domingo, setembro 28, 2014

Galerias Romanas da Rua da Prata


Terminou hoje o 3º dia em que se podia visitar as galerias romanas da Rua da Prata, apesar de já lá ter ido há dois anos não consegui resistir, até porque o primeiro dia calhava na minha folga e eu podia controlar a fila através da janela da minha casa nova. Assim sendo, lá fui eu com a Letícia, que pode agora riscar um item na sua lista de coisas a fazer. 
Se há período da história que mais me entusiasma, é o romano. Sempre me fascinou, e ter vivido na Sé, mesmo ao lado do teatro romano e das ruínas da igreja da Sé fazia-me sentir epecial, parte da história. Adorava a possibilidade de estar a viver exactamente por cima de ruínas cheias de histórias para contar e agora na Rua da Prata tenho mesmo a certeza absoluta que vivo sobre um pedaço de história que esteve escondido por tantos anos debaixo dos pés de Lisboa. Aos 10 anos quando se falava destas coisas nas aulas de história na escola nunca pensaria em dizer isto uns anos depois, mas sinto uma espécie de magia misteriosa, intrigante por tudo o que é da época romana e a disciplina que eu tanto odiava na altura é hoje completamente fascinante para mim. Tenho quase a certeza que fui romano noutra vida. Aliás, na terceira fotografia estou a reencarnar Cláudio, o imperador romano da altura, numa pose de "Eu, Cláudio", mas em giro, nada de confundir com outros Cláudios.























sexta-feira, setembro 26, 2014

Calhou Cocó II - É o que dá ter demasiado tempo livre


Um homem de 52 anos, desempregado, entediado com a sua vida pensou que se calhar precisava de mais acção e emoção na  sua vida. Por esse motivo encenou uma espécie de tragédia que envolveu ambulâncias, bombeiros, GNR e helicópteros. Foi condenado a 3 meses de prisão. Por esse mesmo período de tempo eu sou a favor de o enviarem para a casa dos segredos. É uma espécie de prisão com direito a comida, cama e roupa lavada, está cheia de maluquinhos e sempre saía do desemprego durante uns meses a fazer presenças em discotecas do norte, ali mesmo à porta de casa. Caramba, sou mesmo bom a arranjar soluções para problemas.

Notícia tirada daqui.

Agenda Para a Minha Folga


Após 482 dias consecutivos sem folgas, decidi tirar o dia de amanhã para não meter os pés no trabalho. Assim sendo planeei já o meu dia todo e pretendo seguir tudo à risca.

8h30 - Acordar lindo e maravilhoso, aliás, como sempre acontece

8h35 - Fazer o xixi matinal com a janela da casa de banho aberta para porporcionar um bom começo de dia à vizinhança

8h40 - Tomar o pequeno-almoço na varanda - qualquer coisa envolvendo Nutella - e observar o tamanho da fila para as galerias romanas da rua da Conceição

8h55 - Tomar um banho sensual, mais uma vez de janela aberta porque eu costumo acordar cheio de calores

9h15 - Vestir-me e sair de casa para a fila das galerias romanas 

9h30  - Estabelecer amizade com as pessoas à frente na fila, trocar de números de telefone e combinar um copo logo à noite

10h30 - Começar a agredir as pessoas que ficaram a "guardar lugar" para os 257 amigos e familiares que não estavam na fila mas que subitamente se lembraram de chegar e aumentar o meu tempo de espera

11h - Visitar as galerias, tirar fotografias e voltar para descrever a aventura no blogue

12h - Comer um kinder bueno e um kit-kat

12h15 - Coçar a micose durante uns 5 minutos 

12h20 - Preparar a mochila e sair de casa para a praia

12h40 - Aperceber-me que me esqueci do protector solar já no Marquês de Pombal, voltar atrás, subir 4 andares e balbuciar alguns palavrões

13h30 - Chegar à praia, ir a correr para a água de braços no ar de tanta felicidade, aperceber-me que a água está fria que dói e voltar para a toalha

