Índia, cheguei! - Delhi

E aconteceu. A minha estreia em solo indiano deu-se hoje em Deli. Se correr tudo bem, este será apenas o primeiro de vários destinos por estas bandas. Andei a informar-me junto de muitas pessoas que já cá estiveram e a expectativa que tinha em relação a esta cidade não era propriamente a melhor e devo dizer que ainda bem que não cheguei cá com as expectativas elevadas. Sem saber ao certo no que me estava a meter, sabia apenas que esta seria uma aventura inigualável na minha vida. É verdade, nestas poucas horas em Deli já deu para perceber que este é um mundo completamente insano. É uma cidade que não para, uma cidade que fervilha de movimento e desorganização, com um trânsito que faz qualquer italiano perder a fama de maus cumpridores das regras de trânsito. Aqui simplesmente não há regras, carros, camiões, motas, tuk-tuks e bicicletas disputam ferverosamente a única faixa disponível que nos faz a nós, passageiros, temer pela vida a cada momento. Quer dizer, passados uns 15 minutos uma pessoa até se habitua e acha piada.

As ruas tresandam de cheiros muito pouco comuns ao cidadão europeu, a não ser que trabalhem nalguma rede de esgotos. Havia o receio de comer fosse o que fosse, até que surgiu um restaurante “tipicamente indiano” que nos fez escolhê-lo, na esperança que algumas regras de higiene ocidentais fossem cumpridas. Chama-se MacDonalds. Obviamente não há carne de porco ou de vaca, mas tem várias opções vegetarianas e de frango. Até o momento, tudo bem. Já cocei os olhos várias vezes e ainda não tenho infecções oculares. Consegui não beber água do banho sem querer e lavei os dentes com água engarrafada. Não percebia bem o porquê de vários baldes no ralo do chuveiro mas calculo que seja para evitar que bicharada entre por lá. Para todos os efeitos já o tapei novamente. Os indianos são muito curiosos e perguntam coisas e tiram fotografias connosco, não comigo que fugi a pensar que me queriam impingir coisas, mas o Rúben já posou para fotografias. Até agora apenas visitámos a “India Gate” e  o Jantar Mantar, que tem instrumentos de astronomia arquitetónica.

O ar não é húmido mas existe a sensação – sensação é eufemismo – que uma nuvem de pó está constantemente a pairar sobre nós. Mosquitos até agora, nada. Tenho sangue ruim, se algum me picar ele é que é capaz de falecer.

Mãe, sei que preferias que eu estivesse num sítio mais calminho, mas ao menos sabes que está tudo bem e que ainda tenho os dois rins comigo.

Vai-me lendo que vou dando notícias.