segunda-feira, outubro 09, 2006

Baú de Recordações - 5 de Dezembro, 2005


Nesta maré de Dezembro
Quis deixar meu pensamento
Quis evitar o sentimento
O nó na garganta
Num adormecer
Num fechar de olhos
Deixar o som invadir-me
Apenas o rebentar de uma onda
E o vento de maresia
Traz um breve sopro de um dia
Apenas mais um dia
Na imensidão do calendário
E eu espero por ti, sedento
Por mais um beijo
Um murmúrio
Pelo calor que este raio de sol fugidio
Que me aquece nesta praia
Nesta maré de Dezembro
Procurei-te
Nas dunas, no seu canavial
Na espuma das ondas
No areal
Sabendo que o teu mundo
Está num só grão de areia
Detenho o meu olhar
Duas conchas
Trazidas na calmaria do mar
Fazem-me acreditar
Que elas sendo diferentes
Se complementam
Guardo-as na palma da mão
Sinto-as
O horizonte lá ao fundo
Escreve a tinta indelével
Que o mundo não acaba ali
Por isso espero por ti
Alma pesada, agora mais leve
Sem esquecer a realidade
Traz-me aquela onda a vontade
Onde a fui buscar ?
Ninguém sabe
Não, o mar não está bravio
Tem aquele desejo sadio
De querer continuar o ciclo
Maré vai, maré vem
Tanta vez que nem me lembro
A caixa está aberta
Com o conforto da ondulação
Espero por ti
Nesta maré de Dezembro

3 comentários:

Pedro Espírito Santo disse...

Este é mais um dos meus posts do blog antigo, onde a Pena deixou um comment que considero ser importante rever:


"Não importam os nossos defeitos, os nossos perigosos abismos, o nosso ódio reprimido, os nossos longos momentos de fraqueza e desespero: se quisermos corrigir isto, para depois partir em busca dos nosso sonhos, não chegaremos nunca ao Paraíso. Se entretanto, aceitarmos tudo o que há de errado em nós - e, ainda assim, acharmos que merecemos uma vida alegre e feliz, então estamos abrindo uma imensa janela para o Amor entrar. Aos poucos os defeitos irão desaparecer por si mesmo, porque quem está feliz só consegue ver o mundo com Amor - esta força que regenera tudo o que existe no Universo" Paulo Coelho - "As Valquírias"

Ana Pena disse...

Lembro-me perfeitamente deste post! Como se fosse ontem..lembro-me do contexto, dos motivos, dos sentimentos e das borboletas na barrigas que uma certa pessoa sentia...olha gosto muito de ti*

Nuno Vrrruummmm disse...

Quando se escreve com o batimento do coração, só pode dar nisto,caro amigo!
Que tenhas muitas borboletas a invadir-te a barriguinha!
Memso que não te corra da melhor forma,pensa que terás novas lagartinhas aí dentro de ti,à espera de se transformarem em belas mariposas!
Dá tempo ao tempo!
Um abraço