14h - Dormir na praia como se não houvesse amanhã

16h - Acordar e aperceber-me que apanhei um escaldão porque me esqueci de pôr protector solar

16h30 - Comer bolachas com chocolate

17h30 - Voltar para Lisboa ultrapassando todos os carros na portagem da ponte com a super lambreta

18h - Tomar banho de janela aberta para proporcionar um bom final de tarde aos vizinhos

18h30 - Comer 2 tabletes milka porque vou ter uma fraqueza a esta hora

19h - Ir para o estádio de Alvalade com o cachecol do Porto ao pescoço

19h30 -  Entrar no estádio, sentar o rabo no camarote, começar a dar nas minis com a Liliana e guardar bem o telemóvel porque o Quaresma vai estar pela zona

20h15 - Fazer um pouco de bullying à Liliana por não saber o nome de nenhum jogador do Porto nem do Sporting

20h35 - Aplaudir o primeiro golo da partida, Jackson Martinez por entre as pernas do Rui Patrício

20h50 - Aplaudir o golo de Brahimi de livre directo

21h10 - Aplaudir o golo de chapéu do Quaresma

21h20 - Fazer um xixi de 3 minutos por ter bebido demasiadas minis

21h45 - Aplaudir o auto-golo do Rui Patrício

21h50 - Aplaudir o segundo do Jackson, de calcanhar

22h - Bocejar após o 6º golo do Porto porque já vou estar cansado de tanto aplaudir, pode ser de qualquer outro jogador

22h15 - Aperceber-me que acertei na chave do euromilhões e ir beber para celebrar

23h45 - Fazer planos e comprar uma viagem sem bilhete de regresso para um destino paradisíaco

00h30 - Pagar rodadas de shots a desconhecidos

1h30 - Vomitar os 36 shots que bebi durante a celebração

2h30 - Cair na cama inanimado, não sem antes pôr o despertador para a manhã seguinte porque apesar de rico, vou cumprir com as minhas obrigações profissionais de forma exemplar (e porque a minha chefe lê estas coisas)


quarta-feira, setembro 24, 2014

As Praxes, Sempre as Praxes


Há pouco ao regressar a casa passei pelo Rossio. 
Estava cheio de gente.
Metade dela trajada à morcego, a outra metade com a cara rabiscada ou semi-nus.
Porquê? Eu me pergunto.
Os semi-nus estiveram claramente a nadar nas fontes do Rossio. Foi super divertido. Aliás, eu quase tive de parar a mota para me rir de tanta diversão junta. 
Uma rapariga trajada decidiu atravessar a estrada sem se preocupar com os carros que passavam e eu perdi uma belíssima oportunidade de contribuir para a minha própria felicidade atropelando-a violentamente, não apenas por estar trajada, mas por ser uma cidadã idiota que muiro provavelmente estaria com níveis de álcool no sangue que deveriam impedir pessoas de sair à rua e colocar em risco a sua vida e de outros.
E de repente desejei secretamente, no silêncio do meu pensamento, uma enchurradazinha como a de há dois dias na Baixa lisboeta, Ou então uma ondinha de Sesimbra, daquelas que arrastam pessoas do Rossio até ao Parque Eduardo VII. Que divertido seria vê-los a rebolar avenida acima como se fossem roupas numa máquina de lavar. Pronto, já estou a sorrir. Deviam chamar-me para organizar praxes académicas, eu estou cheio de ideias maravilhosas, a maioria delas inclui debulhadoras descontroladas,  pianos de cauda a cair de prédios e lança-chamas em fábricas de produtos inflamáveis. Bem mais giro que mergulhos em fontes públicas, se bem que deve ser giro ver as alergias na pele no dia a seguir. 

