Hoje foi a despedida do Nepal, próximo destino, Varanasi, Índia!
Apesar do vôo ser ao início da tarde, já não deu para aproveitar nada de Kathmandu, primeiro porque às 11h tínhamos de apanhar o taxi para o aeroporto, segundo porque tínhamos connosco 45 rupias nepalesas disponíveis para gastar, ou seja, 37 cêntimos na nossa moeda. O aeroporto de Kathmandu não é propriamente o maior ou o mais moderno do mundo, a fila para entrarmos no aeroporto começava na rua, isto porque toda a gente que entra no aeroporto tem de passar por uma revista e as bolsas pelo raio-X (revista número 1). Ainda na fila leio um papel que diz que não é permitido ter na nossa posse notas de 1000 ou 500 rupias indianas. O que já sabíamos de antemão era que não podíamos viajar com mais de 5000 rupias, isto das notas de 500 e 1000 era uma novidade. Pois bem, aqui o menino achou por em levantar 10000 rupias indianas ainda em Delhi, não fosse haver algum problema ao levantar dinheiro no Nepal e assim não ficávamos sem nada. Esses 10000, para além de ser o dobro do permitido era todo em notas de 1000 e 500. É aqui que começa a minha aventura. Não tinha grande vontade de perder aquele dinheiro, mas também não tinha especial prazer em ficar retido em Kathmandu por estar a transportar dinheiro escondido de forma ilegal. Dividi o dinheiro, metade dentro da bolsa que levo à cintura escondida nas calças, a outra metade num espaço algures dentro de uma das bolsas. Começava bem para mim, que fico nervoso só de imaginar que o alarme vai disparar quando eu saio de lojas de roupa mesmo quando não compro nada. Primeira revista, passou tudo, não abriram bolsas e não apalparam a bolsa de cintura.
Check-in feito, menos uma mala, vamos para a porta de embarque. Antes das portas de embarque, nova fila interminável, mais revista e raio-X. Fui à casa de banho trocar o lugar do dinheiro. Uma parte foi para dentro do guia da Índia, protegido entre a capa dura e a primeira folha do guia, e pensei, olha que se lixe se lhes der para folhear o guia e aquilo cair, eu faço um ar de surpresa por não saber que não podia levar dinheiro indiano e pronto, ficava sem ele. A outra metade é que seria mais difícil justificar, enfiei dentro do pacote de lenços. Chega a minha vez, revista número 2 feita! "Ufa", pensei eu. Erradamente. Depois de preencher papelada do departamento de emigração, terceira revista, desta vez apenas a parte do apalpanço, muito somos apalpados por aqui. Respirei fundo porque já estávamos a entrar no autocarro para o avião. E à nossa espera estava staff preparadinho para revistar as bolsas e apalpar-nos uma última vez. Como alguém à minha frente levava um guia que foi folheado, não fiz mais nada e enfiei 5000 rupias na cuecas. Depois de tanta revista passada com sucesso não ia desistir! E foi assim que embarquei, com um rolo de notas nas cuecas. Depois admirem-se que aparecem coliformes no dinheiro.
Basicamente senti-me a Sara Norte, mas com dinheiro.
Vamos sair agora do avião, se me revistarem uma quinta vez eu bato em alguém.
Bem me avisou o horóscopo da revista do avião.
4 comentários:
deves ser um sex symbol na índia e é por isso que és sempre apalpado!!
:)
Uma coisa é certa, um ocidental na Índia sente-se uma estrela de cinema. Já tirei mais de 15 fotografias com indianos que me vêm pedir para tirar fotografias com eles, por algum motivo nós somos fascinantes aos seus olhos.
Estou a adorar esta vossa viagem. E este episodio foi a cereja no topo do bolo. Ainda não parei de ir :D
Beijos para os dois ;)
Do macaco ao corte de cabelo no Nepal e a este episódio do dinheiro ... ainda não parei de rir! LOL
p.s. também quero um daqueles papelinhos no fim do post a dizer que adoras a tua amante do vão das escadas!!
Enviar um comentário