E aplaudo aqueles que conseguem sobreviver às burocracias de cursos sem personalidade que mudam os planos de estudo como quem muda de t-shirt. Depois há que fazer cadeiras novas. Há que mandar cadeiras feitas para as urtigas. Tudo para ficarmos melhor que antes. Isto até resolverem mudar de novo e voltarmos à mesma situação.
Já nem falo do caso de uma pessoa entrar para um curso com o objectivo de sair professor, sem ser informado que será feita uma triagem a meio do curso onde só os "melhores" (ler em tom irónico) podem ter essa oportunidade.
Além do mais, a tendência é o ensino superior tornar-se cada vez mais elitista, onde apenas quem tem a sorte de ter familiares razoavelmente estáveis ao nível financeiro que possam ajudar, ou que trabalhem paralelamente ao curso, pode ter a oportunidade de continuar os estudos. Isto não é para qualquer um, já se sabe. Só é pena que o factor económico seja tão determinante. Pessoalmente, tenho a sorte dos meus pais me ajudarem.
Bolonha, o famoso processo. Muito bem, para quem já entra directamente no processo. Infelizmente, farei parte da última triagem. Serei um licenciado de um plano que daqui a dois anos estará extinto. Que orgulho ! "Mas não seremos prejudicados" ! Até o dia em que eu e outro indivíduo com o curso proposto por Bolonha apresentarmos o currículo e repararem que um é Licenciado e o outro Mestrado. E aí dizemos "Ah, mas nós tirámos 5 anos na mesma, num plano anterior". E eles " Pode até ter sido, mas a realidade é Bolonha. Vão tirar uns complementos". Ou será que vão realmente nos olhar de forma igual ? Hum... Estudar mais para ter os mesmos direitos ? Algo me soa mal, mas pode ser só confusão minha.
É que parece que nem deixando um ano para trás nos permite integrar Bolonha. Parece que nem essa oportunidade nos é dada. Necessito averiguar esse parâmetro. Fascinam-me algumas vantagens, não como aluno pois já vou tarde, mas pós-licenciatura, das quais estarei privado caso termine no plano antigo. Quando há transições, há sempre alunos prejudicados. Tenho o azar de ter apanhado "n" transições ao longo do meu percurso escolar. Se calhar preciso ir à Bruxa.
Avisam-nos para estarmos atentos e anteciparmos a mudança, aceitá-la como algo natural e que nos levará, normalmente, para uma situação melhor. Falam de queijos. Mas quando a faca e o queijo estão nas mãos de outros, o que fazer ? Um Maio de 68 ? A ver se nos atiram queijos ??
Provavelmente acabo o curso e vou trabalhar noutra coisa qualquer, porque começo a sentir azia a diplomas.
Ou se calhar é tudo birra minha. Se calhar.