(cartoon Henrique Monteiro)

terça-feira, setembro 23, 2014

PES Vai a Concertos IX - Caixa Alfama




Pelo segundo ano consecutivo fui ao Caixa Alfama, o que me dá 100% no que toca à assiduidade neste festival. No ano passado com Sofisabel, neste ano com pais e avós. O cartaz foi bem bom, mas a meu ver a distribuição dos artistas pelos palcos não foi a melhor, não sei porque não se lembraram de me vir perguntar, eu tenho sempre soluções para estas coisas. Os meus concertos favoritos eram quase todos no 1º dia, em palcos diferentes, praticamente à mesma hora. Nunca a expressão "maratona do fado" fez tanto sentido, já que assisti às primeiras 4 músicas da Kátia Guerreiro no palco Caixa, depois corri para o concerto da Ana Bacalhau para mais umas 4 ou 5 músicas e não satisfeito tentei apanhar o final da Gisela João num palco que demorei séculos a encontrar porque o mapa parecia ter sido feito à mão para uma caça ao tesouro manhosa. A Cuca Roseta teve de ser preterida, nada contra, mas apesar de ser Espírito Santo, ainda não sou omnipresente. Depois, já com a frequência cardíaca recuperada rebolei até ao palco Caixa novamente onde apanhei o final do Ricardo Ribeiro, que a julgar pela sua barriga também rebolaria comigo certamente, e o concerto mais aguardado da noite, Ana Moura e António Zambujo. No dia seguinte, com o cartaz cheio de nomes desconhecidos para mim, fiquei-me pela Carminho. 
A ter de escolher o melhor de todos, o que é difícil fazer, talvez escolhesse a Gisela João porque para além de eu venerar a sua voz, a sua energia, a sua irreverência e a sua genuinidade, ela tinha uma pequena orquestra maravilhosa a tocar com ela num espaço mágico o que tornou tudo tão mais especial. Deu até para tirar uma espécie de fotografia com o Norberto e a Gisela desfocadíssima ao fundo, mas ao menos o meu pai já pode dizer que tem uma selfie com uma artista apesar de não a conseguirmos identificar na fotografia, as pessoas vão ter de acreditar. A Ana Moura e o Zambujo nunca desiludem e juntos são irressistíveis e apetece levá-los para casa e pô-los na sala de estar a cantar a tarde toda. A Carminho foi a surpresa do festival, já que nunca a tinha ouvido e talvez por não ir com uma expectativa muito elevada me tivesse surpreendido tanto. Ela foi divinal! Também a quero lá em casa aos fins-de-semana quando a Ana e o António estiverem de folga. Já a Ana Bacalhau, que deve começar a pensar que a persigo para todo o lado, o que até nem é mentira, safa-se muito bem nestas lides e até me escreveu no instagram, o que me deixou de sorriso na cara, porém, e contra a minha natureza, não fui capaz de lhe falar quando no dia seguinte a encontrei e ao José Pedro Leitão no concerto da Carminho, mesmo que a Laura me tivesse praticamente empurrado na dua direcção. Enfim, idiota.

Para o ano há mais, esperemos!








quinta-feira, setembro 18, 2014

Calhou Cocó I




Basta ouvir os primeiros 20 segundos da música do Marvin Gaye para perceber a razão de ter dado cagalhão. Melhor é a justificação do Robin Ticke em tribunal:

"O Hollywood Reporter revela ter tido acesso ao testemunho de Thicke: «Estava sob o efeito de Vicodin e álcool quando apareci o estúdio. Por isso do que me lembro é que queria estar mais envolvido na composição da música do que realmente estive. Nove meses depois tornou-se num êxito mundial e eu quis mais crédito. E comecei a convencer-me a mim próprio de que tinha tido mais influência. Mas na verdade o Pharrel é que tinha o ´beat´ e escreveu a música quase toda»." (tirado daqui)

Pois, e para além de ter de responder em tribunal perante a família de Marvin Gaye, o Robin afirma que esta confissão fez o seu casamento chegar ao fim.

A minha questão é:

quem avisa a Suzanne Vega que alguém fez "isto"? 

