro-me de ter a família reunida à volta de uma mesa no paraíso que é a Vila Palmeira. A felicidade.
Lembro-me da Tia Matilde estar empenhada em viver um dia de cada vez com a mesma alegria de sempre, naquelas que foram as minhas últimas férias com ela. A felicidade.
Lembro-me dos queques de chocolate da padaria que eu tinha de comer todos os dias sem falhar. A felicidade.
Lembro-me de ouvir e cantar feito parvo o "Lollipop" e o "Love Today" o dia todo na cozinha, no jardim, na praia e da Daniela ficar contagiada com a minha energia. A felicidade.
Lembro-me de sentir um friozinho na barriga ao ouvir o "Bubbly" e o "Ever After Happily" enquanto caminhava pela praia ao final de um dia de praia, sem horas para chegar a lado algum. A felicidade.
Lembro-me de sorrir por dentro ao ver a felicidade do Nuno e da Daniela e ao imaginar que também havia de chegar a minha vez de ser feliz para sempre. A felicidade.
Lembro-me de irmos aos Morenos assistir ao mais belo pôr-do-sol que há registo. A felicidade.
Lembro-me de achar que tudo fazia sentido e que a vida me reservaria muito mais momentos daquela felicidade incontrolável.
A minha vida era simples, simples. A vida nunca é difícil quando se está no Porto Santo, diga-se. Era fácil encontrar a felicidade numa lambeca de limão, num jogo de raquetes na praia ou num passeio de bicicleta até à Calheta.
Hoje ainda encontro a felicidade nessas mesmas coisas e sabe bem pensar que há coisas que não mudam nunca.
Hoje, agora, decidi teletransportar-me para a essa felicidade e não tenho grande vontade de sair daqui.
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