Este não é de todo o meu tipo preferido de escrita.
Aquele em que temos de nos despedir de alguém.
Passados quase dois anos da partida da Avó Cristina, foi a vez do Avô seguir o inevitável destino da natureza. Sem grandes surpresas ou alaridos. O telefone a tocar pela manhã cedo demais não precisava de legenda e deixou um aperto na garganta por não poder estar com os meus.
Hoje o dia vestiu-se a preceito, enlutou-se com esta chuva, está a chorar pelo Avô. Não vou estar com a família, mas vou brindar ao Avô. Ao homem que foi, ao carinho que tinha por mim, ao legado que deixou. Acredito que tenha partido orgulhoso da família que gerou, tanto filho, neto e bisneto, mas acima de tudo, uma família sempre unida. Não é feito para qualquer um. Com a sua partida ficou fechado um ciclo. O Andrade mais velho é agora o meu pai e eu passei a pertencer à segunda geração. O tempo não pára e no final, encontrar-nos-emos todos no mesmo lugar.
“If we do not honor our past, we lose our future. If we destroy our roots, we cannot grow.”
Hundertwasser
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