Uma coisa é certa, o Snoop Dogg consegue convencer mais depressa os juízes do que o Robin Ticke se usar a mesma argumentação. Resta saber se a bailarina do "Dança com as Estrelas" também vai pedir o divórcio ao David.


segunda-feira, setembro 15, 2014

PES e Carol vão ao IKEA


Nada como mudar de casa para torrar uns valentes euros no IKEA. A verdade é que ir ao IKEA é sempre uma experiência inesquecível, é como ir a uma Euro Disney para adultos mas com corredores infindáveis e carrinhos, mais divertidos que os de choque, que se enchem misteriosamente de coisas. Montanhas russas, apenas as emocionais, já que vamos da estupefacção por conseguirem criar praticamente a casa dos nossos sonhos num espaço de 30m2, à depressão por nos fazerem sentir os piores decoradores à face da terra e até à esperança de que a partir desse dia a nossa vida será muito melhor, mais colorida, iluminada e cheia de alegria e vasos feitos a partir de escorredores da loiça. Faz parte da experiência experimentar camas, sofás, sentar à secretária e fingir que estamos a ler um livro na sala de estar da nossa casa. Foi "mais coisa, menos coisa" o que aconteceu.




A minha cama já sobreviveu a duas mudanças de casa e apesar de terem sobrado algumas peças nesta última montagem, ela continua de pé, por isso apenas precisámos escolher a cama e o colchão da Carolina e a julgar pela felicidade dela, a cama será a sua melhor amiga daqui para a frente. E agora, enquanto escrevo isto deu-me um sono do catano. 







Para a sala precisávamos de uma mesa e cadeiras. A mesa apesar de não ser a mais maravilhosa do mundo aos meus olhos, era a melhor que se podia arranjar, agora já podemos sentar 10 pessoas à mesa, coisa que provavelmente nunca irá acontecer, mas ao menos ficamos com essa possibilidade. Já as cadeiras, quase andámos à pancada para escolhê-las, ela queria as transparentes, eu as brancas. Pedimos a ajuda do público e as opiniões dividiam-se. Eu derramei algumas lágrimas, uma ou outra de sangue e tudo. A Carolina queixava-se de eu querer montar uma casa de praia na Comporta em plena baixa lisboeta e de estar "preso ao passado", já eu queixava-me que mais tarde ou mais cedo eu iria partir a cadeiras de design porque são óptimas para balançar. Após termos andado à porrada na secção de cozinha, acabei ganhando e trouxemos as cadeiras que eu queria, mas terei de ceder na próxima indecisão que aparecer. Espero que ela não deseje um naperon em cima da televisão.



Isto sou eu apenas a fazer de parvo.






O sofá foi uma decisão difícil, não por termos opinião diferente, mas porque não nos apaixonámos loucamente por nenhum deles. Eu queria um que satisfizesse as minhas necessidades de sestas a meio da tarde, a Carolina, um que a fizesse parecer uma imperatriz linda e maravilhosa a repousar de forma sensual nos seus aposentos enquanto um pintor do Renascimento pinta o seu retrato.


Esta foi a PIOR arrumação de caixotes alguma vez vista no IKEA, prémio atribuído pela senhora da caixa, mas eu acho que ela não é visionária nem consegue pensar fora da caixa. Porém esta estrutura obrigou-a a sair da caixa com a pistola que lê os códigos de barra, porque eles apontavam para todo o lado. Arte, percebem?




O desespero da conta que quase esgotou o rolo de papel da caixa registadora e a incerteza da Carolina em relação à minha capacidade em montar as coisas todas que comprámos. O meu olhar não está dirigido para a câmara porque:
a) eu estava a olhar para a máquina dos chocolates
b) sou estrábico
c) sou apenas parvo

Fica a questão no ar.


Hoje já só falta a cama da Carolina. A mesa, as cadeiras e o sofá já estão de pé graças à ajuda da Laura, do João, da Raquel, da Paula, do João Pedro e do Rui. E assim se estreia um sofá, com a Carolina de pernas para o ar e bolo de iogurte da Raquel.