segunda-feira, outubro 02, 2006

Baú de Recordações - 6 de Outubro 2005


As fronteiras entre sonho e realidade sempre foram muito ténues... Ora pensamos viver um sonho e logo acordamos para a realidade, ora vivemos a entediante realidade e acabamos caindo num mundo mágico que normalmente só visitamos quando a imaginação assim o permite.
Sempre dividi a minha vida entre estes dois campos de batalha, sabendo que os meus sonhos ficarão irremediavelmente perdidos se não lutar por eles.
Mas, e quando me deparo com uma nova realidade que julgava não ser possível !?...
Viver na realidade um sonho aparentemente inatingível...
Eterno romântico, assim sou eu, tenho como objectivo de vida, ser feliz e fazer os outros felizes. Ideal oco ?
Vago ?
Talvez vago.
Para ti ser feliz é ter dinheiro, uma casa com piscina e um carro moderno à porta.
Para aquele ser feliz é obter sucesso escolar ou profissional.
Para o outro é criar família e ter amigos por perto...
Para mim ser feliz é ser capaz de ver as cores das pessoas e das coisas...
É apanhar uma flor amarela num campo verde...
É andar na praia numa noite de lua cheia...
É ouvir a chuva bater no telhado num Domingo de manhã...
É beber uma chávena de chocolate quente junto à lareira num dia frio...
É ver um sorriso na cara de uma criança...
É mergulhar no mar azul translúcido...
É andar à chuva...
É procurar uma estrela cadente...
É olhar o céu e atribuir significados às nuvens...
É ver aquele por-do-sol...
É dar e receber um abraço...
...um beijo !
São estas pequenas coisas, insignificantes para muita gente, que me fazem sentir vivo !
Mas estas minhas viagens só fazem sentido se as puder partilhar.
NÃO !
Não é possível alguém ser feliz sozinho !
Faz parte de nós, é intrínseco !
Pensas que podes fugir disso ?
Enganas-te...
A batida teoria do ' Não preciso de ti para ser feliz ' é digna de ser enterrada no mais profundo fosso.
Lixo com ela !

E tu...
Sim, TU MESMO !
Passaste do meu sonho para a minha realidade e ainda hoje me fazes beliscar, não estarei eu num estado de hipnose em que desaguam pedaços de sonho e realidade.
Abri-te portas, janelas, julgo até ter derrubado paredes para ter a certeza que entravas em mim, tal era o meu medo que perdesses o rumo e fosses bater a outros litorais.
Pé ante pé pisei terreno, um novo solo para mim, nunca no meu mais belo sonho ousara acreditar que podia viver este filme.
Mas diz-me...
Terão sido coincidências ou será que estava escrito nas estrelas que assim havia de ser ?
Gosto de acreditar no destino, que ao nascermos temos um caminho traçado...
Por outro lado, o meu lado rebelde acredita que se pode quebrar um elo da corrente do destino e alterá-lo completamente.
A imprevisibilidade é excitante.
E vens tu com um sorriso que me desarma e olhos de azul incerto...
Achas isso correcto ?
Deixares-me com borboletas na barriga sempre que me apareces pela frente ?
Terá um anjo aterrado no meu jardim ?
Sim, contigo queria partilhar todas as pequenas coisas.
Queria ver o Mundo e todas as suas cores e sorrisos.
Queria voar contigo já que tens as asas que me faltam.
Aliás...não queria...
QUERO !
Mas voar tem os seus riscos, até o parapente ou o avião podem ter os seus problemas. Será preferível correr o risco de voar e poder cair e sangrar, ou viver sem cicatrizes numa estupidificante segurança !?
Pois bem !
Prefiro correr o risco de cair !
Já dizia o outro ' But if you never try, you'll never know... '
Já senti a sensação de voar !
É uma sensação verde, vermelha, azul, rosa, amarela, branca, roxa, castanha, laranja...
Agora uma pergunta...
Deixas-me usar as tuas asas ?
Deixas o meu sonho de tornar realidade ?

Deixas ?...

4 comentários:

Pedro Espírito Santo disse...

Eu conto com essas asas, obrigado =)

Rute disse...

=) Lindo Pero, amei.

"Eu fui devagarinho
com medo de falhar
não fosse esse o caminho certo
para te encontrar.

Fui descobrindo devagar cada sorriso teu
Fui aprendendo a procurar por entre sonhos meus.

La fora o vento, nem sempre sabe a liberdade
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade
Foge ao vazio enquanto brinda e dança e salta
Eu trago-te comigo, mas sinto tanto tanto
A tua falta...

Eu fui entrendo pouco a pouco
Abri a porta e vi...
Que havia lume aceso, e um lugar pra mim
Quase me assusta descobrir que foi esse sabor
Que a vida inteira procurei entre a paixão e a dor..."

Tiago disse...

Li a nunca pensei que escrevesses exactamente aquilo que sinto. Citando da linha 19 à 32! Nem eu conseguiria exprimir melhor que tu isso que sinto!!!!!!!!
Tb gostei do resto, mas esse paragrafo tocou-me mesmo no ventrículo esquerdo!

Fica bem ;)

Pedro Espírito Santo disse...

Rute, esse poema é da tua autoria ?

Ó Tiago, gente apaixonada pelas pequenas coisas é assim mesmo ! há quem nos ache malucos, mas quem é que se importa com isso ? Bora amar a VIDAAAA !